A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 22-11-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Os novos cardeais são o prefeito da Casa Pontifícia, o norte-americano James Harvey; o patriarca maronita libanês Bechara Raï Béchara; o indiano Baselios Thottunkal, arcebispo maior da Igreja siro-malancarese; o nigeriano John Onaiyekan, arcebispo de Abuja; o colombiano Ruben Salazar, arcebispo de Bogotá; o filipino Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila.
Mesmo que apenas pra seis novos "príncipes" da Igreja, as alfaiatarias eclesiásticas romanas se colocaram imediatamente em ação com as vestimentas para os neopurpurados. No momento da criação cardinalícia, um bispo deixa de usar as vestes de cor violácea e passa às vermelhas. E as alfaiatarias preparam para cada cardeal uma lista de vestes e de acessórios, à qual podem aderir aqueles que querem prestar uma homenagem ao novo cardeal.
Estes são os preços em circulação, calibrados na lista da alfaiataria eclesiástica mais famosa de Roma, a Gammarelli, que, por tradição, também veste o papa. A mozeta vermelha, que os cardeais usam quando vestem o hábito coral, custa cerca de 200 euros, mas o seu preço sobe se, em vez de botões de tecido, pedem-se aqueles – mais procurados e feitos à mão – de corda trançada (custam cerca de 20 euros cada).
A veste vermelha custa cerca de 800 euros, enquanto o chapéu de três bicos sem borla típico dos cardeais pode custar de 80 a 120 euros. Cerca de 80 euros pode custar o cordão para a cruz peitoral, trançado de vermelho e de ouro. O preço varia dependendo da sofisticação e da grandeza da borla que fica nas costas.
A faixa vermelha, a ser usada tanto com a veste vermelha quanto sobre a veste talar preta filetada de vermelho, custa cerca de 200 euros. Uma veste talar preta filetada custa cerca de 600 euros, enquanto o solidéu vermelho cardinalício tem um preço que gira em torno dos 40 euros. Por fim, as meias vermelhas custam cerca de 15 euros por par.
Considerando-se que, normalmente, o cardeal se mune de duas peças de cada uma dessas indumentárias, pode-se calcular que um conjunto cardinalício completo pode custar cerca de 4.000 a 5.000 euros. O anel cardinalício é dado pelo papa aos novos purpurados.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
sábado, 24 de novembro de 2012
Festa Cristo Rei, 2012. HomiliaCatedral Botucatu
CRISTO REI.
INTRODUÇÃO – Aos domingos nos reunimos para ativar três referências
que orientam nossa vida: A COMUNIDADE, A PALAVRA A EUCARISTIA
+ A Comunidade: fomos o Povo de Deus, o Corpo
de Cristo. Viemos não para um descumprimento que atrairia castigos de Deus; mas
para celebrar o gozo e a graça da fé que nos faz ver o que outros não vêm.
+ A Palavra que nos esclarece e dá
segurança.
+ A Eucaristia, pela qual participamos, do
dinamismo de Jesus Ressuscitado
ESSES DINAMISMOS
APONTAM A META: O REINO DE DEUS
VER - Como está o mundo: desafios e oportunidades
@ Gaza, Cuba, Iran Afagnist. Japão-China...massacres em
S.Paulo...
JULGAR
- Armas, revanches, violências não
solucionam, são o problema
- Lucro, consumo... deixam um
vazio cada vez maior
+ Necessitamos referências decisivas para o mundo: herança e herdeiros
AGIR
1. Não haverá paz no mundo se não houver paz entre as
religiões. Isto só acontecerá se conseguirmos entender-nos entre nós.
2. Buscar aliados... bandeiras certas embora em manos erradas
3. Olhar juntos para a meta, não para saber quem é o melhor. Isso é perigosamente conflitivo. ("Viva Cristo Rei", último grito do P.Pró, ao ser fusilado)
4. Fazer propostas e não lamentações
5. Identificar, valorizar, ampliar o que já existe de bom.
@ O Reino de Deus anunciado e começado por Jesus é o
presente mais decisivo para toda a Humanidade. Por isso não é indiferente ter
uma fé, ela transforma o mundo (1 Jo 5,5).
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Mudanças na Igreja, Teol.França Miranda,sj
O teólogo
França Miranda,sj desenvolve três ideias básicas: 1) o papel do Espírito Santo
numa configuração eclesial adequada; 2) a problemática da fé em nossos dias e a
importância de um laicato adulto para vivê-la, expressá-la e irradiá-la; e 3) a
urgência e o valor do testemunho na crítica situação da atual sociedade.
O
cristianismo está expresso em linguagens ultrapassadas e modelado em padrões
mais próprios do passado. Trata-se de uma realidade em que a mensagem da Igreja
é desvalorizada e, por conseguinte, não é recepcionada como significativa para
os desafios que implicam a humanidade contemporânea.
A Igreja
não deixa transparecer para nossos contemporâneos o que ela é realmente.” Esse
fato é “sumamente grave para uma instituição que se compreende como sinal,
sacramento, visibilidade histórica, referência inequívoca da nova comunidade
humana construída pela ação salvadora de Deus, já presente na história a
caminho de sua realização perfeita na eternidade, e antecipadamente celebrada
na ceia eucarística”.
É preciso abrir
a possibilidade de uma nova configuração histórica da Igreja adequada aos
nossos dias.
Em muitas regiões do planeta, graças ao
devotamento generoso e, por vezes, heroico de seus membros a comunidade de
fiéis irradia sua verdade e sua força para a sociedade, mesmo carecendo do
apoio das autoridades competentes”.
Buscar
caminhos e respostas para os desafios contemporâneos ainda não significa
“apresentar um modelo pronto de Igreja que solucionasse como num passe de
mágica as dificuldades que hoje experimentamos”. Do mesmo modo, não basta
constatar a problemática como meros observadores. “Como membros desta Igreja,
nós somos atores que, queira ou não, influenciam a atual situação eclesial.”
A mudança
da Igreja implica a participação de todos os fiéis nas expressões da fé cristã.
O Concílio “marca o início de um processo que busca recuperar não só uma
eclesiologia de comunhão, mas também a fundamental igualdade, dignidade e
vocação de todos os membros da Igreja, sua participação no tríplice múnus de
Cristo, a missão comum de todos na Igreja.”
“Nasce a consciência de que todos são
responsáveis pela missão, consciência esta que retroage urgindo a criação de
instituições adequadas.” E nessa percepção de responsabilidade comum, a primeira característica da
Igreja é a sinodalidade e não a hierarquia. O relacional “deveria
prevalecer sobre o jurídico, o vivido em comunidade sobre a opção individual.
Pois todos são Igreja, todos são necessários, todos estão a serviço da mesma
missão.”
A
comunidade humana que constitui a Igreja não está situada fora do tempo e do
espaço. É no mundo que os cristãos são interpelados para testemunhar a fé que
vivem. Poderíamos dizer que a fé traz Deus ao mundo. [...] A transmissão da fé
não significa passar um pacote de verdades a outras gerações, mas transmitir o
próprio Deus vivo, entregando-se a nós no Filho e no Espírito, agindo em nós
para nos salvar”.
O Menino Jesus do Papa, Vito Mancuso
O novo livro do Papa Ratzinger é dedicado à infância de Jesus. O seu alvo é a exegese contemporânea, aquela que, privilegiando a filologia e a historiografia, evidencia o problema da historicidade das muitas narrações evangélicas. Mas a tentativa de Bento XVI está fadada ao fracasso, porque as contradições dos relatos não pode ser remediadas.
A opinião é do teólogo italiano Vito Mancuso, em artigo publicado no jornal La Repubblica, 21-11-2012.
Eis o texto.
Com o livro intitulado A infância de Jesus que chega às livrarias dos principais países do mundo, conclui-se a obra total de quase mil páginas em três volumes dedicada por Joseph Ratzinger a Jesus de Nazaré. Com ela, ele pretende fazer com que os católicos voltem a identificar narração evangélica e história real como ocorria até algumas décadas atrás, antes do desenvolvimento da moderna exegese histórico-crítica. O autor atinge o seu objetivo? A meu ver, não, porque se trata de uma mission impossible.
Todos amamos o Natal com a sua atmosfera de alegria e de paz, e esse novo livro do papa é uma grande ajuda para viver a sua espiritualidade. O objeto são os dois primeiros capítulos do Evangelho de Mateus e do Evangelho de Lucas, os chamados "evangelhos da infância". Por séculos, eles foram lidos como relatos históricos reais, mas hoje a exegese bíblica histórico-crítica é quase unânime em declarar o contrário. O objetivo do papa é de que os evangelhos da infância possam voltar a ser lidos como historicamente fundados.
O seu adversário de consequência não pode ser senão a exegese que, privilegiando a filologia e a historiografia, evidencia a problemática historicidade de muitas narrações evangélicas. Com isso, os exegetas não querem dizer que os Evangelhos são falsos, mas só que, com base neles, não se pode reconstruir com certeza a história de Jesus, muito menos a do seu nascimento, e que é preciso lê-los sabendo que a finalidade é teológico-espiritual e não historiográfica.
Nos Evangelhos, há dados historicamente certos ao lado de elaborações simbólicas historicamente não confiáveis, e a tarefa da exegese histórico-crítica consiste em distinguir as duas dimensões. A consequência inevitável, porém, é que o Jesus dos Evangelhos não coincide com o Jesus da história, isto é, o exato oposto da intenção programática de Ratzinger declarado no primeiro volume: "Apresentar o Jesus dos Evangelhos como o Jesus real, como o Jesus histórico em sentido propriamente dito". E, precisamente por isso, também no novo livro assim como nos anteriores, o papa dirige ataques recorrentes à exegese histórico-crítica (cf., por exemplo, as páginas 25, 60, 62, 78, 123).
Mas, como todos aqueles que, antes dele, tentaram harmonizar os relatos evangélicos, Ratzinger também sobrevoa sobre as contradições entre os relatos de Mateus e de Lucas. São eles que tornam impossível uma história da infância de Jesus digna desse nome, como consideram estudiosos do calibre de Brown, Sanders, Meier, Dunn, Barbaglio, Fabris, Maggioni, Jossa, Ortensio da Spinetoli, Pesce e muitos outros.
Certamente, entre Mateus e Lucas, há elementos comuns: a identidade dos pais, o anúncio evangélico, a concepção de Maria sem relações sexuais com o marido, o nascimento em Belém sob o reinado de Herodes, a transferência para Nazaré. Mas também há discordâncias que não podem ser harmonizadas: antes do nascimento de Jesus, Maria e José ou residiam em Nazaré (Lucas) ou residiam em Belém (Mateus); a sua viagem de Nazaré a Belém ou aconteceu (Lc) ou não aconteceu (Mt); Jesus nasceu ou na casa dos pais (Mt) ou em uma manjedoura (Lc); o massacre das crianças de Belém ou aconteceu (Mt) ou não aconteceu (Lc); os pais ou fugiram para o Egito para salvar o menino dos soldados de Herodes (Mt) ou foram ao templo de Jerusalém para a circuncisão sem que os soldados de Herodes se preocupassem com o menino (Lc); a família de Belém ou voltou logo para casa em Nazaré da Galileia (Lc) ou foi para Nazaré só depois de ter estado no Egito e pela primeira vez (Mt).
Além disso, é oposta a atmosfera abrangente que envolve o nascimento de Jesus, real e trágica em Mateus, simples e bucólica em Lucas: a quem dar crédito? Na mente dos fiéis, os dois relatos se misturam sem distinguir os elementos de um e de outro, e o papa promove essa tradicional mistura acrítica, mas a exigência historiográfica não o permite; os dados são ou como Mateus os apresenta ou como Lucas os apresenta, ou nem de um modo nem de outro; em todo caso, não são harmonizáveis. Portanto, se fosse verdade, como escreve Ratzinger, que Mateus e Lucas "queriam escrever história, história real, acontecida" (p. 26), encontraríamos realmente diante de um belo problema, porque um dos dois evangelistas seguramente estaria errado.
Além disso, está a questão de como a notícia da concepção virginal chegou aos evangelistas. O papa se inclina pela "tradição familiar" (p. 65), no sentido de que teria sido Maria que comunicou aos discípulos o extraordinário evento de ter concebido o filho sem relações sexuais. Mas, se realmente tivesse sido assim, não se explicaria a escassa atenção do Novo Testamento a Maria, incluindo o livro dos Atos dos Apóstolos escrito justamente por Lucas, que a menciona somente uma vez e quase de passagem, enquanto dá muito mais espaço não só a Pedro e a Paulo, mas até mesmo a personagens secundários como Lídia, a comerciante de púrpura.
É crível, talvez, que Lucas, sabendo diretamente de Maria sobre a concepção extraordinária de Jesus, a ignore completamente nos Atos, sem escrever nada sobre onde ela vivia, o que fazia, como terminou a sua vida terrena e sem nunca ter lhe dado a palavra sequer uma vez? Tudo isso leva a duvidar muito do que o papa sustenta.
A realidade é que os Evangelhos da infância apresentam um perfil histórico geral bastante improvável. O dado histórico seguro (o nascimento de Jesus) é circundado por uma série de particulares incertos, senão improváveis, começando pelo lugar do nascimento, que para o papa é, obviamente, a tradicional Belém, enquanto "a maioria dos estudiosos duvida que Jesus nasceu em Belém" (The Cambridge Companion to Jesus, p. 22), e um exegeta católico Raymond Brown chegou a falar de "provas positivas em favor de Nazaré".
Os Evangelhos, portanto, não são confiáveis? Não, são dignos de confiança, mas contanto que se diferenciem neles diversos níveis de historicidade, isto é, de dados historicamente seguros, dados prováveis e dados improváveis. Em particular, os evangelhos da infância são uma interpretação do significado existencial de Jesus, para cuja manifestação o relato do seu nascimento foi enriquecido por uma série de elementos simbólicos, como era normal na antiguidade para os grandes personagens. Tudo isso ao longo dos séculos serviu para atrair a atenção sobre Jesus, porque no passado a humanidade identificava a presença do divino com os milagres e o extraordinário. Hoje, no entanto, ocorre o contrário. Hoje, os milagres e o extraordinário são mais de dano do que de ajuda para a autêntica comunicação espiritual. Chegamos a uma visão de mundo mais pacata, mais desencantada, mais realista; aos frisos do barroco, prefere-se a austera simplicidade do romantismo.
Essa maior maturidade se reflete no trabalho da exegese bíblica mediante o método histórico-crítico, um trabalho sério e altamente qualificado, como nunca antes havia acontecido na história, um trabalho de porte internacional e interconfessional cujos resultados se oferecem à consciência sem forçações dogmáticas.
Ratzinger, porém, não gosta do método histórico-crítico; considera-o prejudicial para a fé e, talvez por isso, no seu livro, ele nem menciona o autor do estudo mais importante sobre os evangelhos da infância, o já citado Raymond Brown, sacerdote católico, por muito tempo membro da Pontifícia Comissão Bíblica.
Brown conclui assim a sua obra monumental sobre os evangelhos da infância: "Qualquer tentativa de harmonizar as narrações a ponto de fazer delas uma história coerente está fadada ao fracasso" (La nascita del Messia [O Nascimento do Messias], Assis, 1981, p. 677).
Ratzinger nem menciona Brown, mas justamente por isso a sua obra, apesar de algumas belas páginas de corte espiritual, vai ao encontro do destino prefigurado pelo grande biblista norte-americano.
A opinião é do teólogo italiano Vito Mancuso, em artigo publicado no jornal La Repubblica, 21-11-2012.
Eis o texto.
Com o livro intitulado A infância de Jesus que chega às livrarias dos principais países do mundo, conclui-se a obra total de quase mil páginas em três volumes dedicada por Joseph Ratzinger a Jesus de Nazaré. Com ela, ele pretende fazer com que os católicos voltem a identificar narração evangélica e história real como ocorria até algumas décadas atrás, antes do desenvolvimento da moderna exegese histórico-crítica. O autor atinge o seu objetivo? A meu ver, não, porque se trata de uma mission impossible.
Todos amamos o Natal com a sua atmosfera de alegria e de paz, e esse novo livro do papa é uma grande ajuda para viver a sua espiritualidade. O objeto são os dois primeiros capítulos do Evangelho de Mateus e do Evangelho de Lucas, os chamados "evangelhos da infância". Por séculos, eles foram lidos como relatos históricos reais, mas hoje a exegese bíblica histórico-crítica é quase unânime em declarar o contrário. O objetivo do papa é de que os evangelhos da infância possam voltar a ser lidos como historicamente fundados.
O seu adversário de consequência não pode ser senão a exegese que, privilegiando a filologia e a historiografia, evidencia a problemática historicidade de muitas narrações evangélicas. Com isso, os exegetas não querem dizer que os Evangelhos são falsos, mas só que, com base neles, não se pode reconstruir com certeza a história de Jesus, muito menos a do seu nascimento, e que é preciso lê-los sabendo que a finalidade é teológico-espiritual e não historiográfica.
Nos Evangelhos, há dados historicamente certos ao lado de elaborações simbólicas historicamente não confiáveis, e a tarefa da exegese histórico-crítica consiste em distinguir as duas dimensões. A consequência inevitável, porém, é que o Jesus dos Evangelhos não coincide com o Jesus da história, isto é, o exato oposto da intenção programática de Ratzinger declarado no primeiro volume: "Apresentar o Jesus dos Evangelhos como o Jesus real, como o Jesus histórico em sentido propriamente dito". E, precisamente por isso, também no novo livro assim como nos anteriores, o papa dirige ataques recorrentes à exegese histórico-crítica (cf., por exemplo, as páginas 25, 60, 62, 78, 123).
Mas, como todos aqueles que, antes dele, tentaram harmonizar os relatos evangélicos, Ratzinger também sobrevoa sobre as contradições entre os relatos de Mateus e de Lucas. São eles que tornam impossível uma história da infância de Jesus digna desse nome, como consideram estudiosos do calibre de Brown, Sanders, Meier, Dunn, Barbaglio, Fabris, Maggioni, Jossa, Ortensio da Spinetoli, Pesce e muitos outros.
Certamente, entre Mateus e Lucas, há elementos comuns: a identidade dos pais, o anúncio evangélico, a concepção de Maria sem relações sexuais com o marido, o nascimento em Belém sob o reinado de Herodes, a transferência para Nazaré. Mas também há discordâncias que não podem ser harmonizadas: antes do nascimento de Jesus, Maria e José ou residiam em Nazaré (Lucas) ou residiam em Belém (Mateus); a sua viagem de Nazaré a Belém ou aconteceu (Lc) ou não aconteceu (Mt); Jesus nasceu ou na casa dos pais (Mt) ou em uma manjedoura (Lc); o massacre das crianças de Belém ou aconteceu (Mt) ou não aconteceu (Lc); os pais ou fugiram para o Egito para salvar o menino dos soldados de Herodes (Mt) ou foram ao templo de Jerusalém para a circuncisão sem que os soldados de Herodes se preocupassem com o menino (Lc); a família de Belém ou voltou logo para casa em Nazaré da Galileia (Lc) ou foi para Nazaré só depois de ter estado no Egito e pela primeira vez (Mt).
Além disso, é oposta a atmosfera abrangente que envolve o nascimento de Jesus, real e trágica em Mateus, simples e bucólica em Lucas: a quem dar crédito? Na mente dos fiéis, os dois relatos se misturam sem distinguir os elementos de um e de outro, e o papa promove essa tradicional mistura acrítica, mas a exigência historiográfica não o permite; os dados são ou como Mateus os apresenta ou como Lucas os apresenta, ou nem de um modo nem de outro; em todo caso, não são harmonizáveis. Portanto, se fosse verdade, como escreve Ratzinger, que Mateus e Lucas "queriam escrever história, história real, acontecida" (p. 26), encontraríamos realmente diante de um belo problema, porque um dos dois evangelistas seguramente estaria errado.
Além disso, está a questão de como a notícia da concepção virginal chegou aos evangelistas. O papa se inclina pela "tradição familiar" (p. 65), no sentido de que teria sido Maria que comunicou aos discípulos o extraordinário evento de ter concebido o filho sem relações sexuais. Mas, se realmente tivesse sido assim, não se explicaria a escassa atenção do Novo Testamento a Maria, incluindo o livro dos Atos dos Apóstolos escrito justamente por Lucas, que a menciona somente uma vez e quase de passagem, enquanto dá muito mais espaço não só a Pedro e a Paulo, mas até mesmo a personagens secundários como Lídia, a comerciante de púrpura.
É crível, talvez, que Lucas, sabendo diretamente de Maria sobre a concepção extraordinária de Jesus, a ignore completamente nos Atos, sem escrever nada sobre onde ela vivia, o que fazia, como terminou a sua vida terrena e sem nunca ter lhe dado a palavra sequer uma vez? Tudo isso leva a duvidar muito do que o papa sustenta.
A realidade é que os Evangelhos da infância apresentam um perfil histórico geral bastante improvável. O dado histórico seguro (o nascimento de Jesus) é circundado por uma série de particulares incertos, senão improváveis, começando pelo lugar do nascimento, que para o papa é, obviamente, a tradicional Belém, enquanto "a maioria dos estudiosos duvida que Jesus nasceu em Belém" (The Cambridge Companion to Jesus, p. 22), e um exegeta católico Raymond Brown chegou a falar de "provas positivas em favor de Nazaré".
Os Evangelhos, portanto, não são confiáveis? Não, são dignos de confiança, mas contanto que se diferenciem neles diversos níveis de historicidade, isto é, de dados historicamente seguros, dados prováveis e dados improváveis. Em particular, os evangelhos da infância são uma interpretação do significado existencial de Jesus, para cuja manifestação o relato do seu nascimento foi enriquecido por uma série de elementos simbólicos, como era normal na antiguidade para os grandes personagens. Tudo isso ao longo dos séculos serviu para atrair a atenção sobre Jesus, porque no passado a humanidade identificava a presença do divino com os milagres e o extraordinário. Hoje, no entanto, ocorre o contrário. Hoje, os milagres e o extraordinário são mais de dano do que de ajuda para a autêntica comunicação espiritual. Chegamos a uma visão de mundo mais pacata, mais desencantada, mais realista; aos frisos do barroco, prefere-se a austera simplicidade do romantismo.
Essa maior maturidade se reflete no trabalho da exegese bíblica mediante o método histórico-crítico, um trabalho sério e altamente qualificado, como nunca antes havia acontecido na história, um trabalho de porte internacional e interconfessional cujos resultados se oferecem à consciência sem forçações dogmáticas.
Ratzinger, porém, não gosta do método histórico-crítico; considera-o prejudicial para a fé e, talvez por isso, no seu livro, ele nem menciona o autor do estudo mais importante sobre os evangelhos da infância, o já citado Raymond Brown, sacerdote católico, por muito tempo membro da Pontifícia Comissão Bíblica.
Brown conclui assim a sua obra monumental sobre os evangelhos da infância: "Qualquer tentativa de harmonizar as narrações a ponto de fazer delas uma história coerente está fadada ao fracasso" (La nascita del Messia [O Nascimento do Messias], Assis, 1981, p. 677).
Ratzinger nem menciona Brown, mas justamente por isso a sua obra, apesar de algumas belas páginas de corte espiritual, vai ao encontro do destino prefigurado pelo grande biblista norte-americano.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Estrategias pastorales hoy
[1]
- Los “ateos” y agnósticos contemporáneos no se interesan por cuestiones
estructurales internas a la Iglesia – ordenación de las mujeres, celibato del
clero, falta de vocaciones…
[1] Escuchar no solo a la jerarquía, sino
también a los destinatarios (Los “jefes” sin la gente se anulan)
[1] La causa no es nuestra, es de Dios. Trabajos en equipo
con el Espíritu.
[1] La eclesiología no puede ser
jerarcología. Tiene que estar en el horizonte del mensaje escatológico del
Reino. La Iglesia es sacramento do
Reino, ya lo hace presente.
[1] Véase que el documento de
Aparecida mucho de la teología de la liberación. El cristianismo se torno la
religión oficial del Imperio Romano. Los Padres del desierto, fueron los
orientadores del cristianismo medieval.
[1] De tanto esperar los cambios que
otros deben hacer, dejamos de realizar los que están a nuestro alcance. De
tanto sacrificar lo esencial en función de lo urgente, acabamos por no
considerar la urgencia de lo esencial. Lo superado se resiste a ceder, lo nuevo no alcanza a
nacer.
Casamento Tati-Cristian, Porto Alegre
A celebração
de um matrimônio é mais que um evento social ou cultural. é uma experiência do
sagrado na vida. Não se trata de algo complicado e inacessível. Ao contrário,
está presente no mais profundo e dinâmica do nosso ser, o amor. E a Escritura hebraica
(assumidas também pelos cristãos), no livro do Cântico dos Cânticos, acolhe o
íntimo da relação conjugal, como metáfora da comunhão com Deus. Essa relação, quanto mais total,
mais simples se manifesta, entre os que se amam, basta um olhar e tudo está
dito e entendido. Três palavras, explicitam e ampliam o universo do amor, seja
na expressão da fé religiosa,
como na vida
matrimonial. Não significam três momentos distintos, mas três facetas de uma
totalidade.
# OBRIGADO: 0
Olá!, sinto a sua presença em todos momentos da minha vida e de tantas
maneiras. Desde a última vez que conversamos, naquela viagem, no entardecer do
domingo... “Eras tu!”
E o obrigado do casal será: “Dou-te graças,
Pai Santo, pela Tatiana que criastes com tanto carinho”. – “Obrigado pelo Cristian, a grande surpresa,
que para mim guardastes...”
# PERDÃO, pelo
que não fomos capazes de entender; pelo que sim, entendemos, mas não
correspondemos, ou não o retomamos ao longo da vida!
# POR FAVOR.
–“Às vezes temos muito o que pedir e noutras nem sabemos como dizer-lhe porque
andamos ocupados em mil coisas quando o urgente sacrifica o essencial.
O Deus da vida, nosso Pai e Mãe,
aquele nos ama, repete para você Tatiana e Cristian e para os padrinhos e
madrinhas que aceitaram ser os seus “anjos protetores” algumas orientações que
não são mandamentos mas oportunidades que a gente não deveria perder:
# O casamento
não significa dois seres humanos olhando eternamente um para o outro. Senão
ambos, de mãos dadas, olhando na direção que querem dar às suas vidas. Sonhar
juntos é começo de uma nova realidade. O amor sobrevive se tem ainda algo a ser
conquistado” (Marcel Proust). Nos amores
passageiros o que se procura são coisas excepcionais: nos amores profundos, o
que se quer é tempo para compartir as coisas de todos os dias, porque as coisas
de todos os dias se tornam excepcionais.
# Não existe
“amor à primeira vista” e sim uma atração que vai se transformando na conquista
constante de toda a vida. Amar não é gostar, mas comprometer-se. É conhecer e
assumir. Gostar é usar (comer uma laranja, saciar-se do outro, mesmo que fique
bagaço no lixo). Amar é entregar-se a si mesmo. Conhecer é reduzir o outro a
uma imagem que cabe no nosso conhecimento. Amar é sair de si mesmo, para que o
outro seja feliz. O verdadeiro amor não se conhece pelo que exige, mas pelo que
oferece.
# Casamento
não é solidão a dois. Nem é “liquidificadora” que transforma as pessoas em
sucos anômalos. O casamento vive e age na base de ser equipe. As pessoas não se
anulam, nem se somam, mas mantendo sua própria identidade, crescem em
progressão geométrica e não aritmética. O casal é formado por parceiros que
continuam sendo diferentes. Não perdem a própria identidade (não há cronagem,
não se fazem fotocopias). Nem deve haver dominação (intelectual, econômica,
afetiva) de um parceiro sobre
outro. Perder a própria identidade é
comprometer a vida em comum, transformando-a em constante fonte de frustrações. Mantendo as diferenças podem
complementar-se, o que significa constantes ajustes, esforços de mutuo
entendimento, autonomia com comunhão. – “O amor consiste em deixar que as
pessoas a quem amamos sejam absolutamente elas mesmas e não em pressioná-las
para que se amoldem à nossa imagem”. Thomas Merton
# Os parceiros
não procurem em mundos distantes as oportunidades que perderam. Descubram as
que existem onde moram agora. Então o habitual se transforma em surpresa.
# O contrario do amor não é o ódio, mas outro
amor incompatível. A agonia do amor é a indiferença.
# O casal que sucumbe
ao consumismo, acaba comprometendo o futuro.
# Os
Padrinhos-madrinhas, os amigos/as são, em primeiro lugar, modelos que sinalizam
o rumo, os que mais ajudam não são os que dão sábios conselhos, mas os que são
coerentes com os valores da fé que professam.
# “Quero amar-te sem oprimir-te; apreciar-te
sem julgar-te; unir-me a ti, sem invadir-te; invitar-te sem exigir; desejar-te
sem impor-me...
Cresceremos constantemente na amizade e
comunhão recíproca, serás feliz e eu também, por causa da tua felicidade”; foi
um bilhete entregue no dia do casamento e lido novamente 47 anos depois, nos
últimos momentos de vida, com um só comentário: + SIM TATIANA, SIM CRISTIAN: VALEU !
Porto Alegre,rs. 16 Novembro 2012.
Encuentro asesores Argentina,em Quilmes
I.
CONJUNTURA ECLESIAL
1. El Papa proclama el año de la fe, el
Sínodo de los obispos debate sobre la
nueva evangelización.
2. Hace 25 años, en Santiago del
Estero, tuvo lugar el Primer Encuentro Nacional de las CEBs de Argentina y
formación de un equipo nacional de articulación, con obispo delegado por la
Conferencia episcopal para acompañar las CEBs.
3. El lema de aquel encuentro ha sido:
CEB UN ROSTRO NUEVO DE LA EVANGELIZACIÓN.
II. PROPUESTA
Nosotros
entramos con una propuesta (“ganarse la interpretación”):
-La
Nueva Evangelización busca que la gente
tenga una vida digna con Jesús de Nazaret. Eso lo formulamos con un objetivo
general:
“ CREAR UN NIVEL ECLESIAL DE BASE (CEBs),
SEGÚN EL MODELO DEL VATICANO II,
CON UN NUEVO PROCESO MISIONERO”
III. SUJETOS
-
“NOSOTROS
CON OTROS”
En se tratando de la
Iglesia, todos los bautizados están llamados a participar.
(Esta es una perspectiva
que no hemos trabajado suficientemente. Ya sabemos que las CEBs son formadas
por bautizados que pueden venir de diferentes movimientos y estructuras
pastorales; en la práctica puede haber quedado la impresión de que se trata de
entrar en una decisión y programación hecha por la articulación de las CEBs,
que ya existe)
Entre los sujetos, vamos a concentrarnos
particularmente, no exclusivamente, en los jóvenes (Jóvenes en las CEBs y no
CEBs de jóvenes); diáconos permanentes; obispos) # Asunto a ser explicado.
IV. MÉTODO
1. No “esperar por”, sino “irse a”
2. Los bautizados dispersos, que
perdieron el contacto sistematico con la estructura eclesial son buscados y
contactados
3. Valorar los encuentros criados por
la misma vida (calendário civil, litúrgico…) y visiteo del equipo “promotor” de CEBs
4. Crear relaciones mas estables con
los bautizados de un área, con la posibilidad de que comiencen a participar de
encuentros, espacios de las CEBs existentes en su área y que lleguen a
quererlas con “su Iglesia” local.
5. Las CEBs que vayan surgiendo, se
orientan por la responsabilidad de una autonomía en comunión (con la gran
Iglesia parroquial, diocesana)
6. Buscarse aliados (ecuménicos,
movimientos, instituciones…) de la causa común (Reino de Dios), y de tareas
específicas locales (superación de la violencia, drogas, apoyo para la salud,
la ciudadanía, la ecología)
V.ESTRATÉGIAS
1.Prioridad en torno a la cuestión de Dios. No sacrificar lo esencial en
función de lo urgente, para nos desconsiderar la urgencia de lo esencial.
2.Aceptar diferentes puntos de partida, pero con una meta común
3.Ver mas lejos: las causas mas que los efectos; los agentes escondidos,
las consecuencias a medio y largo plazo. Los que crearon las crisis no serón
los que van a solucionarlas
4.Ganarse la interpretación.
5.Hacer propuestas. Quien nadie propone, nada alcanza (Mt 25,25). La
mística da sentido a las propuestas. La causa es de Dios.
6.Identificar y hacer aliados. No renunciar a la bandera…
7.Capacitar a los escogidos
8.Minorías abrahámicas, medios pobres encuentran una salida
9.Ser y actuar como equipo
10.Comenzar con lo que está a nuestro alcance. No esta prohibido,
tampoco mandado…
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