domingo, 23 de dezembro de 2012

A BLASFEMIA DE DIZER-SE CRISTÃOS


A RIQUEZA O PODER E O PRAZER

- O mundo não se humaniza com a força do poder. A ciência, a técnica, a propaganda converteram a sociedade em uma imensa fábrica (Herbert Marcuse) que vai produzindo máquinas que se assemelham aos homens, e homens que se assemelham às máquinas.

Os demônios da economia são: o lucro, a obsessão para acumular dinheiro, a competição. Rico é o que continua tendo só para si mais do que necessita, enquanto outros carecem do indispensável. Andam perdidos na abundancia da profusão de ofertas e de muitas possibilidades. As informações invasoras levam à indiferença e passividade. A sociedade de consumo que cria necessidades artificiais e descuida do essencial mantendo um estilo de vida que despersonaliza. Consumimos bens supérfluos. Criamos necessidades sempre novas e nunca estamos satisfeitos.

 No tempo de Jesus, os sacerdotes e ilustrados conheciam as Escrituras, sabiam que viria um Salvador, mas não se interessam pelo menino de Belém, se colocaram a caminho para adorá-lo. Ao longo da sua vida, Cristo encontrou hostilidade e oposição nos representantes do poder político; indiferença e resistência nos dirigentes religiosos, traição e infidelidade nos seus próprios discípulos. Não porém nas discípulas.

       Em nossos tempos, o mais comum não é encontrarmos inimigos militantes de Cristo, mas gente que desde os primeiros anos de vida foram “consagrados” como íntimos de Jesus (seu corpo místico) pelo batismo, sem que disso chegassem a ter uma consciência clara e assumissem o acontecido, a dignidade que se lhes foi dada de ser a comunidade de Jesus, missionários do Reino.

Ao contrário, suas vidas negam o que seu batismo significou. Vivem num mundo que  usando nomenclatura e datas cristãs, na verdade é blasfemo do sagrado.

             Os que só buscam ou conhecem a vida e o amor em suas formas decadentes, terminam endurecidos por dentro. Quem é livre interiormente pode adorar e encontrar o Deus da verdade.      Deus quer a colaboração das suas criaturas para conduzir o mundo à sua plenitude. O primeiro para Jesus é a vida, não a religião. O objetivo de Jesus não é que se viva uma religião mais fiel a Deus, senão que introduza no mundo uma nova dinâmica, a da compaixão que se preocupa com a dignidade dos últimos como a primeira meta - “Pobres são aqueles para quem a vida é uma carga pesada, não podem viver com um mínimo de dignidade” (Jon Sobrino). Ser cristão não é só pertencer à Igreja; confessar o credo; aderir à moral católica; cumprir o culto, mas liberar a humanidade de tudo que destrói e degrada (Mt 4,12-23)

Nenhum comentário:

Postar um comentário