terça-feira, 31 de janeiro de 2012

IV parte.Justiça.Profecia.Cebs

OS POBRES
O “lugar” marcado por Jesus, para o encontro com ele (Mt 25,39) é ao lado dos que sofrem, os desprezados, os pobres
Jesus oferece lugar aqueles que não o tem na convivência humana.
 acolhe aos que não são acolhidos:
 aos imorais, prostitutas e pecadores.
(Mt. 21,31-32; lc.7,37-50; Jo.8,2-11)
 aos hereges, pagãos, samaritanos.
Lc.7,210;17,16; Mc.7,24-30; Jo.4,7-42;)
 aos impuros, leprosos e possessos.
(Mt.8,2-4; lc.17,12-14;11,14-22; Mc.1,25-26.41-44).
 aos marginalizados: mulheres, crianças, doentes
de todo tipo: (Mc.1,32-34; Mt.8,17,19,13-15; Lc.8,1-3);
 aos sem poder: (Mt.5,3; Lc.6,20.24; Mt.11,25-26)

Apoiando-se no Concilio, Medellín especifica a realidade do Povo de Deus: Coloca a Igreja comprometida com as maiorias latino americanas. O povo que sofre, olha a Igreja de Deus confiando que dela pode vir orientação e ajuda de salvação. Por sua parte, a Igreja se alinha com os que sofrem e se propõe ser voz dos sem voz e dos que foram silenciados. A originalidade buscada nas CEBs é fazê-los sujeitos, dizer sua própria palavra na Igreja e na sociedade. Isto já foi assumido no caminhar das CEBs mas continua sendo um desafio..
Como Jesus, sua comunidade está do lado dos últimos, para que ninguém fique esquecido. Não se trata de perpetuar a pobreza, nem de proclamar que ela é boa. Mas sim de acabar com ela. Não é Deus que cria pobres, é a sociedade humana que os produz e perpetua. Nunca os considera melhores do que os ricos, mas sim, mais necessitados que eles. Não os toma como objeto da atenção benigna dos mais favorecidos pelos bens humanos, mas sim como sujeitos potenciais de uma nova sociedade de justiça e fraternidade.
Esta não é uma atitude assistencialista .Nem algo reduzido ao promocional . É uma proposta libertadora, que é global, visa mudar a mentalidade, o coração, as atitudes, as estruturas e gera outro modelo de sociedade..
A opção pelos pobres não é um golpe de publicidade gratuito e fácil. Implica conversão pessoal, comunitária, estrutural, ideológica, espiritual.
Exige, em relação à realidade de sofrimentos, de pobreza, de humilhação, das pessoas humanas (não só dos cristãos ou co-nacionais), exige contato direto e relações humanas, não só de maneira episódica, senão como o modo de ser de uma sociedade sem discriminações e realmente fraterna. Por isso mesmo, o pobre, não poderá ser usado como objeto de curiosidade, nem deverá permanecer como destinatário passivo da caridade “benemérita” dos privilegiados da vida. Trata-se de uma questão de justiça e não de assistencialismo. Faltar à justiça é romper a aliança com Deus. Comprometer-se com os necessitados é procurar fazê-los sujeitos da sua própria libertação. Antes de receber esmolas, o pobre necessita e tem direito à dignidade. O que se lhe deve não é por caridade, senão por justiça.

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