quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Oportunidade


DIACONATO PERMANENTE, UMA OPORTUNIDADE QUE NÃO SE PODE PERDER

1.  LIÇÃO HISTÓRICA

Os Hebreus e os Helenistas, foram os dois grupos que constituíram a primeira comunidade eclesial do Novo Testamento, a de Jerusalém (Atos 6).

Os helenistas, que eram judeus  que haviam vivido  fora da Palestina e adotado então a cultura grega, eram por isso mesmo vistos com certo preconceito pelos judeus chamados hebreus, de formação tradicional. Não era vistos como judeus plenamente fieis à sua identidade nacional. Nesse contexto surgiu um conflito e uma queixa contra os hebreus, porque as viúvas dos helenistas eram mal atendidas ou deixadas de lado, no serviço diário das mesas comunitárias.

O grupo dirigente dos Doze, enfrentaram o problema criando duas coordenações: a dos presbíteros, para os hebreus; e o dos diáconos, para os helenistas.

Los diáconos nunca aparecem servindo às mesas.

+ Estevão, a partir do evento da Ressurreição, questiona a fundo as referências judias: As bem-aventuranças plenificam os 10 mandamentos; Jesus está acima de Moisés, o Templo e a cidade de Jerusalém já cumpriram sua missão...

E morre mártir em mãos dos judeus de Jerusalém.

+ Felipe anuncia Jesus aos Samaritanos. Depois batiza ao primeiro africano e vai viver em Cesareia Marítima, a capital romana da Palestina.

+ Em Cencreia, porto de Corinto, se menciona a existência de uma diaconisa chamada Febe.

+ Após o martírio de Estevão, os helenistas têm que deixar Jerusalém e vão ao norte da África, a Chipre e a Antioquia da Síria. Onde chegam, formam comunidades eclesiais, aceitando nela aos gentios, além dos judeus.

 

2.  OS DIÁCONOS DO VATICANO II

O Vaticano II abrindo a possibilidade para a restauração do Diaconato Permanente, abriu uma grande oportunidade para o processo pastoral das Igrejas. Eles concretizam um ministério ordenado não só independente do celibato, mas  de pessoas que vivem de sua profissão, não têm residência na paróquia, não recebem salario da Igreja, não são formadas nos seminários tradicionais, não formam uma casta de autoridades, têm a experiência da vida familiar (esposa, filhos e filhas, parentes, etc.)

Na prática, está havendo o risco de perder essa importante oportunidade pastoral criada pelo Concilio. Os diáconos estão sendo, imediatamente sobrecarregados com serviços intra-paroquiais de ordem sacramental, cultual e administrativa. São “utilizados” para complementar o que os presbíteros não alcançam cumprir, dentro do dominante modelo da Igreja “Cristiandade” piramidal e clerical. Há uma inundação de tarefas e escassez de metas. Parecem nascer por obra do Vaticano II, para cumprir atividades do Concilio de Trento. Correm o risco de rapidamente clericalizar-se e distanciar-se do mundo de onde surgiram.

 

3.  A PROPOSTA CONTEMPORÂNEA

 

A Missão não é uma das muitas tarefas que a Igreja deve cumprir. Não. A Igreja é essencialmente missionaria. Para isso existe. Todo o ser eclesial está em dinamismo de comunicar e fazer acontecer a boa noticia do Reino.

Por isso os diáconos, valendo-se do seu contato privilegiado com o Povo de Deus, devem orientar o seu ministério a entrar em contato com as pessoas; a identificar nelas as sementes do Verbo e as “preparações evangélicas”; agrega-las em pequenas comunidades que sejam a primeira instancia da realidade eclesial (CEBs); “estandarte levantado no meio da vida” (LG 9).

  Os diáconos serão fundadores de CEBs, assessores y articuladores das mesmas em Diaconías. Estas serão coordenadas pelas paróquias.

A Igreja local acontecerá nas CEBs, reunidas em Diaconías e Paróquias, inaugurando um modelo de Igreja: em diáspora, samaritana, pluralista, servidora, acolhedora, com um mínimo de estrutura e máximo de vida.

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