A celebração
de um matrimônio é mais que um evento social ou cultural. é uma experiência do
sagrado na vida. Não se trata de algo complicado e inacessível. Ao contrário,
está presente no mais profundo e dinâmica do nosso ser, o amor. E a Escritura hebraica
(assumidas também pelos cristãos), no livro do Cântico dos Cânticos, acolhe o
íntimo da relação conjugal, como metáfora da comunhão com Deus. Essa relação, quanto mais total,
mais simples se manifesta, entre os que se amam, basta um olhar e tudo está
dito e entendido. Três palavras, explicitam e ampliam o universo do amor, seja
na expressão da fé religiosa,
como na vida
matrimonial. Não significam três momentos distintos, mas três facetas de uma
totalidade.
# OBRIGADO: 0
Olá!, sinto a sua presença em todos momentos da minha vida e de tantas
maneiras. Desde a última vez que conversamos, naquela viagem, no entardecer do
domingo... “Eras tu!”
E o obrigado do casal será: “Dou-te graças,
Pai Santo, pela Tatiana que criastes com tanto carinho”. – “Obrigado pelo Cristian, a grande surpresa,
que para mim guardastes...”
# PERDÃO, pelo
que não fomos capazes de entender; pelo que sim, entendemos, mas não
correspondemos, ou não o retomamos ao longo da vida!
# POR FAVOR.
–“Às vezes temos muito o que pedir e noutras nem sabemos como dizer-lhe porque
andamos ocupados em mil coisas quando o urgente sacrifica o essencial.
O Deus da vida, nosso Pai e Mãe,
aquele nos ama, repete para você Tatiana e Cristian e para os padrinhos e
madrinhas que aceitaram ser os seus “anjos protetores” algumas orientações que
não são mandamentos mas oportunidades que a gente não deveria perder:
# O casamento
não significa dois seres humanos olhando eternamente um para o outro. Senão
ambos, de mãos dadas, olhando na direção que querem dar às suas vidas. Sonhar
juntos é começo de uma nova realidade. O amor sobrevive se tem ainda algo a ser
conquistado” (Marcel Proust). Nos amores
passageiros o que se procura são coisas excepcionais: nos amores profundos, o
que se quer é tempo para compartir as coisas de todos os dias, porque as coisas
de todos os dias se tornam excepcionais.
# Não existe
“amor à primeira vista” e sim uma atração que vai se transformando na conquista
constante de toda a vida. Amar não é gostar, mas comprometer-se. É conhecer e
assumir. Gostar é usar (comer uma laranja, saciar-se do outro, mesmo que fique
bagaço no lixo). Amar é entregar-se a si mesmo. Conhecer é reduzir o outro a
uma imagem que cabe no nosso conhecimento. Amar é sair de si mesmo, para que o
outro seja feliz. O verdadeiro amor não se conhece pelo que exige, mas pelo que
oferece.
# Casamento
não é solidão a dois. Nem é “liquidificadora” que transforma as pessoas em
sucos anômalos. O casamento vive e age na base de ser equipe. As pessoas não se
anulam, nem se somam, mas mantendo sua própria identidade, crescem em
progressão geométrica e não aritmética. O casal é formado por parceiros que
continuam sendo diferentes. Não perdem a própria identidade (não há cronagem,
não se fazem fotocopias). Nem deve haver dominação (intelectual, econômica,
afetiva) de um parceiro sobre
outro. Perder a própria identidade é
comprometer a vida em comum, transformando-a em constante fonte de frustrações. Mantendo as diferenças podem
complementar-se, o que significa constantes ajustes, esforços de mutuo
entendimento, autonomia com comunhão. – “O amor consiste em deixar que as
pessoas a quem amamos sejam absolutamente elas mesmas e não em pressioná-las
para que se amoldem à nossa imagem”. Thomas Merton
# Os parceiros
não procurem em mundos distantes as oportunidades que perderam. Descubram as
que existem onde moram agora. Então o habitual se transforma em surpresa.
# O contrario do amor não é o ódio, mas outro
amor incompatível. A agonia do amor é a indiferença.
# O casal que sucumbe
ao consumismo, acaba comprometendo o futuro.
# Os
Padrinhos-madrinhas, os amigos/as são, em primeiro lugar, modelos que sinalizam
o rumo, os que mais ajudam não são os que dão sábios conselhos, mas os que são
coerentes com os valores da fé que professam.
# “Quero amar-te sem oprimir-te; apreciar-te
sem julgar-te; unir-me a ti, sem invadir-te; invitar-te sem exigir; desejar-te
sem impor-me...
Cresceremos constantemente na amizade e
comunhão recíproca, serás feliz e eu também, por causa da tua felicidade”; foi
um bilhete entregue no dia do casamento e lido novamente 47 anos depois, nos
últimos momentos de vida, com um só comentário: + SIM TATIANA, SIM CRISTIAN: VALEU !
Porto Alegre,rs. 16 Novembro 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário