DIACONATO
PERMANENTE, UMA OPORTUNIDADE QUE NÃO SE PODE PERDER
1. LIÇÃO HISTÓRICA
Os Hebreus
e os Helenistas, foram os dois grupos que constituíram a primeira comunidade
eclesial do Novo Testamento, a de Jerusalém (Atos 6).
Os
helenistas, que eram judeus que haviam
vivido fora da Palestina e adotado então
a cultura grega, eram por isso mesmo vistos com certo preconceito pelos judeus
chamados hebreus, de formação tradicional. Não era vistos como judeus
plenamente fieis à sua identidade nacional. Nesse contexto surgiu um conflito e
uma queixa contra os hebreus, porque as viúvas dos helenistas eram mal
atendidas ou deixadas de lado, no serviço diário das mesas comunitárias.
O grupo
dirigente dos Doze, enfrentaram o problema criando duas coordenações: a dos
presbíteros, para os hebreus; e o dos diáconos, para os helenistas.
Los
diáconos nunca aparecem servindo às mesas.
+ Estevão, a partir do evento da
Ressurreição, questiona a fundo as referências judias: As bem-aventuranças
plenificam os 10 mandamentos; Jesus está acima de Moisés, o Templo e a cidade
de Jerusalém já cumpriram sua missão...
E morre mártir em mãos dos judeus de
Jerusalém.
+ Felipe anuncia Jesus aos
Samaritanos. Depois batiza ao primeiro africano e vai viver em Cesareia
Marítima, a capital romana da Palestina.
+ Em Cencreia, porto de Corinto, se
menciona a existência de uma diaconisa chamada Febe.
+ Após o martírio de Estevão, os
helenistas têm que deixar Jerusalém e vão ao norte da África, a Chipre e a
Antioquia da Síria. Onde chegam, formam comunidades eclesiais, aceitando nela
aos gentios, além dos judeus.
2. OS DIÁCONOS DO VATICANO II
O Vaticano
II abrindo a possibilidade para a restauração do Diaconato Permanente, abriu
uma grande oportunidade para o processo pastoral das Igrejas. Eles concretizam
um ministério ordenado não só independente do celibato, mas de pessoas que vivem de sua profissão, não
têm residência na paróquia, não recebem salario da Igreja, não são formadas nos
seminários tradicionais, não formam uma casta de autoridades, têm a experiência
da vida familiar (esposa, filhos e filhas, parentes, etc.)
Na prática, está havendo o risco de perder essa importante oportunidade
pastoral criada pelo Concilio. Os diáconos estão sendo, imediatamente
sobrecarregados com serviços intra-paroquiais de ordem sacramental, cultual e
administrativa. São “utilizados” para complementar o que os presbíteros não
alcançam cumprir, dentro do dominante modelo da Igreja “Cristiandade” piramidal
e clerical. Há uma inundação de tarefas e escassez de metas. Parecem nascer por
obra do Vaticano II, para cumprir atividades do Concilio de Trento. Correm o
risco de rapidamente clericalizar-se e distanciar-se do mundo de onde surgiram.
3. A PROPOSTA CONTEMPORÂNEA
A Missão
não é uma das muitas tarefas que a Igreja deve cumprir. Não. A Igreja é
essencialmente missionaria. Para isso existe. Todo o ser eclesial está em
dinamismo de comunicar e fazer acontecer a boa noticia do Reino.
Por isso
os diáconos, valendo-se do seu contato privilegiado com o Povo de Deus, devem
orientar o seu ministério a entrar em contato com as pessoas; a identificar
nelas as sementes do Verbo e as “preparações evangélicas”; agrega-las em
pequenas comunidades que sejam a primeira instancia da realidade eclesial (CEBs);
“estandarte levantado no meio da vida” (LG 9).
Os diáconos serão fundadores de CEBs, assessores
y articuladores das mesmas em Diaconías. Estas serão coordenadas pelas
paróquias.
A Igreja
local acontecerá nas CEBs, reunidas em Diaconías e Paróquias, inaugurando um
modelo de Igreja: em diáspora, samaritana, pluralista, servidora, acolhedora, com
um mínimo de estrutura e máximo de vida.
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