sexta-feira, 17 de agosto de 2012

San Leopoldo, Oportunidad a valorar

OPORTUNIDAD A VALORAR
En la mañana del día 8 de Diciembre de 1965 El Papa Pablo VI, con los Padres Conciliares, los “periti”, los auditores, observadores, y la muchedumbre de peregrinos venidos de todo el mundo, junto con los cristianos de Roma y otros, se reunieron en la Piazza de San Pietro, para la celebración conclusiva del XXI Concilio Ecuménico.
Los brasileños (Padres conciliares y periti, eran más de 250) y rebozaban de euforia. Primero y evidentemente, por la conclusión del Vaticano II. Habían sido sus protagonistas. Segundo, y no menos importante, porque podían volver a sus Iglesias locales, con un Plan de Pastoral de Conjunto, para aplicación de lo que ahora estaban proclamando al mundo.
Estuve entre ellos. He colaborado en la confección del mencionado plan y, mucho más, en su aplicación, en los siguientes años. De modo particular, se me pidió concentrarme en la temática de los ministerios y de las CEBs, que ya se multiplicaban en Brasil, desde la década del 50 (Barra do Pirai, En Natal,rn-S.Paulo do Potengi; Craviñhos, sp; Pirambú,Ce). Y con eso llegamos a la Asamblea de Medellín, en septiembre de 1968, cuando se escribió el inspirado texto del documento 15,10[i].
Las CEBs han sido pensadas como un nuevo y original sujeto en la Iglesia y en la Sociedad. Resultaron limitadas y frágiles de cara a la enormidad de ambas instituciones. Han despertado esperanzas, sospechas y reacciones agresivas desde las indiferencias, que paralizan, hasta la difamación y lucha abierta.
Las buenas sorprezas y amenazas ha sido inherentes al proceso de las CEBs y a las alternativas de crear algo nuevo, en la Iglesia como en la sociedad, sea a nivel local como global.
Sin embargo, como pasa con los nuevos sujetos comunitarios, las CEBs, así como tuvieron acogida y éxitos, también cometieron errores estratégicos.
El congreso académico internacional, que se va a realizar en San Leopoldo, Brasil, por mediación de Unisinos significa, para el caminar eclesial de aplicación del Vaticano II y de las Conferencias Generales del Episcopado Latino Americano, una gran oportunidad de recoger lo mejor de las experiencias realizadas, de hacer la siempre necesaria auto-crítica, de profundizar intuiciones, de discernir lo que el Espíritu está realizando en nuestro tiempo e inspirando a los seguidores de Jesús. Esperamos, pués, encontrarnos con asesores y participantes de CEBs, de Brasil y de todo el mundo, en el próximo Octubre. La misma alegría que comovió a Jesús, al escuchar la gente sencilla y vulnerable, nos espera. Desde ahora lo decimos con El - "Gracias Padre por lo que has revelado a estos...
(Mt 11,25-27 y Lc 10,21-22) José Ferrari Marins, 17 Agosto 2012. Brasil


[i]Con el apoyo del Secretario General y después presidente del CELAM, Cardenal Eduardo Pironio hemos formado un equipo itinerante a servicio de las Iglesias del Continente y Caribe, en línea de aplicación de los documentos aprobados y para acompañar el proceso de las CEBs, en las Iglesias que acaso pidieran asesoría. Han sido cerca de 30 personas (curas, monjas, laicos) de varias nacionalidades y por diferentes periodos, han participado de ese equipo, que todavía sigue activo y ocasionalmente ha colaborado también con Iglesias de Asia (5 veces), Africa (2 veces), Australia (7 veces), Nueva Zelandia (1 vez), USA-America Latina-Caribe (constantemente por 40 años).

Do P. Raimundo Gravel, citando Gerardo Bessiere.


Referências bíblicas:
1ª leitura: PR 9,1-6
2ª leitura: Ef 5,15-20
Evangelho: Jo 6,51-58

Esta semana entramos na segunda parte do discurso sobre o Pão da Vida. Com a última frase do domingo passado e a primeira deste domingo: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá para sempre. E o pão que eu vou dar é a minha própria carne, para que o mundo tenha a vida“ (Jo 6,51), assistimos a uma nova revolta dos judeus, isto é, daqueles que não acreditam em Cristo: “Como pode esse homem dar-nos a sua carne para comer?” (Jo 6,52). E o evangelista continua: “Se vocês não comem a carne do Filho do Homem e não bebem o seu sangue, não terão a vida em vocês“ (Jo 6,53). Não pode estar mais claro: para viver eternamente, para ressuscitar, é preciso comer e beber o sangue do Cristo da Páscoa. Mas por que tanta insistência? O que quer dizer tudo isso? O que reter desta narrativa de hoje?
1. A carne e o sangue. A carne é uma expressão semítica que significa o ser humano todo, inteiro, na sua materialidade. É uma palavra mais forte, mais concreta do que a palavra corpo. Ela quer significar o que vemos do ser humano vivente, seu aspecto exterior, corporal, terrestre. E quando falamos: a carne entregue e o sangue derramado é uma referência à morte de Jesus de Nazaré sobre a cruz da Sexta-Feira Santa.
Se a carne é o aspecto material do ser humano, por que São João insiste tanto nessa palavra? No tempo do evangelista João, no fim do século I, início do século II, existia uma corrente de pensamento que se chama docetismo: uma doutrina que afirmava que o Cristo “parecia” humano, pois ele era Filho de Deus. O evangelista João quer combater essa corrente de pensamento herético. Não é por nada que bem no início do seu evangelho, no seu prólogo, São João escreve: “No começo a Palavra já existia: a Palavra estava voltada para Deus, e a Palavra era Deus“ (Jo 1,1). E um pouco mais longe, ele escreve: “E a Palavra se fez homem e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade“ (Jo 1,14).
2. Comer a carne e beber o sangue. O que quer dizer isso? É evidente que não se trata de canibalismo. Os verbos comer e beber se utilizam também no sentido figurado. Quando alguém fala bem, não dizemos que bebemos suas palavras e que devoramos um livro que achamos interessante? Então, comer a carne e beber o sangue de Cristo é para nos alimentarmos da vida e da morte daquele que se tornou Cristo e Senhor da Páscoa. É nos alimentarmos do que ele foi durante a sua vida mortal: um homem de coração, de perdão, de misericórdia, um revolucionário da religião, um profeta, uma pessoa que cura, que nos liberta, alguém que nos ensinou a amar de verdade... para tornarmos o que ele próprio se tornou: um Ressuscitado, um Cristo, um Senhor, um Filho de Deus. São João escreve: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e eu vivo nele“ (Jo 6,56). No fundo, nós nos tornamos como Cristo. Em seu prólogo, São João fala claramente: “Ela, porém, deu o poder de se tornarem filhos de Deus a todos aqueles que a receberam, isto é, àqueles que acreditam no seu nome. Estes não nasceram do sangue, nem do impulso da carne, nem do desejo do homem, mas nasceram de Deus“ (Jo 1,12-13).
Quando comemos a carne e bebemos o sangue de Cristo, quando nos nutrimos da sua humanidade, há como uma transformação e uma fusão que se operam em nós, na nossa humanidade, para tornarmos o que ele é: um Ressuscitado, um Cristo, um Senhor. Não é em vão que Santo Agostinho dizia da Eucaristia: “Tornem-se o que vocês comem! Vocês comem o Corpo de Cristo, tornem-se Corpo de Cristo!”.
O teólogo francês Gérard Bessière resume bem o que significa comer a carne e beber o sangue de Cristo: “A carne e o sangue, em hebreu como em arameu, é o homem concreto, frágil, vulnerável. Desde o início do evangelho de João podemos ler: ‘O Verbo se fez carne’. Não se trata de um organismo sem alma nem espírito. Essas palavras afirmavam que a Palavra de Deus era, doravante, uma pessoa, esse Jesus que tinham visto caminhar, perdoar, curar, libertar, no nome de Deus que ama e que procura a ovelha perdida. Esse Jesus que seus inimigos encravaram numa cruz: carne e sangue... Com ele, doravante, a Palavra de Deus não era mais somente uma mensagem: seria uma vida, a vida de um carpinteiro que agitou a sociedade e mesmo a sua religião para abrir um novo caminho, com Deus, para o futuro humano. Não era uma abstração, mas um homem concreto, de quem os evangelhos lembram seu agir para sempre inovador. Àqueles que estavam tentados de olhar para um ser celeste, longe da existência quotidiana, as parábolas sanguinolentas do evangelho de João lembram que a verdadeira vida não está na evasão nas nuvens. Seguir Jesus é receber dele maneiras novas de pensar, de sentir, de agir. Entre ele e nós há uma transfusão de vida”.
E isso me leva ao meu último ponto: a Eucaristia!
3. A Eucaristia. É evidente que o discurso de São João sobre o Pão da Vida faz referência à Eucaristia que se celebrava já nessa comunidade. Na missa somos convidados para duas mesas: a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia. Pela escuta da Palavra nós comemos essa Palavra que nos dá vida, para tornarmos Palavra de vida, de amor e de esperança para todas e todos os que nós encontramos nas nossas vidas. E, pela comunhão com o pão eucarístico, comemos esse pão que é a vida entregue de Cristo, para tornarmos, por nossa vez, pão de vida para os outros; isto é, entregar a nossa vida àquelas e àqueles que nós reencontramos nas nossas vidas.
Não é por nada que a Eucaristia deve nos transformar se queremos transformar os outros. Se a missa não nos transforma, se ela não nos faz termos mais amor, mais justiça, mais paz, mais esperança, mais perdão, mais reconciliação, mais tolerância, mais respeito das nossas diferenças, mais aceitação dos nossos limites e das nossas fragilidades humanas e daquelas dos outros, mais, mais, mais VIDA, a missa é inútil e assistimos em vão.
Além do mais, por alguma acrobacia perversa, chegamos a proibir que algumas pessoas participem da Eucaristia? Quem não é digno de se aproximar da mesa eucarística? Os divorciados e casados de novo? Os homossexuais? Os feridos da vida? As pessoas em situação de pecado? Para responder a essas perguntas precisamos ler São Paulo, na primeira Carta aos Coríntios, capítulo 11, versículos 17 a 34, onde São Paulo nos fala da indignidade em relação à Eucaristia. De que indignidade será que ele nos fala? Ele diz: “Por isso, todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor“ (v. 27). Será que se trata das pessoas divorciadas que ousam se aproximar da mesa eucarística? Ou será que fala dos homossexuais que vivem uma relação amorosa com uma pessoa do mesmo sexo? Não! É tudo o contrário: segundo São Paulo, trata-se daquelas e daqueles que rejeitam partilhar com os outros, sobretudo com os mais desprovidos e com os mais feridos da vida. Ele diz: “De fato, quando se reúnem, o que vocês fazem não é comer a Ceia do Senhor, porque cada um se apressa em comer a sua própria ceia. E, enquanto um passa fome, outro fica embriagado. Será que vocês não têm suas casas onde comer e beber? Ou desprezam a Igreja de Deus e querem envergonhar aqueles que nada têm? O que vou dizer para vocês? Devo elogiá-los? Não! Nesse ponto não os elogio“ (vs. 20 a 22).
Então, se entendo bem São Paulo, os que são indignos de comungar na missa são os que proíbem os outros, em nome do seu prestígio e da sua autoridade... Isso é grave, vocês sabem! Pois impedem as pessoas de se nutrirem do Cristo, e frequentemente são as pessoas que mais o precisariam...
Neste domingo de “glória”, que todas aquelas e todos aqueles que acreditam que o Cristo é Pão da Vida e que querem se alimentar para se tornar Pão da Vida se aproximem da mesa eucarística e comuniquem a sua dignidade e glória... Todas essas pessoas são Corpo de Cristo Ressuscitado!

Unir Esfuerzos-Congresso Unicinos Brasil


   



             UNIR ESFUERZOS  (P.José Ferrari Marins)

Nuestro vuelo de Delta Airlines estaba comenzando. Éramos el tercero en prioridad para despegar. Las turbinas a todo dar y el Boeing 737 se largó ganando velocidad y… sentimos que “nuestro” piloto hacía una maniobra de última hora, para abordar el vuelo. Cualquier persona, con un poco de experiencia, sabe que despegar o aterrizar, son los momentos más peligrosos de cualquier viaje aéreo. Los pasajeros miraban por las ventanillas, como para descubrir lo que pasaba. El silencio era intenso. Felizmente se volvió a una velocidad segura y la aeronave, lentamente se acercó del pateo de maniobras. La voz del comandante nos explicó: -“Tenemos que revisar los frenos, que se manifestaron fuera de hora y lejos de ayudarnos, podrían haber causado un grave desastre. El vuelo podrá sufrir un pequeño retraso, pero no será cancelado!”. Instintivamente todos lo aplaudimos.

        El evento que acabo de mencionar, me sirvió como una clave de interpretación de lo que me acaban de comunicar: Intentos de cancelar el Congreso Teológico académico, que está en preparación para Octubre próximo en Unicinos, San Leopoldo, RS, Brasil.

       Quien está en CEBs, pastorales sociales y otros espacios eclesiales buscando alternativas para mayor fidelidad al proyecto de Jesús (Reino), se pregunta: - Por qué pretenden desautorizar cualquier reflexión ligada a lo que ha sido oficialmente lanzado por la Asamblea General del Episcopado latino americano y Caribeño en Medellín (Doc. 15,10), y apoyada por las tres siguientes asambleas del mismo Episcopado; también avaladas por las encíclicas papales de Paulo VI (Evangelii Nuntiandi) y Juan Pablo II (Redemptoris Missio).

      El caminar eclesial en las instancias más cercanas a la vida (que llamamos de base), sufren constantemente tensiones, de parte de los poderes económicos, políticos y de tradiciones religiosas no católicas. Necesita de espacio para poder evaluar sus pasos, hacer auto-críticas, evaluar objetivamente los éxitos y nuevas perspectivas. El Congreso de Unicinos abre esa oportunidad.

       Es triste, que antes de comenzar a trabajar, buscando asesorías y compartiendo experiencias,  ya pese sobre los participantes y asesores del congreso, desconfianza e intentos de agresión ideológica. Sería una nueva modalidad de la desastrosa guerra preventiva del presidente Busch?

                                              P. José Ferrari Marins

                                                        Brasil 

                                              16 de agosto de 2012           

          

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Corruptos. Leonardo Boff


Corrupto: quem tem o coração rompido. Artigo de Leonardo Boff

A teologia tem algo a dizer sobre a corrupção?

Sim, afirma Leonardo Boff, filósofo, teólogo e escritor, em artigo publicado no Jornal do Brasil, 13-08-2012.

Eis o artigo.

A indignação generalizada face à corrupção no Brasil e no mundo está dando lugar à resignação e ao descaso. Pois a impunidade é tão vulgarizada que a maioria já descrê de qualquer solução.

Sobre este fato a teologia tem algo a dizer. Ela sustenta que a atual condição humana é dilacerada e decadente (infralapsárica se diz no dialeto teológico), consequência de um ato de corrupção. Segundo a narrativa bíblica, a serpente corrompeu a mulher; a mulher corrompeu o homem; e ambos nos deixaram um legado de corrupções sobre corrupções a ponto de Deus mesmo “ter-se arrependido de ter criado o ser humano na Terra” como nos lembra o texto do Gênesis (6,6). Somos filhos e filhas de uma corrupção originária.

Alegava-se, nos espaços cristãos, que todo mal se deriva dessa corrupção originária, chamada de pecado original. Mas essa expressão se tornou estranha aos ouvidos modernos. São poucos os que se reportam a ela.

Mesmo assim, ouso resgatá-la, pois contém uma verdade inegável, atestada pela reflexão filosófica de um Sartre e mesmo pelo rigorismo filosófico de Kant, segundo o qual “o ser humano é um lenho tão torto que dele não se podem tirar tábuas retas”.

Importa anotar que é um termo criado pela teologia. Não se encontra como tal na Bíblia. Foi Santo Agostinho em diálogo epistolar com São Jerônimo que o inventou. Com a expressão “pecado original” não pretendia falar do passado. O “original” não tinha a ver com as origens primeras da história humana. Com ela Santo Agostinho queria falar do presente: a atual situação do ser humano, em seu nível mais profundo é perversa e marcada por uma distorção que atinge as origens de sua existência (dai “original”). Fez a sua filologia da palavra “corrupto”: é ter um coração (cor) rompido (ruptus, de rompere).

Somos portadores, portanto, de uma rachadura interna que equivale a uma dilaceração do coração. Em palavras modernas: somos dia-bólicos e sim-bólicos, sapientes e dementes, capazes de amor e de ódio.

Esta é a atual condition humaine. Mas por curiosidade, perguntava Santo Agostinho: quando ela começou? Ele mesmo responde: desde que conhecemos o ser humano: desde as “origens” (daí o segundo sentido de “original”). Mas ele não confere importância a esta questão. O importante é saber que aqui e agora somos seres corruptos, corruptíveis e corruptores. E que cremos em alguém, o Cristo, que nos pode libertar desta situação.

Mas onde se manifesta mais visivelmente este estado de corrupção? Quem nos responde é o famoso e católico Lord Acton (l1843-1902): é nos portadores de poder. Enfaticamente afirma:”meu dogma é a geral maldade dos homens de poder; são os que mais se corrompem”. E fez uma afirmação sempre repetida: "o poder tem a tendência a se corromper e o absoluto poder corrompe absolutamente". Por que, exatamente, o poder? Porque é um dos arquétipos mais poderosos e tentadores da psiqué humana; dá-nos o sentimento de onipotência e de sermos um pequeno “deus”. Por isso Hobbes no seu Levitã (1651) nos confirma: “Assinalo, como tendência geral de todos os homens, um perpétuo e irrequieto desejo de poder e de mais poder que cessa apenas com a morte; a razão disso reside no fato de que não se pode garantir o poder senão buscando ainda mais poder”.

Esse poder se materializa no dinheiro. Por isso as corrupções que estamos assistindo envolvem sempre dinheiro e mais dinheiro. Diz um dito de Ghana: "a boca ri mas o dinheiro ri melhor". O corrupto crê nesta ilusão.

Até hoje não achamos cura para esta ferida interior. Só podemos diminuir-lhe a sangria. Creio que, no termo, vale o método bíblico: desmascarar o corrupto, deixando-o nu diante de sua corrupção e a pura e simples expulsão do paraíso, quer dizer, tirar o corruptor e o corrompido da sociedade e metê-los na prisão.


terça-feira, 14 de agosto de 2012

As parábolas de Jesus


O ensino de Jesus por meio de parábolas.

Gilvander Luís Moreira

Um aspecto importante do ensinamento de Jesus era o seu jeito bem popular de ensinar por meio de parábolas. Os quatro evangelhos conservaram muitas parábolas. Dezenas! Algumas, bem grandes, outras, bem pequenas, às vezes, de uma ou duas palavras. Geralmente, quando terminava de contar uma parábola, Jesus não explicava, mas costumava dizer: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!” (Mt 11,15; 13,9.43; Mc 4,9.23; 7,16; Lc 8,8; 14,35) Ou seja: “É isso! Vocês ouviram. Agora, tratem de entender!”. O pessoal gostava desse jeito de ensinar, porque Jesus acreditava na capacidade do povo de descobrir o sentido das parábolas. De vez em quando, sozinho ou em casa, ele explicava as parábolas para os discípulos (Mc 4,10; 7,17-18).

Uma Parábola é uma comparação. Jesus compara as coisas de Deus, que não são tão evidentes, com as coisas da vida que o povo conhece e experimenta na sua luta diária pela sobrevivência. Por exemplo, o agricultor que escuta a parábola da semente, diz: “Semente, eu sei o que é! Mas Jesus diz que isso tem a ver com o Reino de Deus. O que será que ele quis dizer com isto?”. E aí você pode imaginar as longas conversas do povo em torno das parábolas que Jesus contava.

A parábola provoca e, às vezes, desconcerta. Em algumas parábolas acontecem coisas que não costumam acontecer na vida. Por exemplo, onde se viu um pastor de cem ovelhas abandonar noventa e nove no deserto para encontrar aquela única que se perdeu? (Lc 15,4) Onde se viu um pai acolher com festa o filho devasso, sem lhe dizer uma só palavra de repreensão? (Lc 15,20-24). Onde se viu um samaritano ser melhor que um levita e um sacerdote? (Lc 10,29-37). Jesus provoca os ouvintes a pensar! A parábola é uma forma participativa de ensinar, de educar. Não dá tudo trocado em miúdo. Não faz saber, mas faz descobrir. Ela leva a pessoa a refletir sobre sua própria experiência de vida e a descobrir nela a presença do Reino de Deus. Os doutores ensinavam que o Reino só viria como fruto da observância perfeita da lei de Deus. Jesus dizia o contrário: “O Reino de Deus já está chegando” (Mc 1,15). “O Reino já está no meio de vocês!” (Lc 17,21). Por meio das parábolas, Jesus ajudava o povo a descobrir a presença do Reino na vida. Esta era a novidade da Boa Nova trazida por Jesus, diferente do ensino dos doutores (Mc 1,22.27).

A parábola faz o povo enxergar melhor, faz da pessoa uma observadora crítica da realidade. Certa vez, um bispo perguntou na comunidade: “Jesus falou que devemos ser como sal. Para que serve o sal?”. Discutiram e, no fim, encontraram mais de dez finalidades para o sal! Aí foram aplicar tudo isto à vida da própria comunidade e descobriram que ser sal  não é tão fácil. É difícil e exigente! A parábola funcionou. Ajudou-os a dar um passo. Iniciaram a travessia para um novo modo de viver e conviver.

Jesus tinha uma capacidade muito grande de comparar as coisas de Deus com as coisas mais simples da vida do povo. Isto supõe duas coisas que marcam a pedagogia de Jesus: estar bem por dentro das coisas da vida do povo, e estar bem por dentro das coisas de Deus, do Reino de Deus. Jesus sabia unir as duas coisas, porque ele vivia imerso em Deus e na realidade da vida do povo. Ele era de Deus no meio do povo, e era do povo na sua relação com Deus.

Resumindo: uma parábola apresenta as seguintes características: a) Fala do cotidiano das pessoas. b) Retrata a realidade tal e qual. c) Emerge da realidade, mas não a reproduz, transforma-a. d) Fala de si mesmo e por si mesmo. e) Provoca e interpela. f) Convoca para pensar. g) Tem um quê de impensado, imprevisto e, às vezes, de escandaloso.

Realmente, o ensino de Jesus era diferente do ensino dos escribas. Era uma Boa Nova para os pobres, porque Jesus revelava um novo rosto de Deus, no qual o povo se re-conhecia e com o qual se alegrava. “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado!“ (Lc 10,21).

No Evangelho de Lucas, logo depois deste louvor de agradecimento ao Pai (Lc 10,21-24), que mostra o contraste entre entendidos e pequeninos, segue a parábola do Bom Samaritano.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A fração do pão. Frei J.Ariovaldo da Silva, ofm.

 A fração do pão na missa
Uma ação litúrgica que merece ser compreendida para melhor ser vivida

  Jesus, na última ceia, realizou três ações importantes que se perpetuaram na Igreja. Primeira ação: pegou o pão, pegou o cálice com vinho. Segunda ação: deu graças. Terceira ação: partiu (repartiu) o pão. E mandou realizar essas ações em sua memória. Os cristãos obedeceram ao Senhor e, como resultado, cada uma dessas ações evoluiu para uma ação litúrgica específica no conjunto da celebração eucarística. A primeira ação do Senhor (pegou o pão, pegou o cálice com vinho) evoluiu para toda a ação litúrgica da preparação das oferendas (“ofertório”): desde a procissão levando as oferendas do pão e do vinho para o altar, até a oração sobre as oferendas.

A segunda ação do Senhor (deu graças) evoluiu para a ação litúrgica da grande Oração Eucarística: desde a saudação e convite a “dar graças”, até o “Amém” final, cantado por toda a assembléia. A terceira ação do Senhor (partiu, repartiu o pão) evoluiu também para uma ação litúrgica bem específica: a “fração do pão”. É o momento em que o sacerdote, antes da comunhão, pega o pão consagrado e parte-o (em pequenos pedaços, se for o caso, para ser também distribuído).

Trata-se de uma ação litúrgica de suma importância, mas ainda muito pouco valorizada. É realizada muitas vezes de qualquer jeito, sem expressão, às pressas, em plena movimentação do abraço da paz, de tal maneira que o povo nem percebe. E por que não é valorizada? Porque ainda não atinamos com o seu profundo sentido antropológico e teológico. Ela merece ser compreendida para melhor ser vivida nas comunidades cristãs.

 Um questionamento a partir do humano



Todos já participamos de uma festa de aniversário. Num dado momento da festa, acontece uma significativa ação ritual que marca o ponto alto do evento. É o momento de cortar o bolo. Observemos o que acontece. Todos se reúnem ao redor da mesa. Acendem-se as velinhas. O aniversariante se posta diante daquele maravilhoso “símbolo” de sua vida. Instante de expectativa e emoção. Os olhares de todos se concentram brilhantes sobre o bolo iluminado e sobre o aniversariante feliz, como se ambos fossem um só. Canta-se, com entusiasmo, o “Parabéns a você”.

O aniversariante apaga as velas, sob estrondosos vivas e salvas de palmas. E aí vem o momento alto, acompanhado novamente de vivas e mais aplausos: a ação “ritual” de cortar o bolo, que depois é distribuído a todos. Então, a gente pergunta: e, na Missa, no momento da fração do pão, não seria natural que tivéssemos uma “vibração” pelo menos um pouco parecida? Como é valorizada a ação simbólico-ritual do “partir o pão” em nossas Missas? Qual é a “vibração” dos cristãos em relação a esse momento especial da Missa? Como é o olhar de todos sobre o gesto de partir o pão sagrado? Dá para vibrar?



O primeiro nome da Missa era “Fração do Pão




Pelo jeito, temos que acordar e aprender (mesmo!) a valorizar mais o momento da fração do pão na Missa. Afinal de contas, “Fração do Pão” foi o primeiro nome da celebração eucarística. E o Catecismo da Igreja Católica nos apresenta os motivos: a Missa se chamou “Fração do Pão”, porque esse rito, próprio da refeição judaica, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como presidente da mesa (cf. Mt 14,19; 15,36; Mc 8, 6-19), sobretudo por ocasião da Última Ceia (cf. Mt 26,26; 1Cor 11,24).

É por esse gesto que os discípulos o reconhecerão após a ressurreição (cf. Lc 24,13-35), e é com essa expressão que os primeiros cristãos designarão suas assembléias eucarísticas (cf. At 2,42-46; 20,7-11). Com isso querem dizer que todos os que comem do único pão partido, Cristo, entram em comunhão com Ele e já não formam senão um só corpo nele (cf. cf. 1Cor 10,16-17) (n.º 1329).



Um sentido teológico por trás do gesto da “fração do pão”




Outro motivo para valorizar mais o gesto da “fração do pão”: proveniente da tradição mais antiga da grande família cristã, que é a Igreja, trata-se de uma ação litúrgica profundamente simbólica e de grande densidade teológica. Comecemos relembrando o que Jesus fez e disse na última ceia. Ele partiu o pão e disse: “Isto é o meu corpo entregue em favor de vocês... Façam isso em memória de mim”. Meu corpo entregue!... Realmente, na cruz, seu corpo foi entregue, quebrado e partido em favor de todos nós.

E esse mesmo corpo, agora ressuscitado, continua sendo entregue e partido em nosso favor. Quando? Quando nos reunimos para o memorial de sua paixão, morte, ressurreição, ascensão e dom do Espírito, na Missa, nossa Ceia com o Senhor. Então, o que acontece: o rito da fração do pão nos torna visível o mistério da morte e ressurreição de Jesus, pelo qual aconteceu o esmagamento do pecado do mundo e a vitória sobre a morte. Em outras palavras, ao ver na Missa como o pão é partido, contemplamos o mistério da morte e ressurreição de Jesus, seu corpo entregue (estraçalhado) na cruz e agora repartido entre nós, para nossa salvação. E tudo isso sem Ele falar, nem reclamar de nada.

É impressionante seu silêncio. É como um cordeiro que, ao ser sacrificado, fica em total silêncio, não dá um gemido. Por isso que, ao olhar o pão sendo partido, na ação litúrgica da fração do pão, muito cedo as comunidades cristãs, impressionadas com o que viam, começaram a cantar: “Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós”. E tudo sem nos esquecermos também do sangue do Cordeiro derramado que, agora, depois da ressurreição, não está separado do corpo, mas unido. Por isso que, ao partir o pão consagrado, o sacerdote coloca um pedaço no cálice, rezando em silêncio: “Esta união do Corpo e do Sangue de Jesus, o Cristo e Senhor nosso, que vamos receber, nos sirva para a vida eterna”.



Concluindo




Os desafios em relação ao gesto litúrgico da fração do pão já se evidenciaram de alguma maneira. Seu sentido humano e teológico nos provoca a valorizá-lo melhor para melhor ser vivido. Se assim o fizermos, como, aliás, nos orienta a Igreja na Instrução Geral ao Missal Romano, “o gesto da fração do pão... (com certeza) manifestará mais claramente o valor e a importância do sinal da unidade de todos num só corpo, e da caridade fraterna pelo fato de um único pão ser repartido entre os irmãos” (n.º 283).




sábado, 11 de agosto de 2012

Homilia 121 Agosto 2012, Salt Lake City. Utah


HOMILIA DOMINGO 12 AGOSTO 2012. Utah.Salt Lake City.USA

Vamos a reflexionar sobre las Lecturas de hoy, con algunas historias:

# José Antonio llegó a nuestro colegio, con una cara misteriosa y alegre.

-    Y que te pasa? Sacaste la lotería… Mucho más… Ustedes sabes que el Papa va a ir a Brasil…

-    Y te invitaron a ir con el?

-    No. Todavía mejor. Me pidieron para darle unas clases de portugués, así que voy a estar yo y el por dos semanas, todos los días!

-    Caramba. Nos vas a contar después como es el bajo tu comando!



Tiene mucho a ver con el Evangelio de Juan que venimos meditando en las últimas semanas… “Nadie ha visto el Padre sino yo…”

Jesús, casi a cada día, revelaba algo de su Padre… es bueno, lleno de misericordia, somos su familia, nos invitará a estar para siempre con El…



# Otra referencia – en la última semana nos presentaron fotos del Planeta Marte. Muchas semanas de viaje y la sonda espacial nos hace conocer algo de el…

-    Sabemos que no hay que irse tan lejos, para estar con Jesús. En efecto el está en la comunidad reunida en su nombre, esta en el que sufre, en la Palabra Revelada, en el equipo misionero, en la Eucaristía.

# Para ver un médico y ser por el ayudado, hay que pedir consulta y esperar y además pagar mucho.

-    Jesús está disponible a cualquier hora y hasta nos hace visita en la casa.

# A veces se me devuelve un mensaje de amistad que envié a un amigo, cuando había perdido su mamá… - Su computadora ya no tiene espacio!.

-    Hay que sacar lo que esta ocupando lugar y no vale la pena. Por eso perdemos preciosas presencias de Dios.



El mensaje de hoy, que la Iglesia coloca con la lectura de la Carta a la comunidad de los Efesios nos dice:

-    No entristezcan al Espíritu, que Dios ya colocó en ustedes como posibilidad de conexión…Arranquen de raíz entre ustedes, los disgustos, los arrebatos, el enojo, las ofensas y toda clase de maldad.  Muéstrense buenos unos con otros, ayudándose mutuamente como Dios hace con Uds. Por Jesús. Como hijos-as amadísimos de Dios, esfuércense por imitarlo.