domingo, 23 de dezembro de 2012

Os começos, segundo Mateus


 MATEUS

 HISTORICO. O Evangelho de Mateus foi escrito entre os anos 80 e 90. Possivelmente em Antioquia da Síria, num momento em que se estava tratando de restaurar o judaísmo em torno à Lei. Mateus apresenta a Jesus como o verdadeiro Messias. Novo Moises. Inaugurando o Reino definitivo. Temas fortes: não mais a Lei, mas as Bem-Aventuranças.

       Saindo de Nazaré, Jesus participa do grupo do Batista,  cuja missão teve lugar principalmente entre o outono do ano 27 e a primavera do 28.  Não pregou em Jerusalém. Não foi profeta da corte, mas do deserto.

       Jesus não se agrega definitivamente ao movimento do Batista. Depois de estar com ele, não retorna ao seu trabalho em Nazaré. Afasta-se de João e apresenta um novo horizonte, anunciando a todos a boa Noticia de um Deus que quer salvar o ser humano: “Deus quer salvar e não condenar. Os que estão se afastando de Deus é porque já se afastaram de si mesmos”.

       A proposta do Reino de Deus, apresentada em Nazaré (Lc 16,22s) não encontra eco, ao contrário, reagem negativamente.

       Jesus faz de Cafarnaum, a partir da casa de Pedro e André  o seu centro de irradiação.

       Os discípulos e a Igreja de Jesus aprendem que, ser fiel não depende primordialmente do conteúdo doutrinal que se recolhe num catecismo. Não é algo adquirido como propriedade para sempre. Romano Guardini disse: “A fé é ter suficiente luz para suportar as escuridões. E manter na escuridão o que conseguiu ver nos momentos de luz”. Porque, em toda vocação há algo de incerto. Sempre significa uma atitude de procura, disponibilidade e abertura.  Na medida em que se vai respondendo com fidelidade à missão, se vai descobrindo o horizonte das exigências e promessas que se encerram no caminhar de cada dia.

       Os discípulos começaram a recolher as palavras que haviam escutado Jesus dizer na sua vida terrena, mas não como recolher o testamento de um mestre morto para sempre, senão como palavras de alguém que está vivo e continua falando aos que creem nele. Esse é o gênero dos Evangelhos. Nas Primeiras comunidades cristãs se lia os Evangelhos não como palavras ditas por Jesus no passado, senão como se estivesse a dizer-lhes naquele mesmo  momento aos seus seguidores.  Não se tratava de ler um livro, senão de escutar a Jesus que lhes comunicava direta e pessoalmente

Nenhum comentário:

Postar um comentário