No dia 12, eu fui entrevistado sobre o Sínodo para a TV holandesa por um amigo e colega chamado Stijn Fens. Ele é muito afiado e fez uma pergunta muito perspicaz. Um público-alvo para a Nova Evangelização, disse ele, são os católicos prescritos do Ocidente, sobretudo da Europa. A última vez que a Igreja Católica lançou uma campanha evangelizadora na Europa foi a Contrarreforma, disse ele, e os jesuítas foram os seus soldados. Quem, perguntou ele, serão os soldados da Nova Evangelização? Aqui está mais ou menos o que eu disse.
A reportagem é de John L. Allen Jr., publicada no sítio do jornal National Catholic Reporter, 13-10-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Ouvindo atentamente o que os bispos disseram no Sínodo, a lista de potenciais agentes da Nova Evangelização que eles indicaram é desconcertantemente longa: as paróquias, as escolas e universidades católicas, a mídia, os leigos, as pequenas comunidades cristãs, e assim por diante. Se a questão, porém, é quem eles realmente parecem acreditar que virá quando as fichas forem poucas – em outras palavras, quem realmente serão os jesuítas da Nova Evangelização –, a resposta parece clara: os Novos Movimentos.
Por "novo movimento" estamos falando de grupos nascidos principalmente no século XX, cujo crescimento real ocorreu principalmente após o Concílio Vaticano II (1962-1965). Estes tendem a ser predominantemente grupos de leigos, com um forte sabor ad extra – ou seja, eles estão focados em se envolver com o mundo exterior, e não com os assuntos internos da Igreja ou de reforma.
Exemplos bem conhecidos incluem o Focolare, o Comunhão e Libertação, o Caminho Neocatecumenal, Schönstatt, a Comunidade Emanuel e Sant'Egidio (a lista de costume também incluiria o Opus Dei, embora tecnicamente ele não seja um movimento, mas sim uma prelazia).
Eu possuo um arquivo de texto com os resumos dos discursos do Sínodo divulgados a cada dia pela Sala de Imprensa do Vaticano – até hoje, ele contém um impressionante total de quase 100 mil palavras, e é preciso lembrar que esses não são os textos completos. Pelas minhas contas, os novos movimentos já foram mencionados 44 vezes, e ainda não estamos na metade do Sínodo.
"Um sinal do andamento da Nova Evangelização são os movimentos eclesiais e as novas comunidades que trazem essa bênção para a Igreja de hoje", disse Dom Donald Wuerl durante o "relatório antes da discussão" do dia 8.
"Todos apontam para a obra do Espírito Santo que envolve a Igreja hoje com aqueles que se afastaram", disse.
Da mesma forma, o cardeal Peter Erdő, da Hungria, chamou os movimentos de "uma verdadeira bênção para a Igreja", embora tenha acrescentado que eles precisam "evitar a tentação pós-moderna de se contentar com sentimentos e percepções particulares".
O cardeal polonês Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, exortou os bispos e os párocos a verem os movimentos como "um dom precioso, e não como um problema".
Dom Christopher Charles Prowse, bispo de Sale, Austrália, chamou os movimentos de "um grande dom do Espírito Santo" e disse que eles "ajudam a desenvolver de uma 'cultura de Pentecostes'".
Até mesmo o arcebispo Rowan Williams, de Canterbury, líder da Comunhão Anglicana mundial, se pronunciou a respeito. Durante o seu discurso ao Sínodo no dia 10, ele citou o movimento dos Focolares fundado pela leiga italiana Chiara Lubich como um exemplo do "hábito contemplativa" que ele defendeu ser essencial para a evangelização.
É claro, nem todo mundo transpirava um entusiasmo incondicional. Alguns oradores, como o arcebispo italiano Bruno Forte, deram a entender que os movimentos poderiam fazer um trabalho melhor ao apoiar os planos e as iniciativas pastorais globais das dioceses onde estão localizados, em vez de insistir em seguir por conta própria. Outros deixaram implícito que, no entusiasmo pelos movimentos, a Igreja não deveria esquecer as suas ordens religiosas tradicionais.
Mesmo assim, voltando à pergunta de Stijn, se você quiser saber a quantidade de bispos que parecem estar contando com os jogadores de defesa da Nova Evangelização, a resposta básica parece ser bastante clara.
A reportagem é de John L. Allen Jr., publicada no sítio do jornal National Catholic Reporter, 13-10-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Ouvindo atentamente o que os bispos disseram no Sínodo, a lista de potenciais agentes da Nova Evangelização que eles indicaram é desconcertantemente longa: as paróquias, as escolas e universidades católicas, a mídia, os leigos, as pequenas comunidades cristãs, e assim por diante. Se a questão, porém, é quem eles realmente parecem acreditar que virá quando as fichas forem poucas – em outras palavras, quem realmente serão os jesuítas da Nova Evangelização –, a resposta parece clara: os Novos Movimentos.
Por "novo movimento" estamos falando de grupos nascidos principalmente no século XX, cujo crescimento real ocorreu principalmente após o Concílio Vaticano II (1962-1965). Estes tendem a ser predominantemente grupos de leigos, com um forte sabor ad extra – ou seja, eles estão focados em se envolver com o mundo exterior, e não com os assuntos internos da Igreja ou de reforma.
Exemplos bem conhecidos incluem o Focolare, o Comunhão e Libertação, o Caminho Neocatecumenal, Schönstatt, a Comunidade Emanuel e Sant'Egidio (a lista de costume também incluiria o Opus Dei, embora tecnicamente ele não seja um movimento, mas sim uma prelazia).
Eu possuo um arquivo de texto com os resumos dos discursos do Sínodo divulgados a cada dia pela Sala de Imprensa do Vaticano – até hoje, ele contém um impressionante total de quase 100 mil palavras, e é preciso lembrar que esses não são os textos completos. Pelas minhas contas, os novos movimentos já foram mencionados 44 vezes, e ainda não estamos na metade do Sínodo.
"Um sinal do andamento da Nova Evangelização são os movimentos eclesiais e as novas comunidades que trazem essa bênção para a Igreja de hoje", disse Dom Donald Wuerl durante o "relatório antes da discussão" do dia 8.
"Todos apontam para a obra do Espírito Santo que envolve a Igreja hoje com aqueles que se afastaram", disse.
Da mesma forma, o cardeal Peter Erdő, da Hungria, chamou os movimentos de "uma verdadeira bênção para a Igreja", embora tenha acrescentado que eles precisam "evitar a tentação pós-moderna de se contentar com sentimentos e percepções particulares".
O cardeal polonês Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, exortou os bispos e os párocos a verem os movimentos como "um dom precioso, e não como um problema".
Dom Christopher Charles Prowse, bispo de Sale, Austrália, chamou os movimentos de "um grande dom do Espírito Santo" e disse que eles "ajudam a desenvolver de uma 'cultura de Pentecostes'".
Até mesmo o arcebispo Rowan Williams, de Canterbury, líder da Comunhão Anglicana mundial, se pronunciou a respeito. Durante o seu discurso ao Sínodo no dia 10, ele citou o movimento dos Focolares fundado pela leiga italiana Chiara Lubich como um exemplo do "hábito contemplativa" que ele defendeu ser essencial para a evangelização.
É claro, nem todo mundo transpirava um entusiasmo incondicional. Alguns oradores, como o arcebispo italiano Bruno Forte, deram a entender que os movimentos poderiam fazer um trabalho melhor ao apoiar os planos e as iniciativas pastorais globais das dioceses onde estão localizados, em vez de insistir em seguir por conta própria. Outros deixaram implícito que, no entusiasmo pelos movimentos, a Igreja não deveria esquecer as suas ordens religiosas tradicionais.
Mesmo assim, voltando à pergunta de Stijn, se você quiser saber a quantidade de bispos que parecem estar contando com os jogadores de defesa da Nova Evangelização, a resposta básica parece ser bastante clara.
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