terça-feira, 6 de novembro de 2012

O concilio mudou muitas coisas...

O testemunho é de Robert Blair Kaiser, correspondente da revista Time em Roma e que cobriu as quatro sessões do Concílio Vaticano II, de 1962-1965, em conferência publicada pela revista britânica The Tablet, 11-10-2012. A tradução é de Martin Sander.
Eis o artigo.
Hoje ambas as alas da Igreja estão dizendo que o Concílio foi um fracasso. A ala esquerda diz que ele não foi suficientemente longe. A ala direita diz que foi longe demais.
Não acredito que o Concílio tenha sido um fracasso, pois ele mudou a maneira de viver – e de pensar – dos católicos. Creio que a carta escrita no Concílio Vaticano II seja a única coisa que vai salvar a Igreja, a Igreja Povo de Deus, não a igreja hierárquica.
Eu detinha uma vantagem peculiar no Concílio Vaticano II. Eu era o enviado especial da revista Time, para lá enviado, em parte, porque eu tinha passado 10 anos em uma ordem Jesuíta e porque era um dos poucos repórteres na terra que podiam falar latim fluentemente, a língua oficial do Concílio. Então, aqui estou eu em meados de agosto de 1962, conversando com o secretário do Papa João XXIII, Loris Capovilla, na residência de verão papal – o Castel Gondolfo. De repente, lá vem João XXIII saltando até o corredor de mármore. “Por que”, diz ele, de braços estendidos, “Que surpresa maravilhosa!” Naturalmente, essa não era uma surpresa. Tudo havia sido preparado e organizado com antecedência por um amigo da revista Time em Nova York, o cardeal Francis Spellman. Dessa forma, o papa não estaria quebrando a tradição.
Eu pensei que poderia conversar informalmente com o papa por alguns minutos e então sair. Mas não. O papa agarrou-me pelo cotovelo e disse que tinha algumas coisas que ele queria dizer. Ele estava finalmente pronto para dizer ao mundo (e ele escolheu fazê-lo através da revista Time) que ele não pretendia que seu Concílio fosse um evento estritamente da Igreja, mas um evento mundial projetado para reunir pessoas, pessoas de todas as religiões, mesmo os chamados comunistas ateus.
Seus predecessores, Pio XI e Pio XII, tinham montado cruzadas contra o comunismo. Como um historiador, o Papa Roncalli sabia que desastre haviam sido as Cruzadas. Agora, disse ele, que o mundo estava armado com ogivas nucleares de megatons, havia chegado o momento de dizer: “Não há mais cruzadas”. Na verdade, ele não queria que o Concílio lançasse condenações contra qualquer coisa ou qualquer pessoa.
O editor para assuntos estrangeiros da revista Time, Henry Grunwald, não queria acreditar no meu relatório, mas o que ele poderia fazer? Este correspondente de Roma tinha falado com o papa, e ele não. Assim, a revista Time foi para as bancas com o meu relato sobre No more crusades [Crusadas não mais], e sobre muitas outras iniciativas que o papa estava começando a propor.
Grunwald teve de admitir: “nós temos que ficar de olho nesse Papa Roncalli. O que é essa palavra aggiornamento? Sobre o que é isso tudo?”
Tive que admitir: aggiornamento era uma palavra bastante ousada para o papa utilizar na Roma aeterna, onde nada nunca mudou. Como você pode “atualizar” uma igreja que nunca muda? O cardeal superior em Roma, Alfredo Ottaviani, o pró-prefeito do Santo Ofício da Inquisição, não poderia conceber nenhum das alterações implícitas na palavra aggiornamento, e logo teólogos como Yves Congar, Jean Danielou, Karl Rahner e Edward Schillebeeckx (os quais haviam sido silenciados antes do Concílio Vaticano II por seu “pensamento radical”) me informaram que Ottaviani estava fazendo quase tudo o que podia para colocar obstáculos no caminho dos grandes projetos de mudança do Concílio. E por que ele não iria? Seu brasão dizia tudo: Semper idem. Sempre o mesmo.
Como o Concílio faria essa atualização? Logo no início, não era muito claro para ninguém, talvez nem ao menos para o próprio papa. Ele era um homem modesto que costumava finalizar suas piadas com seu secretário com uma deixa impactante: “Eu não sou infalível, você sabe!” Mas ele teve uma intuição: que 2.500 bispos incentivados a falar livremente em uma espécie de parlamento dos bispos descobririam como.
E assim eles fizeram rapidamente. Após um debate de um mês sobre se a Igreja deveria abrir mão de sua tradicional missa em latim para o vernáculo, os padres conciliares votaram, com 2200 votos a favor da língua do povo, e apenas 200 contra. Foi nossa primeira pista de que o Concílio Vaticano II estava tentando recriar uma Igreja do povo.
Até esse momento, os bispos haviam sido parte da ecclesia docens, a Igreja que ensinava, enquanto o resto de nós éramos a discens ecclesia, a Igreja que aprendia. No Concílio, contudo, todos os bispos tornaram-se parte da Igreja que aprendia. Hobnobbing juntamente com teólogos como Congar, Chenu, Danielou e Schillebeckx começaram a falar da Igreja de novas maneiras, prometendo criar um novo tipo de Igreja, uma Igreja do povo, não uma igreja que se tornava cada vez menos relevante devido ao excessivo clericalismo, juridicismo e triunfalismo. Algumas das melhores intervenções do Concílio agora clamavam por uma igreja que acreditava que Deus agia em todos os homens e mulheres, nos indivíduos, bem como na humanidade como um todo. Uma Igreja que queria ser tudo o que nós poderíamos ser – tanto nessa vida como na próxima.
Quando o Concílio foi aberto, procurei pelo mais famoso pregador católico de América, o bispo Fulton Sheen (ele estava hospedado no Excelsior, o hotel mais caro da Via Veneto), para perguntar-lhe sobre suas esperanças em relação ao Concílio. Ele recusou meu pedido, negando a própria humanidade do Concilho. “Será tudo sobre o Espírito Santo”, disse ele. “Ele nos dirá o que dizer e o que fazer.” O bispo Sheen não me disse como eu conseguiria entrevistar o Espírito Santo.
Tentei entrevistar a todos que eu pudesse, muitas vezes em dias de 18 horas e, para minha surpresa, eu estava conseguindo publicar histórias sobre o Concílio na Time quase toda semana. E então, ao final da primeira sessão do Concílio, a editora Macmillan, nos Estados Unidos, e Tom Burns da Burns, Oates & Washburn pediram para fazer um livro sobre a primeira sessão do Concílio. Os editores da Time me deram seis semanas de folga para escrevê-lo. Eu fui para a sede da Congregação do Verbo Divino em Roma e escrevi sem parar (exceto por umas duas horas de pausa para almoço em casa todos os dias). O Observer serializou o livro em publicações de extratos do texto na primeira página de seu jornal de domingo, por quatro domingos consecutivos, em agosto de 1963. E quando o livro saiu, primeiro em Londres e Dublin, ele disparou para a o número um na lista dos mais vendidos.
No livro, eu usei uma metáfora estendida, imaginando a Igreja como a barca de Pedro, um barco que havia ficado ancorado por muitos séculos, com sua parte inferior tão incrustada com cracas que ele não conseguia navegar. Disse eu que, com o chamado do Concílio, o Papa João havia figurativamente lançado aquele navio sobre os mares do mundo.
Paulo VI gostou tanto da imagem que ele pediu a um de seus amigos monsenhores norte-americanos, que vivia em Roma, para pedir-me permissão para ter meu livro traduzido em italiano e publicado em benefício dos bispos que não entendiam que o Concílio estava tentando criar um novo tipo de Igreja – menos preocupada com seu próprio poder e mais a serviço da humanidade.
Minha imagem da barca de Pedro enfatizava o que era diferente sobre o Concílio Vaticano II. Em todos os outros Concílios da história (20 no total) a Igreja se voltou para si mesma. Este Concílio, por outro lado, voltou-se para o mundo.
Nem todo mundo entendeu isso imediatamente. A cúria do Papa João não compreendeu na época – e talvez jamais o tenham entendido. Os mais curiosos entre vocês talvez queiram ler o Journal of the Council, de Yves Congar, um diário sobre seu exaustivo e desgastante trabalho nos bastidores, lutando com o cardeal Ottaviani e seu assessor-chefe, o jesuíta holandês Sebastian. Para se preparar para o Concílio, eles elaboraram um compêndio da fé conforme enunciado por todas as encíclicas papais escritas desde Pio IX, fazendo o possível para tornar o Concílio Vaticano II outro Concílio de Trento.
“Está tudo errado”, Congar escreveu. “Isso é um absurdo papal. Estão transformando o Concílio em um manual didático que não vai ajudar a promover o aggiornamento que o Papa João XXIII está conclamando – uma recriação do que foi a fé em seus primórdios primitivos. Para redescobrir a beleza daquela fé, precisamos olhar mais profundamente para a Sagrada Escritura e estudar os Padres da Igreja. E só então o Concílio falará ao mundo em uma linguagem que esse pode entender.”
Hoje, ao ler a anotações de Congar, percebo que minha matéria na Time e meu livro sobre a primeira sessão do Concílio refletiam apenas palidamente a feroz batalha que estava acontecendo. O Observer tinha um pôster para a minha série que apareceu em todas as estações de metrô de Londres. A manchete gritava: “A conspiração para barrar o Papa João. Leia Congar e você vai ver que aquela manchete era um eufemismo.
Por que estou contando essas histórias? Porque quero que você esteja ciente, durante o próximo ano, dos esforços para estupidificar o Concílio, dos esforços para convencê-lo de que o Concílio pouco mudou a igreja. Eu acho que ele a mudou, e depois que você lembrar o tipo de Igreja com a qual vivíamos antes do Concílio Vaticano II, acredito que você concordará e se alegrará comigo e ficará feliz com o que o Concílio conseguiu fazer, irreversivelmente, eu espero.
O Concílio mudou a forma como pensamos sobre Deus, sobre nós mesmos, sobre nossos cônjuges, nossos primos protestantes, budistas, hindus, muçulmanos e judeus, até mesmo a forma como pensamos sobre os russos. Enquanto uma meia dúzia de bispos insistia por uma condenação conciliar do comunismo, João XXIII continuava a insistir que esse tipo de conversa só iria explodir com o mundo. O Papa João e seu Concílio fizeram alguns movimentos preliminares que ajudaram a acabar com a Guerra Fria. Por isso, os editores da Time elegeram João XXIII o Homem do Ano.
Os judeus? O Concílio reverteu o antissemitismo de longa data da Igreja. Até o Concílio, os católicos acreditavam que, se os judeus não se convertiam ao catolicismo, era porque havia algo de errado com eles. Os padres do Concílio mudaram essa perspectiva decidindo que os judeus ainda viviam sua antiga aliança com Deus. Decidimos que não havia nada de errado com os judeus; eles se tornaram nossos irmãos e irmãs.
Antes do Concílio, pensávamos que éramos pecadores miseráveis, quando apenas estávamos sendo nada mais do que humanos. Após o Concílio, tivemos uma nova visão de nós mesmos. Aprendemos a dar maior importância para encontrar e seguir a Jesus como “o caminho” (em oposição ao que dissemos no Credo). Não importava muito o que dizíamos. O que importava era o que nós fazíamos: ajudar a alimentar os famintos, vestir os nus e encontrar abrigo para os desabrigados. Isso é o que nos fez seguidores de Jesus.
Antes do Concílio, nos era dito que seríamos excomungados se colocássemos nossos pés em uma igreja protestante. Após o Concílio (onde observadores protestantes foram recebidos, e a eles foram dados lugares de honra, e cujo termo que a eles nos referíamos já não era mais “protestantes”, mas “irmãos separados”), paramos de lutar contra os metodistas e os presbiterianos e conspiramos com eles na luta pela justiça e pela paz e marchamos com eles para Selma.
Antes do Concílio, pensávamos que apenas os protestantes liam a Bíblia. Após o Concílio, temos visto uma nova apreciação Católica das Escrituras; elas receberam um lugar mais proeminente na missa; e, em muitas paróquias, temos grupos que se reúnem toda a semana para estudar a Bíblia.
Antes do Concílio, tínhamos orgulho de saber que nós éramos as únicas pessoas na terra que poderiam esperar a salvação, de acordo com o mantra que há séculos entoávamos: “não existe salvação fora da Igreja”.
Após o Concílio, começamos a ver que havia algo de bom e algo de grandioso em todas as religiões. E não mais achávamos que tínhamos todas as respostas. Após o Concílio Vaticano II, começamos a pensar em nós mesmos não como “a única e verdadeira Igreja”. Nós éramos “um povo peregrino”. Essa expressão trazia à mente a imagem de um grupo de viajantes humildes em uma viagem na qual, embora estivéssemos sujeitos à chuva, neve, ventos, furacões, sede, fome, pestilência, doenças e ataque de leopardos e gafanhotos, continuávamos nossa caminhada com oração e esperança de que iríamos, de alguma maneira, chegar ao nosso destino. A imagem foi calculada para combater um antigo autoconceito que não se sustentava quando em escrutínio – uma igreja triunfante que tinha todas as respostas, dominando a humanidade.
Antes do Concílio, identificávamos “salvação” com “chegar ao céu. “Após o Concílio, sabíamos que tínhamos a obrigação de trazer justiça e paz para o mundo na nossa própria sociedade contemporânea, compreendendo de uma nova maneira as palavras que Jesus nos deu quando ele nos ensinou a orar: “venha a nós o vosso Reino, seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu.”
Por fim, entre as figuras mais influentes no Concílio, encontramos duas almas humildes, uma mulher, Dorothy Day, fundadora do movimento Trabalhador Católico, a quem não foi dado o direito de falar aos bispos reunidos no Concílio Vaticano II (a nenhuma mulher foi) e uma figura que se parecia com um pássaro, Dom Helder Câmara, arcebispo de Recife-PE. Ambos andavam por Roma dizendo a bispos individuais e àqueles que estavam reunindo o documento de coroação do Concílio, Gaudium et Spes: por favor, não se esqueçam dos pobres.
O Concílio não se esqueceu dos pobres, e a declaração de Roma, em outubro de 2011, que aliou a Igreja com os pobres do mundo só prova que mesmo os atuais detentores de poder na Igreja (ainda tão isentos de prestar explicações) entenderam a mensagem. Vou citar Gaudium et Spes:
"As alegrias e as esperanças, o pranto e as ansiedades dos homens dessa época, especialmente aqueles que são pobres ou que de alguma maneira sofrem, estas são as alegrias e as esperanças, as tristezas e as ansiedades dos seguidores de Cristo."
Antes do Concílio, éramos obcecados pelo pecado. Era pecado comer um hambúrguer na noite de sexta-feira após o jogo. Após o Concílio, passamos a ter um novo senso de pecado. Nós não machucamos a Deus quando pecamos – nós pecamos quando machucamos alguém, ou nós mesmos. Após o Concílio, tivemos uma nova visão de sagrada esperança de nós mesmos, redefinindo a santidade como o famoso monge trapista Thomas Merton fez: ser santo é ser humano.
Antes do Concílio, nos era dito que estávamos condenados ao inferno se fizéssemos amor com nossos cônjuges sem a finalidade de fazer bebês. Após o Concílio, sabíamos que tínhamos um dever (e o prazer aprovado por Deus) de fazer amor, mesmo se não pudéssemos ter outro bebê.
Antes do Concílio, pensávamos que Deus falava diretamente ao papa e que ele transmitia a palavra para a pirâmide eclesiástica – primeiro aos bispos, em seguida, para os sacerdotes, em seguida, às freiras e, devidamente filtrada, para nós. Após o Concílio, aprendemos uma nova geometria. A Igreja não era uma pirâmide. Era mais como um círculo, onde todos são incentivados a ter voz. Nós somos a Igreja. Nós temos o direito e o dever de pronunciar-nos sobre o tipo de Igreja que queremos.
Por favor, note que a maioria dessas alterações não surgiu porque os padres conciliares renovaram o que nós já havíamos professado crer no Credo dos Apóstolos. Eles não mudaram nossa fé, eles não propuseram uma nova compreensão de Deus. Ainda é um só Deus, duas naturezas, três pessoas. Apenas nesse sentido posso concordar com o Papa Bento XVI quando ele continua insistindo em algo que ele chama “a hermenêutica da continuidade.”
Eu tenho que concordar com ele quando afirma que o Concílio não propôs nada de novo. Não, chega de novos dogmas. (E graças a Deus por isso. A última coisa que católicos modernos e pensantes querem são dogmas de qualquer espécie. “Dogma” e “dogmático” são palavras que não nos soam muito bem. Quando eu penso em dogma, penso nas centenas de anátemas estabelecidas pelo Concílio de Trento: “acredite nessas proposições dogmáticas, ou seja condenado”).
Quando Jesus se dirigia à multidão naquela encosta à beira do lago, ele não iluminava suas mentes lendo-lhes os Dez Mandamentos. Ele ateava fogo em seus corações dizendo-lhes o que lhes faria feliz.
Os padres conciliares não seguiram o exemplo de Trento. Eles seguiram o exemplo de Jesus. Eles não anatematizaram nada e ninguém. Eles definiram um novo estilo de pensar sobre nós mesmos como seguidores daquele que nos disse como poderíamos ter vida e tê-la mais abundantemente.
Erramos se passamos um pente fino nos dezesseis documentos do Concílio Vaticano II esperando encontrar garantias explícitas para a Igreja que queremos ver tomando forma no futuro. Só podemos capturar o significado real e revolucionário do Concílio olhando para o novo tipo de linguagem que permeia todos aqueles documentos. Não era o tipo de linguagem legalista que o Cardeal Ottaviani amava. O jesuíta americano John W. O” Malley, autor da obra de maior autoridade sobre o Concílio, O que aconteceu no Concílio Vaticano II, diz que a mensagem do Concílio estava escondida à primeira vista. O’Malley a descreve contrastando a nova linguagem com aquela antiga: em jogo estavam quase que duas visões diferentes do catolicismo: comandos passam a ser convites e leis passam a ser ideais; a definição passa a ser mistério, as ameaças, persuasão; a coerção passa a ser consciência e o monólogo, diálogo; reinar passa a ser servir, expulsão passa a ser integração e do vertical passa-se para o horizontal assim como da exclusão à inclusão, da hostilidade à amizade, da rivalidade à parceria, da suspeita à confiança, de estática à contínua, da aceitação passiva à participação ativa, da busca de culpa à busca de apreciação, de prescritiva à baseada em princípios, de modificação de comportamento à apropriação interna.
Meras palavras? Não acredito. Elas salientam a minha tese de que o Concílio ajudou-nos a todos a ser mais reais, mais humanos e mais amorosos. O Concílio ajudou-nos a perceber que o mundo é um lugar bom. É bom porque Deus o fez, e ele assim o fez porque ele nos amou e amou o mundo também. E assim deveríamos fazer

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