MATEUS
HISTORICO. O
Evangelho de Mateus foi escrito entre os anos 80 e 90. Possivelmente em
Antioquia da Síria, num momento em que se estava tratando de restaurar o judaísmo
em torno à Lei. Mateus apresenta a Jesus como o verdadeiro Messias. Novo Moises.
Inaugurando o Reino definitivo. Temas fortes: não mais a Lei, mas as Bem-Aventuranças.
Saindo de Nazaré, Jesus participa do
grupo do Batista, cuja missão teve lugar
principalmente entre o outono do ano 27 e a primavera do 28. Não pregou em Jerusalém. Não foi profeta da
corte, mas do deserto.
Jesus não se agrega definitivamente ao
movimento do Batista. Depois de estar com ele, não retorna ao seu trabalho em
Nazaré. Afasta-se de João e apresenta um novo horizonte, anunciando a todos a
boa Noticia de um Deus que quer salvar o ser humano: “Deus quer salvar e não
condenar. Os que estão se afastando de Deus é porque já se afastaram de si
mesmos”.
A proposta do Reino de Deus, apresentada
em Nazaré (Lc 16,22s) não encontra eco, ao contrário, reagem negativamente.
Jesus faz de Cafarnaum, a partir da casa
de Pedro e André o seu centro de
irradiação.
Os discípulos e a Igreja de Jesus
aprendem que, ser fiel não depende primordialmente do conteúdo doutrinal que se
recolhe num catecismo. Não é algo adquirido como propriedade para sempre.
Romano Guardini disse: “A fé é ter suficiente luz para suportar as escuridões. E
manter na escuridão o que conseguiu ver nos momentos de luz”. Porque, em toda
vocação há algo de incerto. Sempre significa uma atitude de procura,
disponibilidade e abertura. Na medida em
que se vai respondendo com fidelidade à missão, se vai descobrindo o horizonte
das exigências e promessas que se encerram no caminhar de cada dia.
Os discípulos começaram a recolher as
palavras que haviam escutado Jesus dizer na sua vida terrena, mas não como
recolher o testamento de um mestre morto para sempre, senão como palavras de
alguém que está vivo e continua falando aos que creem nele. Esse é o gênero dos
Evangelhos. Nas Primeiras comunidades cristãs se lia os Evangelhos não como
palavras ditas por Jesus no passado, senão como se estivesse a dizer-lhes
naquele mesmo momento aos seus
seguidores. Não se tratava de ler um
livro, senão de escutar a Jesus que lhes comunicava direta e pessoalmente
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