sábado, 20 de outubro de 2012

Fazem 50 anos, de Martin Descalzo

Quinta, 18 de outubro de 2012

Concílio Vaticano II. “A primavera chegou”

“É assim que em um 11 de outubro de 1962, no meio do outono, para a Igreja nasceu uma nova e inesperada primavera. O sol que brilha nas alturas no momento de escrever estas linhas, o belo céu romano que acolheu pela primeira vez sob a sua cúpula 2.500 bispos de todo o mundo, são testemunhas: a primavera chegou. A nave do Concílio começou a singrar”, escreve José Luis Martín Descalzo, em sua crônica sobre o significado do Concílio Vaticano II. A crônica está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 13-10-2012. A tradução é do Cepat.

Eis a crônica.

São 8h35: começa a aventura mais solene do século.

O Concílio Vaticano I terminou com uma impressionante tempestade. O Vaticano II teve como prólogo um aguaceiro sem fim. Toda a tarde de ontem – depois de alguns belos dias de outono – o céu de Roma se viu obscurecido por uma forte chuva. Como se a Providência tratasse de encadear este Concílio com o precedente.

- Se continuar assim, amanhã a chuva vai “estragar” o cortejo da praça – comenta alguém.

- Bah! – respondem ao meu lado: isto João XXIII resolve com 10 minutos de oração.

Não sei se o Papa rezaria ou não por este assunto. O certo é que esta manhã, ao abrir a janela do meu quarto, às 7h, o solo ainda estava úmido, da recente chuva; mas já no céu um sol tímido lutava com a branda neblina da manhã.

Meia hora depois, todas as ruas adjacentes à Praça São Pedro vomitavam caravanas de peregrinos. E, entre eles, andando, de carro, com sobrepelizes brancas, com capas vermelhas, com simples batinas e os ornamentos debaixo do braço, bispos, cardeais, patriarcas, meninos e embaixadores se encaminhavam para a basílica.

Diante de mim cruzam as sandálias de algumas Irmãs de Foucauld e a resplandecente púrpura do cardeal Quiroga, uma moça arrastada por sua mãe e uma velha jornalista americana, a quem empurram em um carrinho de rodas. Há em todos os olhos uma cintilante alegria, no qual se misturam o gozo de assistir a um inesquecível acontecimento sobrenatural com a pressa de conseguir um bom lugar na basílica.

Quando os nossos crachás de Imprensa nos abrem passagem para o interior, aqueles que deverão permanecer na praça nos olham com inveja. Falta uma hora para o início da cerimônia e há diante da basílica cerca de 100 mil pessoas.

O interior da Praça São Pedro era um prodígio de luz e cor. Excessivo? Sim, um pouco excessivo; mas não íamos apenas para celebrar uma liturgia, mas também para uma festa. Um quê de decoração teatral quase lhe ia bem.

Na Aula Conciliar alguns monsenhores revisavam os últimos detalhes. Os membros das 85 missões iam chegando com suas faixas nacionais, com suas franjas levemente fora do lugar. E, diante da tribuna das Embaixadas, os 28 observadores, sobre os quais se voltam todos os olhares neste momento. O que estariam estes homens pensando agora? O que sentirão diante deste prodigioso espetáculo de unidade? Saberão adivinhar, por trás do esplendor das cortinas, a simplicidade do Pescador, a de todos os verdadeiros católicos?

Por meio de um pequeno transmissor tentamos acompanhar a cerimônia que está sendo celebrada neste momento na Capela Sistina. Mal o conseguimos. A basílica está materialmente coberta de cabos elétricos e telefônicos que convertem em som as emissões da Rádio Vaticana. Conseguimos por fim ouvir o “Ave Maris Stella”, com o qual começa a cerimônia. São 8h35. Sob a invocação de Maria, a esposa do carpinteiro, começa a mais solene aventura do século. Boa estrela do mar vai nos conduzir.

Um rio de mitras brancas começou a entrar na basílica. Uma procissão de um quilômetro, semelhante a um desfile de barcos no mar. Vistas da cúpula nos dariam, depois, uma impressão de tochas oscilantes.

E, finalmente – são 9h30 –, o Papa chega. Todos o vimos: entrou chorando. Seus olhos alegres brilhavam hoje mais do que nunca entre as lágrimas de felicidade.

Toda a basílica se pôs, então, de pé. Um cardeal pediu os binóculos ao seu secretário e os dirigiu para a figura do Papa. Quatro dos observadores foram tomados pela curiosidade, abandonaram seus lugares e se precipitaram materialmente para o centro para ver a chegada do Papa. E os inflexíveis guardas suíços, talvez pela primeira vez, quebraram o protocolo deixando-os passar.

Os bispos estavam em dúvidas se aplaudiam o Papa no momento em que passasse diante deles; um ou outro o fazia como com medo de faltar ao respeito à mitra que tinha entre as mãos. Os prelados se entreolhavam um pouco indecisos, sem saber o que fazer. “Na hora da verdade, em relação aos Concílios somos todos novatos”, me dizia ontem um deles. Centenas de fotógrafos improvisados disparavam suas máquinas. E os profissionais, com suas teleobjetivas, longas como canhões, apontavam sem cessar para todos como se de um momento para o outro o Concílio fosse terminar.

Depois voltou a calma à basílica e começou a mais solene missa que recorde a História. Só a presença de Jesus fez mais soberanamente solene a da primeira Quinta-feira Santa. Ou talvez era simplesmente a mesma cerimônia que se prolongava 20 séculos depois? Sim, isto era o mais belo que ali estava acontecendo. Não o esplendor, não o número, nem as luzes, nem as cores.

Sentia-se que o mais importante da cerimônia era o calor que nos unia a todos, uns aos outros, os vivos e os mortos, subindo ao longo da história dos 20 Concílios até chegar ao dia em que Jesus enviou os seus apóstolos a pregar.

Sentia-se ali, viva como nunca, a alegria de ser filho da Igreja. E via esta Mãe, mais bela que nunca, adornada, não com ouro, nem tapetes, mas com as quatro joias únicas de sua unidade, de sua santidade, de sua catolicidade e de sua conexão direta com os apóstolos.

A procissão dos bispos e a oração unânime do Credo cantavam a unidade da Igreja; todos irmanados em uma mesma fé, em uma inalterável devoção ao Romano Pontífice, ao ancião que, sob o baldaquino, ria entre lágrimas. O que pensariam, ao contemplar isso, os 28 observadores? Não cruzaria por seu coração a mais viva nostalgia da unidade perdida? Que sentiram no momento em que João XXIII se deteve diante deles e, inclinando-se, os saudou com os braços abertos, com o coração muito mais aberto que os braços?

Ali estava a santa Igreja. Ao longo da missa observei tenaz, curiosa, quase inquisitorialmente, os rostos dos bispos. Eram homens que sabiam rezar, lhes garanto. Mas oravam sem tensão, sem posturas falsamente ascéticas, naturais, humildes. Uma santidade feliz, tanto que, quando durante a oração da ladainha os nomes dos santos ecoaram pela basílica, subiram ao longo dos muros, lamiendo as estátuas dos santos fundadores, sentia-se a divisão entre a Igreja militante que nós formamos e a Igreja triunfante que eles constituem. Eram ambas duas Igrejas triunfantes, uma, que já descansa no triunfo definitivo, e a outra que, dia a dia, constrói o humilde triunfo de Deus sobre a terra.

Ali também estava a Igreja católica, a que não distingue raças, nações, cores, povos, idades, modos de ser nem de pensar. Durante o desfile íamos reconhecendo as figuras mais egrégias ou conhecidas do Episcopado: “Aquele é o bispo de Hiroshima”. “Aquele é da Argélia”. “Aquele, o de Nova Orleans, que há pouco condenou os racistas”. “Aquele é dom Mendoza, o bispo peruano, benjamim do Concílio com seus 34 anos”. “Aquele, dom Carinci, que no dia 09 de novembro fará 100 anos”.

Ali estavam todos, muitos jovens, nascidos mais da metade em nosso século, outros com uma longa ancianidade; muitos com muitos anos de episcopado, dois nomeados há apenas quatro dias. Todos ali: os bispos da cúria romana e o bispo da Nova Zelândia, que percorreu milhares de quilômetros para chegar até aí, mas que não precisou trazer seu coração, que sempre esteve junto ao de Pedro.

Ali estava a Igreja apostólica. No lugar de honra da basílica, a estátua de bronze do apóstolo-pedra, coroada com a tríplice coroa e o anel do Pescador no dedo. Ali seu pé, gastado pelos beijos dos católicos há oito séculos, unidos, empalmados todos os velhos apóstolos, os doze pescadores que um dia abandonaram as redes e começaram a loucura de pregar as bem-aventuranças pelo mundo e que tiveram desde então milhares e milhares de filhos loucos na fé. Ali as tumbas dos Papas contemplariam com gozo esta Igreja pela qual eles lutaram, mas esplendorosa, mais crescida do que nunca, na figura dos 2.488 prelados que participaram da abertura esta manhã.

Sim, sentia-se como nunca, a alegria de ser católico, a felicidade, jamais merecida, de ter sido chamado a esta casa de todos que é Roma.

E na verdade Roma nunca foi tão casa de todos como hoje, às 11h05, enquanto os cardeais, bispos, abades e patriarcas prestavam a obediência a João XXIII. Mas, por acaso era aquilo uma cerimônia de “obediência”? O Papa abraçava a todos, dava-lhes palmadinhas nas costas, falava-lhes um a um, contava-lhes quem sabe quais coisas divertidas, víamos brilhar os dentes brancos de dom Rugamwa entre o sorriso, e as lágrimas correndo pelas bochechas do cardeal Wyszynski, lágrimas de alegria, como as que dissimuladamente o Papa secou pela segunda vez. E isto é a “obediência” entre os católicos? Não há nenhuma soleníssima, séria, adusta inclinação? Não, nada disso, até o beijo dos pés se fazia gesto caseiro, graciosamente filial diante da impressionante humanidade do homem que Deus colocou à frente da sua Igreja.

Em seguida, começaram as ladainhas. Enquanto isso, dei uma volta pelas naves laterais da basílica. Em um dos lugares havia um cavalheiro que parecia uma estampa arrancada do século XVI, com seu vestido barroco, com sua gorjeira branca. Acreditava não ser visto por ninguém. Rezava. Ali, longe da solenidade, do colorido da nave central, em uma pequena capela esquecida, um cristão simplesmente rezava. Nele senti representados os milhares e milhões de cristãos que terão vivido esta manhã “seu” concílio desde “seu” rincão. As monjas de clausura, os missionários que na África ainda sonham em conhecer a televisão, o lavrador que esta manhã teve que sair para arar os campos.

Depois, saí da praça.

Já são passados das 12h e ainda há cerca de 50.000 pessoas que aguardam a saída dos Padres. O céu está aberto, claríssimo, em um destes dias de outono que justamente tornaram famosos os outonos romanos quando o sol é alegre e todas as coisas tomam “uma cor de folha seca”.

A Sala de Imprensa está cheia de jornalistas que não puderam entrar na basílica e acompanham pela televisão a cerimônia. Muitos deles – que escrevem para jornais da tarde – a assistem diante da máquina de escrever, redigindo suas crônicas ao mesmo ritmo em que os acontecimentos se produzem. Ao fundo soam os telex, já comunicando-se com todas as redações do mundo. Há um jornalista que ouço redigindo sua crônica para Genebra por telefone. Outros folheam o discurso do Papa, que acabam de receber já traduzido, antes mesmo de o Papa pronunciá-lo, com o compromisso de honra de não transmiti-lo aos seus jornais antes que o Papa o tenha pronunciado.

Com o discurso em uma mão e um pequeno rádio na outra, me afasto da basílica e me interno nas ruas de Roma. O centro da cidade segue sua vida cotidiana. Os comércios abertos, pessoas sentadas às portas dos bares. “Os romanos – dizem – já viram de tudo”. E são muitos os filhos da Igreja que ainda não descobriram o que está acontecendo.

Ouço as palavras do Papa sobre este transfundo de ônibus, de homens precipitados que vão aos seus negócios, passando na frente de um bar no qual troa a última música da moda. E penso que nunca compreendi melhor a necessidade deste Concílio. Uma injeção de fé é necessária. Sorrio ao ver uma velhinha que vende loteria em um lugar e que está escutando, assim como eu, o discurso em seu rádio. “Você não vai à Praça São Pedro, reverendo” – me pergunta. Eu –acrescento – já teria gostado de ir, mas... é preciso ganhar para comer”.

Volto a me encaminhar na direção da Praça São Pedro, agora mais feliz. Talvez muitos dos que estão longe têm o coração mais próximo do que pensamos. E o discurso do Papa me vai calando fundo. Estou quase pálido de alegria com as coisas maravilhosas que ouço. Sim, isto deverá ser relido com calma, minuciosamente. Porque não é um discurso que se lê apressadamente; é todo o programa para um mundo diferente, um século no qual o mundo e a Igreja não voltarão a ser inimigos. Deverá ser relido, estudado novamente, saboreado, sim.

E eis-me aqui novamente na basílica, a tempo de receber a última bênção do Papa. É 1h20 da tarde. O Papa, traça sobre o mundo a sua bênção, e depois suas mãos fazem um gesto curiosíssimo: joga-as para frente, como se tratasse de empurrar a sua bênção para que chegasse mais longe.

Depois, se afasta, abençoando ainda mais, integralmente feliz, com os olhos luminosos, agora sem lágrimas.

O Concílio começou. Releio agora a preciosa oração que Santo Isidoro de Sevilha escreveu para os Concílios de Toledo e que esta manhã o Papa rezou como abertura deste Vaticano II: “Eis-nos aqui, Senhor, Espírito de Santidade, curvados pelo peso do pecado, mas reunidos em vosso nome. Vinde e permanecei conosco. Purificai os nossos corações; inspirai nossas ações e nossa conduta; mostrai-nos o que devemos fazer para, com a vossa ajuda, fazer inteiramente o que vós queirais. Não permitais que faltemos à justiça, vós que sois a própria equidade. Que a ignorância não nos faça errar, nem a simpatia nos desvie. Que nem o interesse nem o favoritismo nos conduzam ao mal. Ata-nos com eficácia da vossa Graça para que em nada nos afastemos da verdade”.

Poderá Deus não escutar esta humilde oração que toda a Igreja levantou a Ele há algumas horas? Seu Evangelho, como único guia, foi o centro desta assembleia, colocado em um belo trono, mais solene, mais central que o do próprio Pontífice. Porque o Evangelho dará ao mundo a luz que o mundo necessita agora que a Igreja se dispõe a olhar-se n’Ele como um espelho. “Diz-se que o mundo envelhece – dizia um tempo atrás o Papa. Não é absolutamente verdade, não envelhece. Cristo o rejuvenesce todas as manhãs”.

É assim que em um 11 de outubro de 1962, no meio do outono, para a Igreja nasceu uma nova e inesperada primavera. O sol que brilha nas alturas no momento de escrever estas linhas, o belo céu romano que acolheu pela primeira vez sob a sua cúpula 2.500 bispos de todo o mundo, são testemunhas: a primavera chegou. A nave do Concílio começou a singrar.

Adolpho Nicolas, geral da Cia. de Jesus


EL PADRE GENERAL  DE LA COMPAÑÍA DE JESÚS EN EL SÍNODO DE OBISPOS


Viniendo de una orden misionera, siento la obligación de reflexionar sobre nuestra historia. Difícilmente podemos pensar en una Nueva Evangelización a menos que estemos seguros de que hemos aprendido de la Primera Evangelización, tanto de nuestros aciertos como de nuestros errores, así como de las insuficiencias que sufrimos en el deseo de comunicar el Evangelio.

 

Vengo de una Tradición en la que fuimos alentados y entrenados en el propósito de encontrar a Dios en todas las cosas, en todos los acontecimientos y situaciones. San Ignacio tomó esta idea, sin duda,  del Nuevo Testamento, donde, por ejemplo, San Pablo en su famoso discurso en el Areópago cita uno de los poetas clásicos diciendo: “en Él (esto es, en Dios) vivimos, nos movemos y somos” (Hechos 17:27-28). Dios está presente y activo en cada comunidad humana, incluso si no somos capaces de notar cómo o la profundidad de su presencia.

 

Pues bien, temo que nosotros, los misioneros, no hemos buscado a Dios en todas las cosas con suficiente profundidad y por eso no hemos contribuido a la vida de la Iglesia con los descubrimientos que debimos hacer. No estoy culpando de ninguna forma a los misioneros en general, hablo solamente desde mi propia tradición, mi propia experiencia y mi propio grupo misionero. Estoy seguro de que muchos misioneros, incluso otros jesuitas lo han hecho mejor que yo.

 

Ciertamente, hemos intentado ser positivos en nuestra visión de otras culturas y tradiciones. Pero me temo que lo que hemos visto han sido en su mayoría, signos de Fe y Santidad occidentales (inclusive el Instrumentum Laboris, hablando de los frutos de la Fe, señala en los Números 122 al 128 algunos signos, excelentes en si mismos y fácilmente reconocibles por las Iglesias de Occidente). No hemos incursionado con suficiente profundidad en las culturas en las que el Evangelio se proclamó de modo de ver esa parte del Reino de Dios que ya estaba ahí, enraizada y activa en los corazones y las relaciones de las personas. No tuvimos demasiadas ganas de encontrar el “factor sorpresa” en la obra del Espíritu Santo, que hace crecer la semilla aun cuando el sembrador está dormido o el misionero ausente.

 

Estoy convencido de que esto se puede aplicar a la Missio ad Gentes así como a la Nueva Evangelización en el mundo moderno. Hasta donde sé, cada generación se queja de la siguiente, y considera que algo de la sabiduría del pasado se ha perdido. Y sin embargo, el Espíritu de Dios no ha estado ocioso, sino trabajando en los corazones de las personas y en las percepciones de los sabios. Toca a nosotros escuchar con mayor atención y una inmensa humildad para reconocer la voz de Dios donde no esperamos que pueda ser escuchada.

 

Recuerdo que en mis años de seminarista me impresionó mucho un estudio sobre la Revelación en el Concilio de Trento, que publicaron los entonces profesores Karl Rahner y Joseph Ratzinger. Según ellos, cuando el Concilio de Trento hablaba de las “Escrituras”, se refería al Antiguo Testamento, mientras que cuando hablaba del Evangelio, consideraba que el Evangelio estaba presente en dos lugares: En los escritos del Nuevo Testamento y -aquí estaba la sorpresa- en los corazones de los fieles.

 

Al no prestar suficiente atención a cómo Dios se manifiesta y ha estado trabajando en los pueblos que encontramos, nos perdimos pistas, intuiciones y descubrimientos importantes. Por eso, es ahora el momento de aprender de esta historia, de las carencias de la Primera Evangelización, y tiene que ser antes de pasar a la Nueva. Muchas cosas buenas han pasado, que vamos a querer mantener, desarrollar y celebrar. Al mismo tiempo somos conscientes de todos los errores cometidos, sobre todo cuando no se escuchó del todo a las personas, cuando juzgamos con enorme superficialidad los méritos de culturas y tradiciones ricas y antiguas, al imponer formas de culto que, en el mejor de los casos, no expresan las relaciones y sensibilidad de la gente cuando se volvían hacia Dios en oración y alabanza.

 

La plenitud en Cristo necesita de la contribución de todos los pueblos y todas las culturas. Hay muchas lecciones que podemos aprender del pasado, y que pueden ser de gran ayuda Nueva Evangelización. Permítanme solamente mencionar, brevemente,  algunas antes de terminar:

 

1. La importancia de “las maneras de humildad” para comunicar el Evangelio.

 

2. La necesidad de afirmar “la verdad acerca de nuestra limitada e imperfecta humanidad” en todo lo que decimos y proclamamos, sin rasgos de Triunfalismo.

 

3. La simplicidad del mensaje que tratamos de comunicar, sin complicaciones o racionalizaciones excesivas que lo vuelvan opaco e incomprensible.

 

4. Generosidad al reconocer la obra de Dios en la vida y la historia de los pueblos, acompañada de sincera admiración, alegría y esperanza cada vez que encontremos en otros bondad y dedicación.

 

5. Que el mensaje más creíble es el que se procede de nuestra vida, tomada totalmente y guiada por el Evangelio de Jesucristo.

 

6. Que el Perdón y la Reconciliación son los atajos más útiles al corazón del Evangelio.

 

7. Que el Mensaje de la Cruz es mejor comunicado a través de la muerte (de si mismo y sus objetivos limitados) del misionero.

 

Gracias por vuestra atención.

 

P. Adolfo NICOLÁS PACHÓN, S.I.

Prepósito General de la Compañía de Jesús

11 octubre 2012

domingo, 14 de outubro de 2012

Homilia dia 14 de Outubro 2012. Catedral de Botucatu..


VER    O Dr. Edmundo que foi o médico da nossa família, era agnóstico, de frases cortantes. Uma delas me acompanhou vida a fora: - Os que vão muito `a Igreja, serão os últimos a   chegar no céu... se ainda as portas estiverem abertas!”

            O Evangelho de hoje nos guardou o diálogo de um judeu religioso com Jesus: - Cumpro os 10 mandamentos. Falta ainda alguma coisa?  Sim. - Na verdade, segundo Jesus, faltava muito.  O homem que escrupulosamente cumpria as prescrições da sua religião, tinha entendido como ponto de chegada, Jesus considerava não mais do que o ponto de partida.

 

            Algo semelhante como o Zé Evaristo que nunca se abalou com os textos evangélicos: - Dou roupa, comida e garanto educação aos meus filhos... E isso não basta?

            No hospital nos disse o médico. Bem, pelo menos o doente está respirando! Nos esperávamos muito mais: que pudesse comer, falar, sair da cama e voltar à casa, retomar sua vida...

 

JULGAR  # PORQUE - Artistas de cinema, que TIVERAM tudo e não foram feliz!

            # Jovem matou por um par de tênis Nick... não para comer, mas para ser gente  

            # Os maiores responsáveis pela sociedade violenta, são os que sustentam a propaganda para o consumo insaciável;  os que pagam salários astronômicos a jogadores de futebol, a artistas de novelas... reservando ordenados de fome aos professores da Primaria

 

ESTAMOS NUMA SOCIEDADE  COM ABUNDANCIA DE MEIOS E CARENCIA DE  METAS.

- Não se eliminam as  VIOLENCIAS com outras mais, ou  com POLICIA E CADEIA, MAS COM EDUCAÇÃO E VALORES MAIORES.

 

AGIR Ao lado de gestos de maldição, vamos proclamar sementes de salvação. 

@  Famílias saem para as  férias, com binóculos e rifles, porque, por patriotismo, vão caçar indocumentados na fronteira de México com Usa.  Mas há também os que fazem o mesmo trajeto colocando agua e comida por onde passam os migrantes, com uma bandeira amarela, para que de longe possam saber onde há esperança de vida.

            @ Médicos gastam suas férias ajudando nos países mais pobres do mundo.

            @ Além das Catedrais de cristal, e das festas eclesiásticas pirotécnicas, com profusão de            demônios e “curas”,  surgem comunidades samaritanas debruçando-se sobre os caídos          da vida

            @ Ao lado dos que usam a religião para enriquecer-se, há gente como Moises, no Haiti, quase cego, sem trabalho, que desde o Terremoto recolheu 9 órfãos e se desdobra para dar-lhes roupa, escola e pelo menos uma comida diária

- Em cada persona que sofre a Igreja reconhece a presença do seu fundador. Deus espera que pessoas, famílias, países, jogadores, artistas aceitem viver com menos, para que muitos possam viver mais, com dignidade, sem medo, com os remédios que precisam.

                        Não é o que diz Senhor, Senhor... A mim o fizeste.

 

sábado, 6 de outubro de 2012

O poder absoluto na Igreja. PARA DEBATES


Como se formou o poder monárquico-absolutista dos Papas

A crise da Igreja-instituicão-hierarquia se radica na absoluta concentração de poder na pessoa do Papa, poder exercido de forma absolutista e distanciado de qualquer participação dos cristãos, criando obstáculos praticamente intransponíveis para o diálogo ecumênico com as outras Igrejas.

Não foi assim no começo. A Igreja era uma comunidade fraternal. Não havia ainda a figura do Papa. Quem comandava na Igreja era o Imperador pois ele era o Sumo Pontífice (Pontifex Maximus) e não o bispo de Roma ou de Constantinopla, as duas capitais do Império. Assim o imperador Constantino convocou o primeiro concílio ecumênico de Nicéia (325) para decidir a questão da divindade de Cristo. Ainda no século VI o imperador Justiniano que refez a união das duas partes do Império, a do Ocidente e a do Oriente, reclamou para si o primado de direito e não o do bispo de Roma. No entanto, pelo fato de em Roma estarem as sepulturas de Pedro e de Paulo, a Igreja romana gozava de especial prestígio, bem como o seu bispo que diante dos outros tinha a “presidência no amor” e o “exercia o serviço de Pedro” o de “confirmar na fé” e não a supremacia de Pedro no mando.

Tudo mudou com o Papa Leão I (440-461), grande jurista e homem de Estado. Ele copiou a forma romana de poder que é o absolutismo e o autoritarismo do Imperador. Começou a interpretar em termos estritamente jurídicos os três textos do Novo Testamento atinentes a Pedro: Pedro como pedra sobre a qual se construiria a Igreja (Mt 16,18), Pedro, o confirmador da fé (Lc 22,32) e Pedro como Pastor que deve tomar conta das ovelhas (Jo 21,15). O sentido bíblico e jesuânico vai numa linha totalmente contrária: do amor, do serviço e da renúncia a toda supremacia. Mas predominou a leitura do direito romano absolutista. Consequentemente Leão I assumiu o título de Sumo Pontífice e de Papa em sentido próprio. Logo após, os demais Papas começaram a usar as insígnias e a indumentária imperial (a púrpura), a mitra, o trono dourado, o báculo, as estolas, o pálio, a cobertura de ombros (mozeta), a formação dos palácios com sua corte e a introdução de hábitos palacianos que perduram até os dias de hoje nos cardeais e nos bispos, coisa que escandaliza não poucos cristãos que leem nos Evangelhos que Jesus era um operário pobre e sem aparato.

 Mas há um fenômeno para nós de difícil compreensão: no afã de legitimar esta transformação e de garantir o poder absoluto do Papa, forjou-se uma série de documentos falsos. Primeiro, uma pretensa carta do Papa Clemente (+96), sucessor de Pedro em Roma, dirigida a Tiago, irmão do Senhor, o grande pastor de Jerusalém. Nela se dizia que Pedro, antes de morrer, determinara que ele, Clemente, seria o único e legítimo sucessor. E evidentemente os demais que viriam depois. Falsificação maior foi ainda a famosa Doação de Constantino, um documento forjado na época de Leão I segundo o qual Constantino teria dado ao Papa de Roma como doação todo Império Romano. Mais tarde, nas disputas com os reis francos, se criou outra grande falsificação as Pseudodecretais de Isidoro que reuniam falsos documentos e cartas como se viessem dos primeiros séculos que reforçavam o primado jurídico do Papa de Roma. E tudo culminou com o Código de Graciano no século XIII tido como base do direito canônico, mas que se embasava em falsificações de leis e normas que reforçavam o poder central de Roma, não obstante, cânones verdadeiros que circulavam pelas igrejas. Logicamente, tudo isso foi desmascarado mais tarde sem qualquer modificação no absolutismo dos Papas.

Verificou-se posteriormente um crescendo no poder dos Papas: Gregório VII (+1085) em seu Dictatus Papae (“a ditadura do Papa”) se autoproclamou senhor absoluto da Igreja e do mundo; Inocêncio III (+1216) se anunciou como vigário-representante de Cristo e por fim, Inocêncio IV(+1254) se arvorou em representante de Deus. Como tal, sob Pio IX em 1870, o Papa foi proclamado infalível em campo de doutrina e moral. Curiosamente, todos estes excessos nunca foram retratados e corrigidos pela Igreja hierárquica.

# Os verdadeiros vigários-representantes de Cristo, segundo o Evangelho (Mt 25,45) são os pobres, os sedentos e os famintos.

El tema del Reino y la Iglesia. Leonardo Boff


 
 

El centro de la predicación de Jesús no fue la Iglesia sino el Reino de Dios: una utopía de revolución/reconciliación total de toda la creación. Es tan cierto esto que los evangelios, a excepción del de san Mateo, nunca hablan de Iglesia sino siempre de Reino. Con el rechazo a la persona y al mensaje de Jesús, el Reino no vino y en su lugar surgió la Iglesia como comunidad de los que dan testimonio de la resurrección de Jesús y guardan su legado intentando vivirlo en la historia.

Desde su inicio se estableció una bifurcación: el grueso de los fieles asumió el cristianismo como camino espiritual, en diálogo con la cultura ambiente. Y otro grupo, mucho menor, aceptó asumir, bajo control del Emperador, la conducción moral del Imperio romano en franca decadencia. Copió las estructuras jurídico-políticas imperiales para la organización de la comunidad de fe. Ese grupo, la jerarquía, se estructuró alrededor de la categoría «poder sagrado» (sacra potestas). Fue un camino de altísimo riesgo, porque si hay una cosa que Cristo siempre rechazó fue el poder. Para él, el poder en sus tres expresiones, como aparece en las tentaciones en el desierto –el profético, el religioso y el político–, cuando no es servicio sino dominación pertenece a la esfera de lo diabólico. Sin embargo este fue el camino recorrido por la Iglesia-institución jerárquica bajo la forma de una monarquía absolutista que rechaza hacer partícipes de ese poder a los laicos, la gran mayoría de los fieles. Ella nos llega hasta nuestros días en un contexto de gravísima crisis de confiabilidad.

Ocurre que cuando predomina el poder, se ahuyenta el amor. Efectivamente, el estilo de organización de la Iglesia jerárquica es burocrático, formal y a veces inflexible.  En ella todo se cobra, nada se olvida y nunca se perdona. Prácticamente no hay espacio para la misericordia y para una verdadera comprensión de los divorciados y de los homoafectivos. La imposición del celibato a los sacerdotes, el enraizado antifeminismo, la desconfianza de todo lo que tiene que ver con sexualidad y placer, el culto a la personalidad del papa y su pretensión de ser la única Iglesia verdadera y la «única guardiana establecida por Dios de la eterna, universal e inmutable ley natural», que así, en palabras de Benedicto XVI, «asume una función directiva sobre toda la humanidad». El entonces cardenal Ratzinger todavía en el año 2000 repitió en el documento Dominus Jesus la doctrina medieval de que «fuera de la Iglesia no hay salvación» y que los de afuera «corren grave riesgo de perderse». Este tipo de Iglesia seguramente no tiene salvación. Lentamente pierde sostenibilidad en todo el mundo.

¿Cuál sería la Iglesia digna de salvación? Aquella que humildemente vuelve a la figura del Jesús histórico, obrero simple y profético, Hijo encarnado, imbuido de una misión divina de anunciar que Dios está ahí con su gracia y misericordia para todos; una Iglesia que reconoce a las demás Iglesias como expresiones diferentes de la herencia sagrada de Jesús; que se abre al diálogo con todas las demás religiones y caminos espirituales viendo ahí  la acción del Espíritu que llega siempre antes que el misionero; que está dispuesta a aprender de toda la sabiduría acumulada de la humanidad; que renuncia a todo poder y espectacularización de la fe para que no sea mera fachada de una vitalidad inexistente; que se presenta como «abogada y defensora» de los oprimidos de cualquier clase, dispuesta a sufrir persecuciones y martirios a semejanza de su fundador; que en ella el papa tuviese el valor de renunciar a la pretensión de poder jurídico sobre todos y fuese señal de referencia y de unidad de la Propuesta Cristiana con la misión pastoral de fortalecer a todos en la fe, en la esperanza y en el amor.

Esta Iglesia está en el ámbito de nuestras posibilidades. Basta imbuirnos del espíritu del Nazareno. Entonces sería verdaderamente la Iglesia de los humanos, de Jesús, de Dios, la comprobación de que la utopía de Jesús del Reino es verdadera. Sería un espacio de realización del Reino de los liberados al cual estamos convocados todos.       

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Walter Kasper, Eclesiologia hoje


No entanto, para nós, foi uma surpresa absoluta que o Papa João XXIII, no dia 25 de janeiro de 1959, anunciasse que queria convocar um Concílio. Ninguém esperava. Mas nunca percebemos o Concílio como uma ruptura. Para nós, ele foi, ao contrário, a implementação de aspirações não ditas, que já estavam há muito tempo nos nossos corações. Propagou-se uma onda de entusiasmo, como os jovens hoje não podem nem sequer imaginar e que não poderiam mais reviver.

A experiência do Concílio me deu uma marca permanente. O Concílio se tornou para mim ponto de referência fixo da minha teologia. Posteriormente, algumas expectativas de então podem ser julgadas como ingênuas. No entanto, ainda hoje considero os documentos conciliares como uma bússola segura para o caminho da Igreja no século XXI e no ainda jovem terceiro milênio. Espero que o 50º aniversário da abertura do Concílio, que celebramos este ano, torne novamente presente e fecundas as riquezas dos 16 documentos conciliares.

Muitas vezes fala-se de uma crise da Igreja depois do Concílio. Sim, ela existe principalmente na Europa Ocidental. Mas nem tudo o que aconteceu depois do Concílio ocorreu por causa do Concílio. Ao invés, só aprofundando o conhecimento e a compreensão do Concílio e realizando melhor as suas intenções profundas, se lermos e compreendermos os textos conciliares em uma hermenêutica não de ruptura, mas sim de uma continuidade viva e inovadora, seremos capazes de superar as dificuldades atuais.

Eu viajei para muitas partes do mundo, conheci as jovens Igrejas da África, da América Latina e da Ásia, fiquei impressionado com a sua vitalidade, mas também fui confrontado com muitas situações de pobreza, miséria e perseguição. Os problemas da nossa casa, em comparação, pareciam modestos.

Eu também experimentei do que eram capazes de fazer as freiras católicas e os voluntários das organizações humanitárias. Foi uma experiência grandiosa pertencer a essa Igreja de tantas formas, mas que é uma só, universal; uma Igreja que é uma luz de esperança para inúmeras pessoas e em que em toda a parte estamos em casa, em um mundo que, por outro lado, está tão dilacerado.

Ainda hoje, a Igreja é, apesar de todas as suas divisões, o maior movimento pela paz que existe no mundo, é um sinal de esperança para inúmeras pessoas em todo o mundo

Da ortodoxia, eu só sabia o que se aprende nos livros escolares. Desde o início, ficou-me claro que não podemos nos ocupar do ecumenismo a partir da escrivaninha e que nem os documentos por si só são suficientes. Em vez disso, trata-se de construir relações ou, melhor, confiança e amizade com os outros cristãos. Isso me levou, novamente, a fazer muitas viagens ao redor do mundo e a viver muitas experiências comoventes. Eu conheci a Igreja universal e a cristandade mundial na sua variedade de cores. As Igrejas orientais pré-calcedonianas, ortodoxas e católicas, a Igreja Católica latina, as Igrejas protestantes tradicionais, as Igrejas livres e as novas comunidades carismáticas e pentecostais, as Igrejas do hemisfério Norte e do Sul. À primeira vista, tudo isso parece ser muito desorientador; a um segundo olhar, enriquece; por fim, contudo, é doloroso fazer uma experiência concreta da dilaceração do único corpo de Cristo.

O conteúdo da fé é uma história concreta, a história de Deus com as pessoas, que começa com Abraão, Moisés, os profetas e que se cumpre em Jesus Cristo

Filho de Deus, e, portanto, a alguém que testemunhou Deus como Pai misericordioso, precisamente na própria morte e na própria ressurreição. Mas Jesus Cristo não só viveu há 2.000 anos na Palestina, para depois ir embora. Ele está presente permanentemente, através do seu Espírito Santo, na história da Igreja, no seu anúncio, nos seus sacramentos e em toda a sua vida, especialmente a dos santos.

Se, portanto, quisermos conhecer e compreender a fé, então devemos estudar essa história. Certamente, os dogmas são importantes. Mas não caíram do céu. Eles são, ao contrário, na história, por assim dizer, o sedimento, a expressão da experiência de fé e da proclamação da fé por parte da Igreja. Se quisermos compreendê-los, devemos compreender como eles se formaram e, ao mesmo tempo, é preciso traduzi-los na história de hoje, nos problemas e nos horizontes de hoje. Nesse sentido, fala-se de uma tradição viva, que não é só um conteúdo fixo, mas também um processo de tradição ativa. Isso não tem nada a ver com o relativismo, mas, ao contrário, quer dizer e mostrar que, nessa tradição se expressa algo duradouramente válido, duradouramente importante e duradouramente meritório de reflexão. A tarefa da teologia é dar desse tesouro o que é duradouramente válido, torná-lo frutífera para hoje e, assim, transmiti-lo vivo para o futuro

O  Concílio Vaticano II: queria um certo aggiornamento, mas não uma atualização que fosse uma adaptação para os dias de hoje. Ao invés, ele queria, uma ressourcement, um retorno às fontes para nelas obter água fresca e refrescante. O Concílio encaminhou uma Igreja renovada, que está em linha de continuidade com a tradição até agora, mas uma continuidade viva, inovadora. A sua mensagem é a mesma em todos os séculos, que nunca é velha. Ao invés, é sempre jovem e sempre nova, porque Jesus Cristo é a novidade que nunca se desgasta, é a novidade eterna, jovem.   Igreja não se encontra em dificuldades só hoje, mas se encontrou em dificuldades, por assim dizer, desde o início e que já superou muitas crises, das quais saiu, normalmente, reforçada. Toda a História da Igreja é uma história de crise

Tríplice desafio eclesiológico.
1. Há dificuldades e crises concretas, diferentes de acordo com os países. Por exemplo, nos últimos anos, os terríveis escândalos de abusos em diversas países, inclusive no meu país. Custaram muito à Igreja, em confiança, e lesaram gravemente o seu prestígio. Devemos nos perguntar, portanto: o que deu errado? E o que se deve fazer, como processo de cura, para ajudar as vítimas? A Igreja deve ser ecclesia semper purificanda et renovanda: Igreja que precisa continuamente de purificação e renovação (Lumen gentium 8). A eclesiologia, não deve defender tudo da Igreja. Também deve indicar formas de renovação nas pegadas do Concílio.

2. A Igreja, para nós, na Europa, encontra-se atualmente em uma difícil fase histórica de transição. As premissas culturais e sociais do milieu católico e da Igreja que determinava os parâmetros que valiam para a vida pública, já tiveram fim. Estamos numa situação de pluralidade social secularizada. Estamos em uma situação de diáspora. Os cristãos convictos e praticantes não são mais a maioria. O Papa Bento XVI falou de minoria qualitativa, desperta e criativa.

Arnold J. Toynbee disse que nos períodos de maior crise e de revolução da história da humanidade, sempre foram minorias, despertas e criativas, que encontraram uma saída e uma solução, que depois também pôde ser seguida pela maioria. Essa nova situação nos coloca desafios eclesiológicoa: o que é uma Igreja local? O que é uma comunidade local (paróquia)? Como ela se parecerá no futuro e como será a relação entre Igreja universal e local?

3. O mais profundo desafio é a questão de Deus. Muitos, na nossa sociedade, vivem como se Deus não existisse e pensam, assim, que podem viver muito bem. Há também os que se definem como agnósticos, mas são, por assim dizer, agnósticos devotos que interiormente estão em busca, são em certo sentido peregrinos, e se encontram no átrio dos gentios. Eles não se interessam pelas questões estruturais internas à Igreja, como as do celibato, da ordenação de mulheres e similares.

A eclesiologia não pode ser apenas hierarcologia, ela deve ser colocada na perspectiva da escatologia, no horizonte da mensagem do reino vindouro de Deus e da esperança que ele nos dá. O próprio Jesus falou explicitamente do reino de Deus; a Igreja é o seu sinal e instrumento. Dito teologicamente: a Igreja é sacramento, isto é, sinal que já torna presente e instrumento do reino incipiente de Deus, reino de verdade, de justiça, de santidade e de felicidade.

Os Padres da Igreja tinham uma bela imagem para expressar essa ideia. Eles diziam que a Igreja é como a lua: não brilha com luz própria, mas somente com a luz que recebe do sol. A Igreja também não tem um esplendor próprio, mas apenas o que cai sobre ela de Deus e de Jesus Cristo. Ela não é importante em si mesma, mas é importante como sinal e instrumento de Deus e de Jesus Cristo na história da humanidade e do mundo. As duas primeiras palavras da Constituição Dogmática sobre a Igreja do Concílio Vaticano II são Lumen Gentium (Luz das Nações), mas depois não se continua com "a luz das nações é a Igreja", mas sim com "Lumen gentium quod est Christus" (luz dos gentios, que é Cristo).

Diz-se que a Igreja é somente um sacramento, isto é, sinal e instrumento de unidade com Deus e da unidade dos seres humanos. A Igreja está no seguimento de Cristo, testemunho de Deus servidor para os outros. Ela existe ouvindo a Palavra de Deus e pronunciando-a e dando a sua vida por todos.

3. Redescobrir a Igreja

Movendo-nos a partir dessa visão teológica da Igreja, devemos redescobri-la. É como uma árvore, que só pode resistir à tempestade se tiver raízes profundas. Portanto, devemos nos interrogar: Igreja, quem tu és? O que tu dizes sobre ti mesma? Hoje, o grande risco é o achatamento da compreensão da Igreja. Esse perigo não vem só de fora, mas muitas vezes da própria Igreja. É o risco da auto-secularização da Igreja, que se envolve em muitas coisas, certamente importantes, com grande zelo, mas às vezes se esquece da sua missão fundamental.

 O primeiro capítulo da Constituição sobre a Igreja do Concílio Vaticano II inicia, com razão, com um capítulo sobre o mistério da Igreja. Ela, portanto, não é, primeiramente, uma entidade social. Certamente, deve se comprometer com a caritas, com a justiça social, com o desenvolvimento e com a paz no mundo, e também o faz. Mas as suas raízes se espalham mais profundamente. Em última análise, ela está fundamentada no desígnio eterno de salvação, assumido por Deus antes de todos os tempos, para trazer novamente para casa a humanidade inteira e toda a realidade por meio de Jesus Cristo, no Espírito Santo. Recapitular e conduzir novamente para Cristo, única cabeça, todas as coisas (Ef 1, 10). Com a Igreja, Deus deu um início. Ela é, por assim dizer, a vanguarda do reino de Deus

As quatro grandes Constituições do Concílio Vaticano II indicam essa natureza, cada uma de um modo diferente. A Constituição sobre a Igreja [4]: A Igreja é o povo de Deus e o Corpo de Cristo, ela fará resplandecer a luz de Cristo no mundo, por meio da sua própria palavra e dos sacramentos e de toda a sua própria vida.

A Constituição sobre a Revelação [5] acrescenta: por isso, a Igreja deve escutar a Palavra de Deus, ela é, portanto, essencialmente, Igreja que escuta: assim, no entanto, também deve testemunhar a Palavra com energia e coragem. Deve dar orientação e ser uma lâmpada que dá luz na escuridão.

A Constituição sobre a Liturgia [6] afirma que, na liturgia, particularmente na celebração eucarística, o reino vindouro de Deus se faz presente, já agora, sob sinais sacramentais, como força e alimento no caminho da vida e da história. A Igreja é Ecclesia de Eucharistia (João Paulo II, 2003): Igreja que vive da Eucaristia.

Por fim, a Constituição pastoral [7] afirma que as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias das pessoas de hoje são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo. A Igreja, portanto, deve ser solidária com as desventuras e as alegrias das pessoas. Ela deve ser Igreja no mundo e para o mundo.

Nesse âmbito, gostaria de ir ao essencial e redescobrir o mistério profundo da Igreja: e assim também mostrar a beleza da Igreja como a Esposa de Cristo, apesar das suas manchas e rugas (Ef 5, 27). A Igreja, diziam os Padres da Igreja citando o Cântico dos Cânticos, é negra, mas bonita. Porém, as únicas reformas exteriores não ajudam a avançar. É como uma casa que deve ser reparada: não basta preencher as fissuras e renovar a pintura; é preciso, em primeiro lugar, assegurar os fundamentos. Assim é também para a Igreja: os meros reparos cosméticos não resolvem. É preciso uma renovação que venha da fé e uma renovação espiritual. Então, como a Igreja é uma realidade encarnatória, ou seja, uma realidade complexa de uma dimensão divina e uma dimensão humana (LG 8), tal renovação pode e deve conduzir também a reformas concretas. As duas coisas se integram. Eu gostaria de tratar, a partir desse ponto, ao menos de uma questão de reforma concreta.

4. Renovação da forma de communio da Igreja

Nas questões de reforma institucional, a abordagem deve ser feita a partir do lado da compreensão da Igreja como communio. Essa é a Leitidee, a ideia principal e diretriz da Igreja no Concílio Vaticano II. Mas o que se entende por communio? “Communio” não significa, simplesmente, comunhão, que se fundamenta na derivação e proveniência comum, ou que se origina por simpatia e interesses comuns e por meio da união e da fusão entre nós. Communio indica, no sentido do Novo Testamento, originalmente participação (participatio); mais exatamente, participação na realidade salvífica de Jesus Cristo, na vida e no Espírito de Jesus Cristo; em última análise, participação na communio trinitária, portanto, na vida trinitária de Deus.

Em tal acepção, a Igreja é entendida pelo Concílio no sentido dos Padres da Igreja como imagem, por assim dizer ícone da Trindade. Assim como nós adoramos um único Deus em três Pessoas, assim também a Igreja, como communio, é uma única unidade na variedade (Lumen gentium 4; Unitatis Redintegratio 3). A communio é fundada mediante o Batismo e a Eucaristia. Mediante o único Batismo, participamos do corpo de Cristo (Gal 3, 28, 1Cor 12, 13). Sobre Eucaristia, Paulo diz: "E como há um único pão, nós somos um só corpo" (1Cor 10, 16ss). Communio é, portanto, um conceito teológico e não sociológico.

Se entendermos a Igreja em sentido escritural, patrístico e conciliar, como a communio fundada por meio do Batismo e da Eucaristia, então toda renovação deve principiar com o Batismo e com a Eucaristia. Renovação do Batismo significa, acima de tudo, renovação da catequese para os sacramentos iniciação, o Batismo (juntamente com a Crisma) e a Eucaristia. Ela era o segredo do sucesso da Igreja antiga e o é também hoje na Igreja em missão. Entre nós, pelo fato de que muitos cristãos são batizados sem saber o que significa ser cristão, há atualmente um difundido analfabetismo cristão, que leva a um cristianismo certificado apenas no papel de um certificado de Batismo. Muitos se dizem cristãos, mas vivem como todos os gentios modernos. A renovação da catequese para os sacramentos de iniciação para as crianças e para os jovens, mas também para os adultos, é como o alfa e o ômega da renovação eclesial e é de primeira importância para o Ano da Fé que nos espera. Devo dizer que em Roma conheci algumas paróquias que, nesse aspecto, dão um notável exemplo e o fazem com grande sucesso.

Acrescenta-se a isso que a communio requer um estilo comunicativo na Igreja, isto é, um estilo dialógico e fraterno, que se distinga tanto daquele estilo vetusto, feudal, quanto daquele estilo novo, aparentemente moderno, burocrático. Tal forma de communio da Igreja não comporta a democratização da Igreja. A democracia tem o seu lugar legítimo no âmbito político. A Igreja não é um povo qualquer: ela é o povo de Deus, é uma realidade de gênero próprio. Trata-se, portanto, da realização da realidade do povo de Deus, onde todos são filhos e filhas de Deus, irmãos e irmãs na mesma família de Deus. Na revelação, Deus fala aos seres humanos como a amigos e se entretém com eles (DV 2). Daí, a vida da Igreja também deveria ser caracterizada por um estilo comunicativo, participativo e dialógico de fraternidade, amizade e confiança e por uma cultura do diálogo disposta à escuta e à aprendizagem.

"Diálogo" é uma palavra-chave do último Concílio, que se encontra nos documentos cerca de 30 vezes, em diversos contextos. Paulo VI escreveu a propósito uma encíclica sua, a Ecclesiam suam (1964), e João Paulo II abordou-a em profundas reflexões antropológicas: diálogo não só como partilha de ideias, mas também de dons (Ut unum sint, 1995, n. 28). Por isso, devemos nos admirar pelo fato de que, recentemente, alguns levantaram suspeitas sobre a pura palavra "diálogo", banindo-a do uso linguístico eclesial, quase querendo-a tornar objeto de um anátema.

Devemos simplesmente saber o que se entende por diálogo. Diálogo não significa conversa informal, nem mesa redonda, nem disputa acadêmica, nem manifestação informativa, nem negociação política, nem procedimento quase parlamentar. No diálogo, não compartilhamos algo com o outro, mas compartilhamos com ele a nós mesmos ou, melhor, compartilhamos a nós mesmos. O diálogo, entendido teologicamente, significa dar-se um recíproco testemunho, cada um, da própria fé e, desse modo, participar da riqueza do outro, deixar-se enriquecer, mas depois compreender ainda melhor e mais profundamente a própria fé. Por isso, no diálogo, não nos encontramos no nível do mínimo denominador comum. O diálogo não tem nada a ver nem com o relativismo, nem com o sincretismo. Ao contrário; através do diálogo, somos introduzidos mais profundamente na verdade e, mediante isso, somos enriquecidos, especialmente no diálogo ecumênico, na nossa compreensão da verdade.

Se, nesse sentido, queremos traduzir na prática a realidade da communio da Igreja na realidade concreta, então disso faz parte a comunicação, e isso quer dizer dar nova vida e reforçar as instituições sinodais na Igreja, tanto em nível local quanto universal. Tal renovação não é algo a ser fazer ex novo. A Igreja, a partir do concílio dos Apóstolos, tem uma tradição sinodal, cuja redescoberta poderia dar à Igreja um rosto jovem, fresco e uma forma renovada.

O ideal me parece estar descrito na Regra de São Bento. Para São Bento, o abade tem um lugar importante na comunidade monástica; por assim dizer, ele representa Jesus Cristo. Mas, no caso de decisões importantes, diz Bento, ele deve ouvir o conselho dos coirmãos e deve ouvir também o mais jovem, porque o Espírito Santo também pode falar através dele. Depois de ter se consultado, continua Bento, o abade deve refletir sobre tudo, rezar por isso e depois deve decidir, isto é, ele não é o executor de nenhum voto democrático; decide livremente, mas decide com base em uma consulta. Autoridade e fraternidade, portanto, se integram e se condicionam mutuamente. Na Igreja, deve haver auctoritas, na acepção original da palavra, de augere, crescer. Autoridade que não oprime a vida, mas que fundamenta a vida, multiplica a vida, faz crescer a vida e promove a vida.

Tal conjunto comunicativo de ministério e comunidade ou, melhor, de Igreja deveria existir em todos os níveis da vida eclesial, paroquial, diocesana, universal. Em nível da Igreja universal, a Igreja precisa, por amor à unidade na variedade, em um mundo cada vez mais globalizado, mas interiormente dilacerado, de um centro forte. Precisamos de Pedro, que, com a sua profissão de fé em Cristo, é a rocha sobre a qual foi fundada a Igreja (Mt 16, 18) e que deve fortalecer os seus irmãos (cf. Lc 22, 32). Precisamente em tempos difíceis como os nossos, vale a pena reunir-nos em torno de Pedro. Da mesma forma, a Igreja precisa reforçar a estrutura colegial/sinodal. As duas coisas não estão em contradição. A integração, desejada pelo Concílio Vaticano II, dos dois pontos de vista poderia, ao invés, contribuir para reforçar a unidade interna e para superar um certo afeto antirromano, que infelizmente ainda está presente.

Ao diálogo
voltado para dentro, corresponde o diálogo voltado para fora: o diálogo com o povo de Deus da Antiga Aliança; o diálogo ecumênico e o diálogo com as outras religiões; o diálogo com a cultura de hoje e com todos os seres humanos de boa vontade. Com esses diálogos, o Concílio indicou o caminho no futuro: de uma Igreja que se entende como uma rocha e fortaleza fechada a uma Igreja comunicativa e aberta ao diálogo. Diálogo não significa renunciar à própria identidade; significa, ao invés, crescer na própria identidade. Porque, para a identidade cristã, no seguimento de Jesus, é essencial o ser para os outros e com os outros. Isso exclui tanto a adaptação quanto uma mentalidade ansiosa, que se isola para cultivar o próprio território circunscrito.

Disso faz parte, particularmente na nossa situação, o diálogo ecumênico. É tarefa dada por Jesus e é impulso e obra do Espírito Santo. A decisão a propósito, portanto, é irreversível e irrevogável; é um canteiro de obras importante da Igreja do futuro. Alcançamos muito e já podemos colher frutos. Mas ainda há questões sérias diante de nós. Ainda não chegamos à meta. Não é só a questão do ministério, mas a questão do ministério em relação com a da Igreja. Pois – algo que nenhum especialista contestará – assim como nós temos com os protestantes uma concepção diferente da Igreja, nós também temos uma concepção diferente da unidade da Igreja. Aqui tocamos as dificuldades fundamentais do diálogo ecumênico hoje. Apesar dessas dificuldades, também devemos fazer juntos o que podemos já hoje, na verdade e no amor.

Obviamente, o diálogo inter-religioso também é um mandamento desta época. É a alternativa à violência e ao choque de culturas, etnias e religiões. Mediante tal diálogo na verdade e no amor, a Igreja, como povo escatológico de Deus, pode ser, em meio aos conflitos do nosso mundo, exemplo e instrumento da paz (shalom) escatológica.

5. Conclusão: alegria nova para a Igreja

Com os diálogos voltados para dentro e para fora, o Concílio Vaticano II iniciou desenvolvimentos que não podemos programar. O Concílio indicou a direção para uma nova época. Isso nos deu uma luz para o caminho que não é um farol capaz de iluminar uma pista inteira que leva ao futuro; ele pôs em nossas mãos uma
lanterna que, como toda lanterna, faz luz apenas na medida em que avançamos. Fornece luz para cada passo individual, que deve e pode seguir o passo seguinte. Por isso, um programa detalhado para o futuro não é possível. O futuro está nas mãos de Deus.

O Papa João XXIII, ao convocar e abrir o Concílio Vaticano II, falou de um renovado Pentecostes. Se estamos convencidos de que, em última análise, só o Espírito do Pentecostes pode dar a renovação, então devemos, acima de tudo, fazer o que os primeiros discípulos e discípulas fizeram antes de Pentecostes. Naquele tempo, os discípulos e as mulheres que tinham acompanhado Jesus se reuniram com Maria, mãe de Jesus, assíduos e concordes na oração (At 1, 12-14). Hoje também o futuro da Igreja está determinado, em primeira linha, por aqueles que rezam, e a Igreja do futuro será, acima de tudo, uma Igreja de pessoas que rezam.

O Espírito pode vir, como no primeiro Pentecostes, na tempestade e com o fogo (Atos 2, 2ss): com a tempestade que varre algumas coisas e com o fogo que queima coisas que, hoje, ainda nos parecem importantes. O Espírito, no entanto, também pode, como no caso do profeta Elias, vir na brisa suave do vento (1Reis 19, 12ss), pode purificar e transformar a nós e ao mundo, com o seu ardor, a partir de dentro. Pode nos tornar novamente conscientes de que a alegria para Deus é a nossa força (Neemias 8, 10).

Se nós, movendo-nos a partir dessa alegria, como povo de Deus, regozijamo-nos na Igreja, a Igreja também viverá amanhã e terá futuro depois de amanhã. Então, ela se tornará esplendor que preanuncia o reino vindouro de Deus e atrairá pessoas que buscam e interpelam, jovens e velhos, e será novamente, para muito, pátria espiritual. O fato de se lamentar não atrai ninguém; alegria, ao contrário, é contagiosa. A alegria de ser cristão convence. Se eu pude contribuir um pouco com essa alegria, ficarei muito feliz.

Notas:

1. KASPER, Walter. Gesù il Cristo. Bréscia: Queriniana, 1986.
2. KASPER, Walter. Il Dio di Gesù Cristo. Bréscia: Queriniana, 1984.
3. KASPER, Walter. Chiesa cattolica. Essenza – Realtà – Missione. Bréscia: Queriniana, 2012.
4. Lumen Gentium.
5. Dei Verbum.
6. Sacrosanctum Concilium.
7. Gaudium et Spes.

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