Síntese do encontro do clero (3 e 4/01/12) - Diocese de Crato
(Pe. José Marins e Ir. Teolide)
O Vaticano II é um divisor de águas na Igreja e tem como discussão "a vida pastoral" e palavra chave "comunhão". Para muita gente, o Concílio Vaticano II ainda não foi inalgurado, uma vez que a maioria dos ministros ordenados estão dedicados a sacramenos, devoção e administração. Podemos constatar que o grande problema para a Igreja católica não são as seitas, mas o ateísmo que não é agressivo e sim silencioso. Isso questiona o padre do futuro. Muita coisa nos sentimos urgentes nas mudanças de época para a Igreja. O padre não pode renunciar ao que exige o seu ministério: coordenar a comunidade. A ministerialidade não é um status social: todos os ministérios estão no meio do povo. O Vaticano II propõe a Igreja dar uma revisada onde estamos. Dom Hélder propôs que escutasse o Espírito a partir do 3º mundo.
O Concílio coloca os seguintes elementos: a Igreja como povo de Deus e mediação do Reino. Jesus é o sacramento de Deus e a Igreja é o sacramento de Jesus. E as duas realidades medianeiras da fé é a comunidade e a missão. Portanto, a missão não é um ato de piedade, mas a dimensão do mistério da fé. A salvação é comunitária. Isso traduz que a Igreja é comunidade - Igreja de base. O concílio Vaticano II não vai tratar de mudar a fé das pessoas, mas mudar o modelo histórico. É um Concílio que se reune para resolver um problema puramente pastoral. Trata-se de um Concílio que se dirige não só aos católicos e nem é voltado só para os cristãos, mas a todo o mundo. Foi a primeira vez que um Concílio era universal.
Com o Vaticano II, a liturgia ganha uma participação enorme na Igreja. Ela é colocada no nível do mistério trinitário: é Igreja do serviço que se renova em um nível orante - liga a liturgia a memória pascal e toda a assembléia se torna celebrante. Outro aspecto imporante tratado no Concílio é a dimensão ecumênica da Igreja que torna-se essencial para a nossa fé. Conclui-se que há uma só fonte de revelação: a Sagrada Escritura. O magistério só ajuda. Com isso, o catolicismo social vai recuperar o sentido do Reino de Deus pela caridade também vivida por aqueles católicos anônimos e os que fazem a vontade de Deus, sem mesmo serem católicos. Outro aspecto essencial da Igreja no Vaticano II é o decreto sobre missão: é da essência da Igreja ser missionária. Ela existe para anunciar o Reino.
Pontos centrais do Concílio: atualização da Igreja; volta às fontes bíblicas e patrísticas; metodologia pastoral da Igreja; estar ao lado de uma Igreja que sofre do lado dos pobres; viver a comunhão e participação em comunidade. Pontos que foram debatidos no Vaticano II: tradição e escritura; liberdade de consciência; colegialidade; modelos de autoridade; modelo de Estado; autonomia com comunhão; evolução do dógma; os judeus e as religiões não cristã; as congregações romanas como forma de serviço para a Igreja.
O Concílio Vaticano II se propôs a abrir caminho aos sinais dos tempos, procurar o que nos une e não o que divide, questionar qual o papel da Igreja no mundo, deu mais confiança ao gênero humano, identifica pelo Espírito de Deus os sinais de graças para o nosso tempo, procura não combater heresias e nem proclamar novos dógmas, mostra que a Igreja está aberta ao diálogo e a reformas, afirma que a Igreja se compromete a defender a dignidade da pessoa humana, principalmente dos pobres. E Maria é apresentada não como mãe da Igreja, mas como critério de devoção.
Conclui-se que a meta não é a Igreja, mas o Reino de Deus. E a Igreja local é onde a Igreja acontece e onde decide o seu futuro. Pois, a meta do Reino é o mundo e a Igreja é comunidade, sendo que na América Latina a Comunidade de Base ajuda a Igreja manter o nível eucarístico ao identificar os valores essenciais de Jesus Cristo. Medellin é o início do Vaticano II na América Latina, redefinindo a paróquia em comunidade de comunidades e a Comunidade Eclesial de Base (CEB) é a Igreja que se reconstrói no mesmo nível da paróquia.
Pe. Vileci Basílio Vidal - Coordenador do 13º Intereclesia
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