terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Romaria, parte I

AS ROMARIAS

No íntimo das romarias podemos encontrar:
1. Uma absoluta confiança na gratuidade e onipotência de Deus; Jesus não teve problema com as pessoas simples. Há uma sintonia de Deus com eles e deles com Deus. Uma familiaridade com o sagrado que supõe ser reconhecido, escutado e aceito. Deus outorgará, em tempo oportuno, o que for conveniente. O peregrino volta à sua terra, confiado e satisfeito (Não vai usar o gorrinho branco dos muçulmanos que foram à Meca..., mas terão outros apetrechos para isso. Com efeito, ao voltar à casa se leva algo (mesmo desproporcionado e até ilógico) como penhor da aliança com o divino – um badulaque qualquer, uma vela, uma fotografia do “lambe-lambe”, um folheto, uma cruz qualquer, imagem, terço... que vida a fora será o símbolo da aliança realizada com o sagrado daquela visita.

Entre o romeiro e o Pai onipotente, surge um ambiente, como aquele que comoveu ao mesmo Jesus, quando sentado na frente do cofre do Templo, olhando os que depositavam sua oferta para o tesouro. Despojada de tudo, a viúva ficou inteiramente sob a responsabilidade de Deus...

2. Em primeiro lugar está a vida. As devoções em função dela. Buscam saúde corporal, mental, emocional, social; seja para si mesmos ou para outros seres queridos. Nada têm para oferecer senão seus sacrifícios, sua humilhação pública. Trata-se de um lançar-se confiando cegamente na misericórdia de Deus, desafiando ao próprio Filho de Deus, como o fez a viúva de Sarepta questionando o seu julgamento e implorando as migalhas da mesa (Mt 15, 21 e Mx 7,24-30)

3. Um parentesco a ser reconhecido.
As CEBs, elas mesmas, romeiras do Reino, vão olhar as romarias sem atitude de superioridade farisaica, ou mera tolerância, mas com respeito acollhedor (-“ Não somos como os demais...!”), identificando traços profundos do que Jesus proclamou como seu descobrimento: - “Obrigado Pai, porque escondeste... revelaste...” – Mt 11,25-30 e Lc 10,21-22).
Pronuncióu sobre esses filhos e filhas o “Shalon” (te dou paz, esperança, equanimidade, vida), sem questionar se eram dignos ou indignos.

As romarias são os antepassados das CEBs. Alguns traços vitais estão nas referências cristológicas de ambas:

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