sexta-feira, 3 de maio de 2013

A Igreja do século XXI

A IGREJA DO SÉCULO XXI + Começou no Vaticano II. Seu fulcro referencial se configura no hemisfério sul. Seus ikons: os dois Francisco, o Santo e o Papa. Uma história: O carro vinha veloz. Parou só para recarregar o combustível. E já ia saindo novamente. - Qual a pressa, onde vai? - Não sei. - Então porque essa correria? - Assim me sinto bem. Não posso viver de outro modo. Acelerou a máquina e partiu. Anedota ou parábola, é o retrato de uma época. Questiona os modelos de sociedade, de Igreja e a nós mesmos. Em todos os empreendimentos humanos, mas particularmente na vida da Igreja, o desafio fundamental, hoje e sempre, é discernir: - Aonde vamos com tudo o que somos e fazemos? Onde gastamos as energias, o tempo e o dinheiro que nos foi confiado para a nossa missão? Que e quem nos impõe tais objetivos e estilo de vida que assumimos até heroicamente? As autoridades, os líderes, mesmo eclesiásticos, não têm o direito de impor aos fiéis objetivos e projetos que não foram suficientemente discernidos, com ajuda de assessorias qualificadas e discutidos por quem, nessas tarefas, vai gastar sua vida. A obediência cega pode ser um termo militar, certamente não é evangélica. Não é inocente plantar mensagens. As ideias, como as aguas que descem das montanhas em cataratas, fazem seu caminho correndo pelos vales, criando lagos, pântanos ou corredeiras. Hegel, (Georg Wilhelm Friedrich), alemão e filósofo da história, deixou-nos uma frase significativa: “Passam as ideias, pelas mesmas estradas, 50 anos depois, passam os canhões”. Na aventura da vida, a primeira e grande oportunidade que não se pode perder é a de unir-se com gente que pensa seriamente sobre os acontecimentos e possibilidades. Os caminhos podem surgir na medida em que se caminha, contando que se saiba para onde se quer ir. A tarefa é vasta: pensar e dialogar, considerar os eventos e as propostas no seu contexto e possíveis consequências. Não é tempo perdido aquele que se gasta na reflexão, nem atrasará a chegada. A pressa que suprime um discernimento objetivo, além de abrir espaço para confusões e ambiguidades que vão exigir inúmeros esclarecimentos, geram situações de risco que podem sacrificar projetos e mesmo pessoas. I. VER OS SINAIS DOS TEMPOS Estamos num mundo cheio de surpresas que encantam (oportunidades) e de contradições (que nos desafiam). Para não trazer uma lista abundante, delas, mencionaremos apenas alguns desses sinais que são de “alta tensão”, particularmente na nossa época. Veremos suas possibilidades e valores (com o sinal @), assim como suas ambiguidades desafiadoras (Sinal #). AS COMUNICAÇÕES, @ transformaram a noção do tempo e espaço. Reduziram o mundo e nos fazem contemporâneos dos que não são nossos coetâneos. Permitem-nos, não apenas a bilocação, que já seria algo magnífico, mas até a multi-presença simultânea. Com os celulares aconteceu uma mudança de paradigmas: já não somos nós que vamos ao telefone, mas é ele que nos procura e nos encontra donde quer que estejamos: dentro de um carro a 120 quilômetros por hora, num cinema o até no WC. @ Pelos computadores (com o programa Facebook, Twiter), as opiniões de pessoas sem projeção nas ciências, nas artes, na literatura ou nos esportes, podem chegar a milhões de contemporâneos, até nas partes mais distantes do mundo e de maneira instantânea. Com o Slype vemos e ouvimos as pessoas e o ambiente em que se encontram, e por elas somos igualmente observados. # Estamos inundados pelas informações e vazios de conteúdos. Escutamos e falamos sem comunicar-nos. Encontramos muita gente, sem relacionar-nos. As atrações da sociedade de consumo invadem todos os espaços da radio, TV, jornais, estádios, avenidas e todas as horas do dia e da noite. Milhões de pessoas são informadas dos detalhes da vida dos seus ídolos do esporte, do cinema, da passarela, das bandas... Toda essa publicidade não chega a transmitir felicidade, engana crianças e adultos dando-lhes ilusões de que a felicidade é o resultado da soma de prazeres e aquisições. @ Os jovens de qualquer parte do mundo, conhecem melhor os detalhes dos novos aparelhos eletrônicos e sabem como usá-los quase “automaticamente” deixando os adultos do seu ambiente (familiar, escolar, religioso) admirados e quase como inferiores. O analfabeto do século XXI é o que não sabe usar um computador, mandar e receber mensagens pelo celular. # Estamos construindo “super” seres terrestres, totalmente equipados na eletrônica e cibernética, mas emocionalmente infantis e segregados dos demais, isso acontecendo nas suas própria casa e família. @ As conquistas no campo da medicina são fantásticas e com consequências compensadoras para a humanidade. Em cada década, o número de pessoas que vivem para além dos 100 anos, se duplica. Em poucos minutos, com considerável eficácia, o laser executa intervenções que nunca antes sequer se podiam imaginar. # Ao mesmo tempo, a maioria dos pobres continuam fazendo filas intermináveis nos Pronto Socorro e nos corredores dos hospitais. Terão que aguentar suas dores e incomodidades por meses, até que lhes toque a vez para serem atendidas por algum médico de turno ou pelos estudantes dos últimos anos de medicina. # São milhares de dólares gastos com mascotes e também com a vaidade das pessoas (cremes, operações estéticas desnecessárias). Morrerão esbeltos e os circunstantes confirmarão: - A defunta não tinha celulite alguma! @ As religiões, felizmente estão apresentando uma nova imagem de Deus: Pai e Mãe de misericórdia e não um Ser Superior que vigia e anota nossas inflações, para que, oportunamente sejamos castigados com o rigor previsto na Lei superior. # As doutrinas parecem envelhecer porque os conhecimentos cresceram e chega um momento em que as explicações que se davam aos valores de fé já não são capazes de tocar positivamente aos corações. As prescrições detalhadas do comportamento religioso ainda permanecem no estilo do século XIX, insistindo em atitudes que não são essências para o que Jesus nos ensinou. # O descobrimento da religião como oportunidade de mercado tornou-se a grande atração (e o premio da loteria para pessoas hábeis em conquistar multidões que estão procurando ganhar a assistência divina – gratuita e imediata – a fim de solucionar suas urgências econômicas e de saúde. Cantores religiosos (católicos ou evangélicos, leigos ou ministros ordenados) se enveredaram pelo caminho de uma religião altamente emocional, que retribui graças e milagres na proporção das esmolas recebidas. A “demoniologia” alcança o ápice da sua gloria revelando a onipotência, onipresença e extraordinária capacidade dos opositores celestes profissionais, democraticamente permitidos por Deus, para colocar-nos à prova. Propiciando o surgimento de exorcistas poderosos que entram na luta para ganhar. @# E como as ciências evoluem, também acontecem que os costumes da sociedade mudam sem que atinemos até onde podem chegar. Assim, por exemplo, modelo da família em que nascemos e fomos educados já não existe. De nada vale procurar nos museus as roupas, os objetos de outras épocas. O desafio é fazer coisas diferentes para continuar sendo iguais. Quer dizer, são possíveis diferentes modelos, para manter os mesmos valores não negociáveis. CHEGAMOS ENTÃO AO PONTO CENTRAL DESTA REFLEXÃO: @ a Europa era o centro numericamente maior e mais efetivo do cristianismo. Por muitos séculos, sozinha, enviou missionários a todo o mundo. América Latina, formava uma das periferias a ser catequizada, quer dizer, destinada a ser fotocopia branco e preto do modelo do hemisfério norte europeu. Mas agora isso mudou. Nem a Europa, nem a América Latina são hoje, o que foram. As áreas com criatividade pastoral e maior número de católicos já não estão no hemisfério norte. Deslocaram-se para o Ocidente e mais ao sul. Até o Papa, pela primeira vez na história, veio “dos confins da terra”. Queremos insistir: Esta valorização histórica da Igreja da América Latina não significa referências de superioridade cultural, biológica, teológica, metodológica, espiritual reunidas numa geo-pastoral homogeinizadora. América Latina qualifica uma metodologia que parte da vida; que tem como sujeito privilegiado o Povo de Deus, particularmente a gente simples e fiel a Deus; que se dedica a fazer teologia em comunidade, valendo-se de assessores qualificados não somente nas ciências sagradas, mas também nos diferentes âmbitos das ciências sócio, políticas, administrativas... e estão insertos no mundo onde se encontram; que retoma a Palavra de Deus com um dinamismo missionário e servidor, unindo o social com a mística, o teológico com o pastoral, os carismas dos indivíduos com a responsabilidade comunitária de ser bom acontecimento e boa notícia; que se compromete numa caminhada ecumênica (conhecimento, respeito e diálogo recíproco com os demais cristãos), orientando-se todos, ao serviço dos mais necessitados. Tudo isso desenvolveu um estilo de cristianismo que se pode viver sem ter que mudar de residência a outro hemisfério. Não se trata de um esquema eclesial para ser exportado, repetindo então, noutra parte do mundo e noutra época, o que se denunciou, no passado, em relação ao centralismo da Eurásia. Além disso, na própria América Latina não há uniformidade no seguimento do Vaticano II. Em alguns lugares o Concílio ainda espera ser inaugurado. O que nossa Igreja experimentou como extraordinária oportunidade histórica e dom do Espírito, na simplicidade dos nossos poucos recursos de pessoal e de instrumentos, queremos compartilhar com todos, na mesa comum da grande família eclesial. Nunca passou por nossa cabeça exportá-los como produtos bem terminados e receitas imutáveis a serem usadas noutros latitudes. O que temos, oferecemos. E confiados na comunhão “católica”, esperamos também receber os dons dos demais. # De outra parte, a Igreja latino americana conheceu sucessivas ondas de desprestigio, de acusações, de irresponsabilidade, de corrupção. A Igreja Católica foi ferida pela culpa de seus membros e também pelas calúnias e suspeitas. Mas a Igreja não está morta ou conformada com os desastres que a lastimaram profundamente. Uma parábola diz mais do que muitas explicações: # O motorista da ambulância sofreu um acidente cardio-vascular. Então, o enfermo que estava deitado na maca, apesar de suas dores, levantou-se e com esforço, assumiu a direção do veículo rumando ao hospital. Ambos enfermos se salvaram @ A Igreja, mesmo pobre e pecadora, assume os comandos para levar à salvação, os ameaçados de morte. II. DISCERNIR 1. A Igreja do século XXI começou com o Concílio Vaticano II. Naquele 25 de Janeiro de 1959, um papa de “transição” (77 anos de idade) entrou na basílica de Paulo, no fim de uma semana ecumênica. Anunciou a decisão, que mesmo sem ele ter plena consciência, constituiu-se o “divisor de águas”, na nossa Igreja. Naquele acontecimento o papa Roncalli não se desanimou ao ver que os 18 cardeais que o acompanhavam, se mostraram indiferentes ao anúncio; A Igreja Católica, ha 400 anos depois de Trento, convocava um Concilio Ecumênico. Ao mesmo tempo, todo o povo de Deus presente, com aquele extraordinário “sensus fidelium” irrompia em aplausos, tamanho era o seu entusiasmo. Do alto e por cima das arcadas da Basílica, os 260 antecessores de João XXIII o contemplavam. Os artísticos mosaicos que perpetuaram suas ancestrais efígies hieráticas, disfarçaram sua admiração pelo extraordinário daquela manhã: O protagonismo da Cristandade medieval chegava ao fim: a contra-reforma católica perdia sentido; o gueto clerical dominante começava a perder sua justificação ideológica, ficando descoberto o absurdo teológico-pastoral de colocar os ministros da Igreja no vértice glorioso de uma pirâmide eclesiástica, fora do mundo e com empáfia de superioridade. A Igreja que havia mudado de organismo vivo a uma organização sócio-política-religiosa, agora faria o caminho inverso, passando novamente de organização retrógrada a um organismo vivo. 2. Hoje, 50 anos depois – e isso é pouco numa Igreja que conta com a promessa de que chegará até o fim dos séculos – confirmamos que o Papa João, foi profético convocando todos (homens e mulheres) de boa vontade, também os que não compartilhavam a fé que professamos, a que se unissem conosco em função da justiça e da paz. E que não renunciássemos à bandeira certa, como dizia D.Helder Câmara, só porque estava em mãos que julgávamos equivocadas. 3. Nas seguintes décadas passamos por um longo inverno eclesial: - o Vaticano II foi acusado de ser responsável por todos os males que estiveram surgindo dentro da comunidade católica - Varias decisões conciliares não saíram do papel (Colegialidade episcopal, a prioridade do Povo de Deus em relação à hierarquia, o Reinado de Deus como suprema referência, a Palavra de Deus acima das autoridades eclesiásticas, o primado da consciência, a Importância da Igreja local, a sede romana e o pontífice “primus inter pares” e não “super pares” – primeiro entre iguais e não acima deles. - A hermenêutica conciliar foi colocada em dúvida e acusada de romper com a tradição - O catecismo da igreja Católica e o Código de Direito Canônico, por vezes, colocado em situação de igualdade e superioridade em confronto com as decisões conciliares. - O termo teológico de “Povo de Deus” substituído pelo de “Corpo de Cristo” - Os sínodos episcopais que nunca foram deliberativos, ficando somente consultivos - A ausência de um organismo que velasse pela aplicação do Vaticano II, ficando em grande parte à mercê da Cúria Romana ENTRETANTO, COMO NÃO EXISTE MALES QUE NÃO VENHAM PARA BEM, essas contradições nos serviram para que tivéramos mais tempo para entender e assumir a nova vocação da humanidade e da Igreja, sonhadas e declaradas pelo Concílio. Não menos importante ter tido condições para refletir sobre os desastres que nos envolveriam se perdêssemos a oportunidade de manifestar uma Igreja mais evangélica, mais missionaria a serviço dos últimos, sinal e primicia de um novo mundo possível. -III. PODEMOS AGIR Nunca é demasiado cedo ou demasiado tarde para assumir os valores fundamentais da humanidade e ser fieis à missão da Igreja. + COLABORANDO COM MUITOS OUTROS Juntos com todos que desejam viver com dignidade, ser fermento dentro do mundo e não ao lado dele, temos como meta imediata: 1. Salvar o planeta. – “Quero pedir a todos que ocupam postos de responsabilidade no âmbito económico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos “responsáveis pela criação” (Papa Francisco) 2. Salvar centenas de vidas que estão sendo destroçadas pelo “tráfico de pessoas, que é a escravidão mais ampla do século XXI” (Papa Francisco) 3. Resgatar a força dos meios de comunicação (artes, uso do internet...) para criar programas, novelas, campanhas que dignifiquem a pessoa humana, as famílias e não defraudem ou desorientem a juventude. 4. Elaborar, propor, desenvolver uma educação básica, uma saúde essencial, uma dignidade humana para todos os cidadãos. 5. Colocar-se do lado dos que mais necessitam de apoio. “Se não houver esperança para os pobres, não haverá para ninguém, nem para os ricos” ; “Como eu gostaria de uma Igreja pobre e para os pobres” (Papa Francisco). 6. Denunciar a hipocrisia e corrupção que se apresentam como salvadoras do mundo. “Com a voracidade do poder, consumismo e falsa eterna juventude... os extremos débeis são descartados como material de lixo de uma sociedade que se torna hipócrita, ocupada em saciar seu “viver como se queira” (como se isso fosse possível), com o único critério de caprichos adolescentes não solucionados” (Papa Francisco). “A crise econômico-social e o concomitante aumento da pobreza têm suas causas nas políticas inspiradas em formas de neoliberalismo que consideram os ganhos e as leis do mercado como parâmetros absolutos em detrimento da dignidade das pessoas e dos povos” (Papa Francisco) + A IGREJA NÃO PELOS OUTROS PARA COMEÇAR 1.Tomar consciência de que a proposta de Jesus é o Reino, não a Igreja. E a Igreja não é o clero, mas o Povo de Deus. As devoções e os sacramentos ou são serviço missionário aos mais desfavorecidos da história, ou são espetáculo de circo, para “embaucar” as multidões que procuram espetáculo; ou são uma instituição que se transformou em empresa financeira. “Se não proclamamos a Jesus Cristo seremos uma ONG piedosa, mas não a Igreja” (Papa Francisco) + “Os presbíteros temos a tendência de clericalizar os leigos. E os leigos – não todos, mas muitos – nos pedem de joelhos que os clericalizemos porque é mais cômodo ser coroinhas do que protagonistas de um caminho laical” (Papa Francisco) 2. O dinamismo que convoca a humanidade é o do Jesus histórico, um de nós, que viveu o que anunciou e assumiu até as últimas consequências o que tinha anunciado com sua vida e palavras. E o Pai o Ressuscitou. Tudo o que é vida e salvação acontece nele. A meta é retomar o nível das suas atitudes e parábolas, para fazer acontecer o Reinado do Pai e o divino escondido na fragilidade humana de um galileu de Nazaré. Jesus é o mediador, não por possuir dons sobre-humanos, senão por ter colocado na sua vida a fidelidade a Deus e a misericórdia para com todos os seres. 3. Nossa Igreja entra numa “quaresma histórica” para livrar-se das pompas, de todo sentido de superioridade que humilha, paralisa, despreza as pessoas, mesmo que sejam pecadoras. “A incoerência dos fieis e dos pastores corrompe a credibilidade da Igreja (Papa Francisco). –“ Que o Senhor nos livre de maquilar nosso episcopado com os ouropéis mundanos do dinheiro e do clericalismo de mercado” (idem) Ao mesmo tempo, a instituição eclesial necessita libertar-se da burocracia; do fechamento em si mesma cuidando unicamente das suas organizações e estruturas. – “Devemos exigir a distribuição das riquezas” (Papa Francisco). A Igreja precisa salvar-se da contaminação com a sociedade de consumo materialista. “Os sacerdotes devem sair às periferias onde há sofrimentos, há sangue derramado, cegueira que desejaria poder ver, onde há escravos de tantos patrões maus (Papa Francisco) 2. Criar um Advento estratégico: Tendo em consideração que quando uma época agoniza, outra está despontando, é importante: - Não sacrificar o essencial pelo urgente - Não é suficiente destruir o que sobra, é necessário construir o que falta - Manter uma visão ampla e universal, mas com os pés no chão... comprometendo-se em ações locais - Colocar cada parte na perspectiva do conjunto - Transformar a meta final em muitas metas cotidianas possíveis - Em vez de lamentar-se pelos problemas, tentar propostas de solução - Ganhar a interpretação dos fatos - Poderemos sempre começar com o que não foi proibido e também não foi mandado, - Considerar sempre, antes de agir, as fortalezas e debilidades, oportunidades e ameaças, para então pensando, decidir, agir, avaliar e celebrar constantemente e como equipe - Capacitar os escolhidos e escolher os capacitados - Não é problema ser minoria, senão não saber o que se quer e para onde se está indo. E não estar unidos - O sucesso não permanece para sempre e o fracasso não é definitivo. # Sirva de lição o que aconteceu com “moderníssimo” avião criado por Haward Hughes: Era uma aeronave tão perfeita e completa, com abundância de instrumentos e recursos, que não conseguiu voar. E ainda hoje é um museu para turistas, num porto da Califórnia 3. É hora de sair de um ecumenismo acadêmico para uma comunhão efetiva a serviço dos que mais necessitam, libertando-nos da corrupção, da violência, das drogas, das manipulações e enganos. 4. Não é pequena tarefa recuperar a dignidade de uma Igreja desmoralizada pela debilidade moral (sexual) de alguns de seus ministros; pela ambiguidade no uso dos recursos econômicos próprios e alheios (Bancos). Trata-se de recuperar o sentido de pertença a essa família humilhada, mas cheia de futuro, liderada por um réu de morte, que o Pai ressuscitou. Comunidade que conta, felizmente, com milhões de membros que são coerentes e até heroicos Também, em nossos tempos, muitos deram o testemunho não somente de fidelidade, más até mesmo do sangue. Eles estiveram conosco em tantos dos nossos encontros, congressos, reuniões. Logo estarão nos altares. Já estão canonizados no coração das comunidades eclesiais que com eles compartilharam o medo, a tensão, a repressão violenta e a perseverança do compromisso com os sofredores e fieis seguidores de Jesus, que formam hoje a constelação luminosa de nossos mártires: Oscar Romero, Juan Gerardi, Ita Ford, Maura Clark, Doroty Stang... 5. A Igreja Latino Americana, mesmo com suas limitações, está colocando na mesa comum da grande família eclesial, dons preciosos do Espírito que ela recebeu, assumiu e compartiu: – a religiosidade da sua gente, explicitada como catolicismo popular. Uma prática evangélica com mínimo de teoria e muito de vida, que é alegria, misericórdia, festa e acolhida a todos, compartilhando comida, conhecimentos, favores, casa e bens - A mariologia que recupera, no catolicismo, o sentido do carinho, da acolhida, da dignidade pessoal e da família aberta para incluir novos membros, - A originalidade das Comunidades Eclesiais de Base (CEBS) e de fazer Teologia a partir da vida, da luta para superar os sofrimentos e medos, viver a fé mesmo em circunstâncias limites de sobrevivência econômica e de insegurança total - o testemunho de centenas de mártires (como já o mencionamos) - A vivência da mística no social, na comunidade e na experiência pessoal 7. Uma Igreja Missionaria. O papa Francisco escreveu aos bispos Argentinos (25/3/2013):- “Toda a pastoral deve ser missionaria. Devemos sair de nos mesmos e dirigir às periferias existenciais e crescer em audácia”. - “Uma Igreja que não sai, cedo ou tarde adoece no ambiente viciado do seu fechamento. É certo que a uma Igreja que sai pode lhe acontecer o mesmo que a uma pessoa que anda pela rua e sofrer um acidente. Diante dessa alternativa, quero lhes dizer francamente que prefiro mil vezes uma Igreja acidentada do que uma Igreja doente. A doença típica de uma Igreja encerrada é o estar fechada sobre si mesma, curvando-se como aquela mulher do Evangelho. É uma espécie de narcisismo que nos conduz à mediocridade espiritual e ao clericalismo sofisticado...” (idem) - + “Em vez de ser uma Igreja que acolhe e recebe, procuremos ser uma Igreja que sai de si mesma e que vai aos que não a frequentam, que não a conhecem, que se foram com indiferença” (idem) @ Resumimos fato do protagonismo da Igreja latino americana num quadro referencial que certamente no está completo, mas ilustra o que dizemos: TRADIÇÃO DO HEMISFERIO NORTE NUESTRA ORIGINALIDAD 1.Igreja sociedade perfeita, ao lado do mundo 1.Igreja fermento no mundo 2.Teologia do dogma à vida(descendente) 2.Teologia ascendente 3. Clerical 3.Povo de Deus 4.Devocional 4. Palavra de Deus 5.Monarquia eclesial absolutista 5.Colegiado 6.Santoral dominante 6. Cristología 7. O Cristo da Fé 7.Jesús histórico 8.Mariología dominante 8.Misterio Pascoal 9.O edifício 9.A Comunidade 10.Inquisição 10.Pluralismo 11.Cruzadas 11.Diálogo 12.Contra Reforma 12.Ecumenismo 13.Igreja 13.Reino de Deus 14.Proselitismo 14.Testemunho,Missão 15.Multidão 15.Pequena Comunidade 16. Autoridade indiscutível 16.Ver,Pensar,Agir,etc 17.Movimentos, Associações 17.Pastoral de Conjunto 18.Modelo piramidal 18.Circular 19.Código Direito Canônico. Catecismo 19.Concilio 20.Tradição Medieval 20.Começou séc. XVI A Igreja da América Latina, pela sua realidade e dinamismo, pelo seu peso numérico, pela maioria de jovens que a compõem, pela plêiade de seus filhos e filhas martirizados por fidelidade ao Evangelho e ao Vaticano II, pela sintonia profunda com o pontificado do papa Francisco, terá que assumir a responsabilidade de ser um dos principais centros de irradiação da proposta de Jesus. Nesse sentido ela vai constituir-se como o centro referencial católico do século XXI. Rezamos, com o pensamento do nosso irmão mais velho e papa Jorge M. Bergoglio: - “Por mais que o destruamos, o poder do amor como serviço, sempre ressuscita. Sua fonte está para além de toda perspectiva humana; é a paternidade amorosa de Deus fonte inalcançável e inquestionável” (Papa Francisco). E Deus nunca se cansa de perdoar (Papa Francisco) e de fazer nova todas as coisas (Livro do Apocalipse 19,5). José F. Marins Teo

sábado, 27 de abril de 2013

Lo inegociable sobre las CEBs. J.Marins

CEBs – 1. LO INEGOCIABLE Según las Asambleas de Medellín y Puebla, hay elementos de las CEBs que no se pueden negociar. Estamos, en efecto, delante de una opción teológico-pastoral tan importante como ha sido la que provocó el surgimiento de las parroquias, red de comunidades en la diócesis 2. ALTERNATIVA A LA TRADICIÓN EUROPEA La Iglesia de América Latina y Caribe ha desarrollado una creatividad original a propósito de establecer su primera instancia eclesial comunitaria, diferente de la experiencia eclesial europea . Es diferencia que no significa inferioridad. 3. EL REINO ES LA META Las CEBs no surgieron para renovar la parroquia. Ellas procuran leer e interpretar los signos de los tiempo, en la perspectiva de la Nueva Jerusalén - Reinado de Dios. Movidas por el Espíritu, participan del dinamismo de la encarnación y misión de Cristo, presentes y actuantes en el mundo, como señal e presencia de la Iglesia, de la cual son la menor expresión. 4. OTRO MODELO HISTÓRICO Las CEBs han configurado un nivel eclesial menor que la parroquia, pero con igual responsabilidad de ser, como la parroquia por siglos ha sido, la “Koinonia” (Comunidad) de los bautizados de un área, pero en un modelo eclesial diferente, en línea de las Constituciones conciliares . La teología del Vaticano II fundamentó esta perspectiva (LG1 y 26) y las asambleas generales del episcopado así como las encíclicas papales, la han ratificado . 4. IGLESIA EN SEMILLA Las CEBs son la propia Iglesia en semilla, en embrión. No una parte, sino un todo concentrado. No son un grupo específico para la catequesis, o la liturgia, o lo social, o lo político… Las CEBs, constituyendo una red de comunidades, forman la parroquia, en autonomía y comunión . 5. NADA DE ESCAPARATE Como el “mysterion” de la Iglesia, las CEBs están siempre en camino. Es el que se suele resumir con tres palabras: “Si, todavía no”. En efecto, algunos aspectos de las CEBs todavía no fueron desarrollados completamente: como el de ser una comunidad eucarística, sin los ministerios ordenados propios. Otros aspectos ya han sido configurados claramente: como el compromiso misionero, la Iglesia en la cual los pobres son llamados a ser sujetos, el servicio a los más necesitados. 6. MYSTERION (SACRAMENTO) EN UN MODELO ORIGINAL Las CEBs, por su naturaleza, se constituyen como el “Mysterion” o “sacramento”, en el sentido de LG 1. En eso son iguales a las parroquias. Pero son diferentes por el “modelo” eclesial y el método que usan (Ver, juzgar, actuar, evaluar, celebrar. La parroquia, en efecto, viene de la visión de la cristiandad tridentina (rural, clerical, territorial, pre-técnica…). Las CEBs buscan expresar la iglesia del Vaticano II, que a su vez retoma la visión de las primeras comunidades del Nuevo Testamento, centradas en la gente y no en el edificio. Los ministros son para servir a la comunidad (no lo contrario) y la comunidad es servidora del mundo (en función del Reino de Dios). 7. NO UNA MERA AYUDA; NO UNA CAPILLA Las CEBs no son movimientos, asociaciones, fraternidades, orden tercera … que son dones particulares del Espírito (AYUDAS) en función de la vida y misión de la Iglesia. No se clasifican como “capillas”, estructura pastoral que han sido creado en el territorio parroquial, como lugares de culto e devociones, ocasionalmente espacio para el recibimiento de los sacramento (cuando de la visita de un ministro ordenado). Las capillas no forman un nuevo nivel de Iglesia. Ellas repiten el modelo parroquial (piramidal, patriarcal, etc.). Diferente de las CEBs, vienen desde la parroquia hacia las bases, como una estructura ya definida, para el atendimiento de los fieles. 8. “PEQUEÑAS COMUNIDADES ECLESIALES” – EL LIMBO DE LA PASTORAL Las CEBs son constitucionalmente sinodales. Como los dedos de la mano, forman una red articulada (Parroquia). No son lo mismo que la sectorización parroquial, sugerida por el documento de Aparecida. Tampoco son las “pequeñas comunidades eclesiales”, que todavía están en una especie de “limbo” pastoral, desde que su identidad es demasiado genérica e imprecisa. 9. RED DE COMUNIDADES La CEB no nace para renovar la parroquia, sino para colocar en práctica un nuevo modelo de Iglesia servidora, misionera y comunitaria. La perspectiva es de conformar una parroquia red de comunidades. No se trata de pensar en una CEB aislada, sino en un tejido, en un equipo, en una red. 10. COMUNIDADES EUCARÍSTICAS Siendo las CEBs, comunidades Eucarísticas, necesitan contar con el correspondiente ministro, no solamente de manera ocasional, cuando un presbítero viene “visita-las”. Las limitaciones en esa materia se explican por la disciplina existente, pero no se justifica que esa situación persista para siempre. 11. LAS CEBS “NO SE CASAN” Siendo la pequeña Iglesia, célula inicial de configuración eclesial (Medellín), las CEBs no pueden “casarse” con una teología, con un movimiento o congregación religiosa. No están en el escaparate parroquial para que sean escogidas según los gustos del clero y de los bautizados. 12. EL ABUSO NO EXCLUYE EL USO Las limitaciones y fallas históricas de las CEBs no son razón para que sean proscriptas sin una seria revisión y ayuda adecuada y correcciones, cuando necesarias. También cardenales, obispos, presbíteros han sido, a lo largo de la historia y aún en nuestros tiempos, denunciados por escándalos gravísimos. No por eso la Iglesia abrió mano de esos ministerios. Marins.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Pluralismo

Creo que los católicos tenemos mucho que aprender de nuestros hermanos evangélicos y ellos de nosotros. Cuando conversaba con mis hermanos indígenas Awajún (amazonía peruana) encontré una nueva forma de expresar la unidad en la diversidad.... te cuento: la Iglesia es como el bosque, en el bosque hay diversidad de especies vegetales, animales, diversos recursos como agua, suelo, etc. bien todos son diferentes, hay árboles frondosos, medianos, pequeños, arbustos, plantas grandes y muy pequeñas... hay plantas que no tienen raíces en el suelo, son plantas que viven de otras, las llaman parasitarias, pero esa es una falsa apreciación... todas las plantas dependen unas de otras, los insectos son valiosos en el bosque, no solo por la polinización sino porque también ayudan a crear microorganismos que descomponen las hojas y se convierten en alimento de los insectos y de las plantas... en fin así... se crea una interdependencia y armonía que tiene como resultado un bosque bello, riquísimo... en la iglesia tenemos de todo y entre todos nos podemos fortalecer, alimentar, no hay nadie inútil, y cada parroquia cada comunidad cristiana (no interesa la denominación) es como un micro ecosistema en el que se desarrollan determinadas formas de vida y el conjunto de micro ecosistemas hacen el gran sistema del bosque... y el único que es capaz de romper esa armonía es el "ser irracional llamado hombre", igual pasa en la Iglesia, santa por su misión pero violentada por nuestros pecados, los pecados de nosotros los seres humanos...

quinta-feira, 7 de março de 2013

Dr.Brenda C., - Improvável um Papa...


  •  — Doutora em Sociologia da Religião, pesquisadora da Universidade da Califórnia e professora da PUC de Campinas, a guatemalteca Brenda Carranza considera improvável a eleição de um Papa progressista e não vê disposição da Igreja para recuperar os fiéis perdidos nas últimas décadas.
O GLOBO: Estamos às vésperas de um conclave e muito se fala sobre a possibilidade de um Papa progressista. Na sua opinião, esta ala do catolicismo teria força para eleger o sucessor de Bento XVI?
Brenda Carranza: Parece improvável. Quando pensamos na ala progressista da Igreja, nos referimos a ideias fortemente críticas à Cúria Romana, cujos pensadores foram até silenciados. Se levarmos em conta que tanto João Paulo II quanto Bento XVI nomearam o Colégio Cardinalício, de onde virá o novo Papa, certamente o eleito para o cargo estará alinhado com as mesmas diretrizes das últimas décadas. O que pode acontecer é que tenhamos um Pontífice mais moderado.
Somente no Brasil, entre 2000 e 2010, o catolicismo perdeu 465 fiéis por dia, segundo o IBGE. A mesma debandada ocorre em outros países. Estancar esta ferida só seria possível com um posicionamento mais liberal?
Brenda Carranza: A academia tem pensado isso, quando aborda a dobradinha carismáticos versus Teologia da Libertação. As duas são desdobramentos do Concílio Vaticano II, que foi a maior renovação da Igreja, quando ela se tornou mais aberta ao diálogo, no fim dos anos 60. Acusava-se a Teologia da Libertação de ser responsável pela perda de fiéis da Igreja, por usar o Evangelho para enfatizar questões políticas e reivindicações sociais. Isso teria provocado a perda de espiritualidade e, consequentemente, a fuga do rebanho. Da emergência da Renovação Carismática Católica, por outro lado, esperava-se um reavivamento espiritual, que atraísse quem trocou os afastados do catolicismo por outras religiões, principalmente as pentecostais. Mas nem um movimento, com sua opção pelos pobres, nem o outro, com a fé no Espírito Santo, impediu a redução de 20% dos católicos nos últimos 20 anos. Então, é um problema muito mais profundo, relacionado à própria posição ocupada pela Igreja no mundo e ao diálogo com as novas gerações, que não estão adotando a fé de seus pais.
Os jovens, então, vivem a expectativa de uma mudança na abordagem da Igreja?
Brenda Carranza: Sim, ao menos entre os engajados na ala progressista, que pedem para a Igreja discutir as mudanças culturais das últimas décadas, como a flexibilidade moral na esfera sexual. Os jovens pagãos também pedem um outro posicionamento. São aqueles que criticam o Vaticano por pensarem que ele é rico e não divide seus bens com os pobres e que condenam a religião por se meter em assuntos como o uso de anticoncepcionais ou por sua falta de moralidade. Neste caso, o prato cheio são os escândalos de pedofilia e a condução desses casos. Já os jovens alinhados a movimentos carismáticos querem uma Igreja preocupada com a liturgia e rigorosa com a moralidade sexual cristã.
E a Santa Sé estaria decidida a dar um passo concreto agora para atender a essas demandas?
Brenda Carranza: Não acho que os cardeais acreditem que, flexibilizando as normas e a doutrina, seja revertida a perda de fiéis na América Latina. O próprio Bento XVI mencionou ser melhor uma minoria de cristãos convictos do que massas de fiéis sem compromisso profundo com sua fé.
Se não agora, quanto tempo seria necessário esperar?
Brenda Carranza: O tempo institucional da Igreja Católica é muito elástico, se comparado à urgência apresentada pelo presente. É uma espera que não tem prazo. Basta lembrar que só há pouco tempo a Igreja reconheceu que foi um erro histórico condenar Galileu Galilei por ter dito que a Terra gira ao redor do Sol, e não o contrário.

terça-feira, 5 de março de 2013

A Sinodalidade


A SINODALIDADE É UM CAPÍTULO DECISIVO NA ECLESIOLOGIA.

A restauração da forma sinodal da missão da Igreja não deveria se reduzir a uma banal democratização das decisões a serem tomadas pela maioria.  Ela requer, a atribuição de formas adequadas de autoridade aos fiéis, em harmonia com o ministério ordenado dos pastores da Igreja. Sua tarefa é a de garantir a autenticidade da fé e a unidade da Igreja.

No rito latino da Igreja os fiéis leigos, e também os diáconos e os padres, no, não têm nenhuma disposição canônica que lhes permita dar um voto deliberativo sobre as questões eclesiásticas.

 Em outras fases da história, ao invés, muitas decisões importantes, a partir da eleição dos bispos, eram tomadas pela comunidade. Ainda hoje, o ordenamento canônico oriental estabelece a convocação anual de um sínodo patriarcal para a eleição dos bispos e para "emanar leis para toda a comunidade patriarcal" (cânones 106 § 2; 110 §1). E a cada cinco anos,  reúne-se a assembleia patriarcal de bispos, dos superiores religiosos, dos representantes dos padres e dos leigos, das universidades, das faculdades teológicas e dos seminários (cânones 140 e 143) para tratar das coisas da Igreja.

       O Vaticano II estabeleceu que o primeiro e fundamental sujeito responsável pela missão é o conjunto de todos os fiéis. O povo de Deus, "populus messianicus…instrumentum redemptionis", é o sujeito responsável pela missão  (LG 8). Em outras palavras, todos os fiéis, pelo carisma  que lhes foi infundido no batismo e na confirmação, são os sujeitos da comunicação da fé, da qual depende a vida da Igreja.
       Cada cristão, seja ele quem for, é sujeito original da evangelização e a ela deverá estar orientado durante toda sua vida. Para isso, não precisa de nenhum outro sacramento além do batismo, nem de alguma delegação por parte da hierarquia. O Código traduz esse dado no cânon 781, atribuindo ao povo de Deus, como seu dever fundamental, a opus evangelizationis.
       Portanto, a comunicação da fé, ato decisivo da missão eclesial, é competência própria de cada fiel.

       # Por que então, uma CEB, em coisas de menor importância, por exemplo na escolha dos instrumentos e dos modos mais oportunos para evangelizar os que encontra na sua realidade, particularmente urbana?

       Os membros do Povo de Deus expressam a fé e exercem o seu sacerdócio comum (empenho numa profissão, responsabilidades cidadanas, sociais e políticas, serviços diversos às causas da justiça, da verdade, da paz...) segundo a vocação à qual se sentem chamados: matrimônio, vida consagrada ou ministério ordenado.

       Todos esses aspectos da vida cristã não podem ser considerados como uma realidade profana, desprovida de um caráter eclesial, útil apenas para o fiel para ganhar méritos para a vida eterna: são de fato o exercício do sacerdócio comum. Na vida cotidiana comum, na qual família, profissão, responsabilidades sociais ocupam os dias dos crentes, os fiéis realizam o mandamento do Apóstolo oferecendo seus corpos, sua vida, como culto espiritual e dando o testemunho de Cristo nas suas relações interpessoais e sociais.
       Bento XVI, em um discurso de 16 de maio de 2011, afirmou que os fiéis não devem ser "apenas executores passivos" do que é ditado pelo magistério, mas sim "protagonistas no momento vital da sua implementação". O papa, depois, estende esse pensamento até dizer que, com relação ao magistério, eles devem ser "também colaboradores preciosos dos pastores na sua formulação". Eles o serão "graças à experiência adquirida e de acordo com suas competências específicas".
       A sinodalidade, portanto, deveria acontecer na valorização das experiência e das competências. O carisma dos esposos e dos pais, se fundamenta em um sacramento particular. O seu sensus fidei em interpretar o evangelho da vocação à vida familiar é indispensável para o conjunto da vida da Igreja e não pode ser reduzido apenas à virtude de escutar ao magistério. O mesmo se diga para qualquer âmbito em que os fieis tenham experiência e competências que os pastores da Igreja não tem.

José Marins (Fundamentado na entrevista de Severino Dianich, Unisinos, março 2013)

domingo, 3 de março de 2013

Jovenes de las áreas periféricas (favelas) y Internet


EL USO DEL INTERNET POR LOS JOVENES POBRES EM LA GRAN CIUDAD.

1.  El uso del internet significa la posibilidad de usar tecnologías que dan a los jóvenes de origen popular la entrada en un mundo del cual han estado excluidos. Por otro lado, es la posibilidad formidable de ampliación de su experiencia de tiempo y espacio. El joven de las periferias urbanas (no solamente geográficas) esta estigmatizado por su pobreza, poca cultura sistemática y relaciones de amistad limitada a la gente de su misma área o cultura.

Os Cibers Café y la pose de una computadora que le permita acceso a las redes de comunicación, les abren todo un mundo virtual, con informes y abundancia de comunicaciones prácticamente universales.

-    A lo largo de las calles, en los estadios deportivos, en la playa el joven de las favelas es solamente un “joven de los suburbios”, no es ciudadano. Su mundo (o sub-mundo) es motivo de sospechas gratuitas y a veces despierta miedo en la gente de otras partes de la ciudad.

 

Pero, por el Twister, el Facebook y congêneres, aquel joven de periféria habla de si, identifica sus preferencias, afirma sus gustos, enuncia sus conflictos, revela su equipo de futbol, sus preferencias a propósito de artistas y de músicas, muestra sus fotos y la de sus amigos y amigas. Ya no se siente solo o inferior, o un ser raro. Entra en contacto con jóvenes semejantes a el y diferentes de el. Acontece lo que llamaríamos de “conquista de un territorio virtual” e una nueva pertenencia: -El joven ya no se define como habitante de la periferia, sino como ciudadano del mundo. Conquista otros signos, gustos, lenguaje, preferencias y amistades de internet, que son propias del nuevo territorio virtual.

La conversación es sobre los hechos de vida y no sobre grandes temas políticos, religiosos, artísticos. Os jóvenes se tornan sujetos en un espacio humano desligado de su casa, barrio y periferia.

Existen, por lo tanto, mediaciones importantes para la construcción de una ciudad plural en sus relaciones y unificada por sus instrumentos de comunicación.

 

= Nace un cambio revolucionario del imaginario urbano. Los jóvenes de áreas populares construyen su repertorio simbólico. Elaboran un ambiente propio a partir de la navegación en la red, al bajar músicas y fotos, películas y programas.

Experiencia esa que no ha sido posible para la generación anterior. Es una nueva historia personal y colectiva que se hace contemporánea.

- Los jóvenes de espacios populares crean estilos,  palcos y escaleras, inventan sus pasos en la música, graban vídeos e colocan  You Tube. En los siguientes días, otros jóvenes de las favelas están mirando a todo eso y creando sus propias expresiones.  Esa circularidad alcanza a los jóvenes de los condominios y de los barrios de clase media alta.

Las computadoras com internet ocupan el espacio que era de la TV.

También  tiene el valor de mantener los hijos dentro de casa y lejos de las situaciones de conflictos armados entre facciones crimonosas y entre ellas y la policía.

Hay un movimiento de individualizar los jóvenes de los espacios populares.  Mostrar lo que son, lo que sueñan y lo que quieren.  Es la construcción del sujeto mirando hacia el futuro.  La identidad necesita tener esa relación con el futuro. Sino se banaliza.

 

Paradoxos


O paradoxo do nosso tempo é que temos edifícios mais altos e temperamentos mais reduzidos,

estradas mais largas e pontos de vista mais estreitos.

Gastamos mais, mas temos menos,

Temos casas maiores e famílias menores,

Mais conforto e menos tempo

Temos mais graduações acadêmicas, mas menos sentimentos comuns

Mais conhecimento, mas menor capacidade de julgamento,

Mais peritos  mas mais problemas,

Melhor medicina, mas menor bem-estar.

Bebemos demasiado, fumamos demasiado, desperdiçamos demasiado, rimos muito pouco.

Movemo-nos muito rápido, nos irritamos demasiado,

Mantemo-nos muito tempo acordados, amanhecemos cansados,

Lemos muito pouco, vemos televisão demais e oramos raramente.

Multiplicamos o nosso patrimônio, mas reduzimos os nossos valores.

Falamos demasiado, amamos demasiado pouco e odiamos muito frequentemente

Aprendemos a ganhar a vida, mas não a vive-la.

Adicionamos anos às nossas vidas, não vida aos nossos anos

Conseguimos ir à lua e voltar, mas temos dificuldade em cruzar a rua para conhecer um novo vizinho

Conquistamos o espaço exterior, mas não o interior

Temos feito grandes coisas, mas nem por isso melhores

Limpamos o ar, mas contaminamos a nossa alma

Conquistamos o átomo, mas não os nossos preconceitos

Escrevemos mais, mas aprendemos menos,

Planejamos mais, mas desfrutamos menos

Aprendemos a apressar-nos, mas não a esperar

Produzimos computadores que podem processar mais informação e difundi-la, mas nos comunicamos cada vez menos e menos

Estamos no tempo das comidas rápidas e digestões lentas,

De homens de grande estatura e de pequeno carácter,

De enormes ganhos econômicos e relações humanas superficiais

Hoje em dia,há dois ordenados, mas mais divórcios,

Casas mais luxuosas, mas lares desfeitos.

São tempos de viagens rápidos, fraldas descartáveis,

Moral descartável, encontros de uma noite, corpos obesos,

E pílulas que fazem tudo, desde alegrar e acalmar, até matar.

São tempos em que há muito na vitrine e muito pouco no armazém.

A vida não se mede pelo número de vezes que respiramos, mas pelos extraordinários momentos que passamos juntos.

George Carlin.

 

IRONIA.

1.  Uns queriam um emprego melhor; outros só um emprego

2.  Queriam mais festa; bastaria uma comida

3.  Vida mais amena; apenas viver

4.  Pais mais esclarecidos; só ter pais

5.  Olhos claros; só enxergar

6.  Voz bonita; falar

7.  Silêncio; ouvir

8.  Sapato novo; só ter pés

9.  Um carro; andar

10.            O supérfluo; apenas o necessário.

A SABEDORIA EVANGÉLICA É:

1.  Tolerar, não julgar

2.  Aliviar; não culpar

3.  Perdoar, não condenar.