terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Jean Varnier, fundador da "Arca"

A minha grande sorte é a vida comunitária.  A minha identidade não está no "fazer". O que eu vivo é da ordem da comunhão. Não há maior felicidade do que não ter mais necessidade de provar nada a ninguém, mas de ser amado assim como se é. Tudo ficou mais simples. Eu não poderia estar mais feliz...

Na vida cotidiana, percebi que, para acolher e amar uma pessoa ferida, a minha motivação não era suficiente. Eu tinha que tomar consciência da minha fraqueza. Acima de tudo, entendi que eu não podia agir sozinho, que eu precisava dos outros.
Como se aprende a se tornar fraco?

Se me encontro diante de uma pessoa que sofre do mal de Alzheimer, por exemplo, sou pobre, não tenho nada a fazer a não ser tomar a sua mão, sorrir, cantarolar ou "esboçar" um passo de dança.



Seja criança ou velho, a fraqueza não é felicidade se não se é amado. É o inferno. É preciso que o velho seja amado por aquilo que é, não por aquilo que faz, de alguém que lhe diga: "Eu amo você como você é".

Esse é o centro da mensagem evangélica?

Deus se revela na fraqueza e na vulnerabilidade. Eu descubro quem Jesus realmente é quando eu descubro que sou fraco e que preciso de um Salvador que me salve dos meus medos e das minhas atitudes compulsivas. Que me ajude sobretudo a aceitá-los, isto é, que as coisas não mudarão rapidamente, como podemos desejar. Devo aceitar a minha realidade, isto é, que eu não sou perfeito. É preciso aceitar a própria fraqueza. Nisso está a verdadeira beleza do ser humano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário