quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Urbano II, Conc. Latrão IV, J.C, Zizola

Não há dúvida de que os papas foram os protagonistas das primeiras guerras religiosas. E depois de ler a Brevíssima relação sobre a destruição das Índias, de Bartolomé de Las Casas, nenhum delito terrorista dos nossos dias, nem mesmo aquele horrendo massacre da escola de Beslan, pode ser considerado sem precedentes nas obras dos soldados de Colombo, de Hernán Cortés, de Alvarado e de Pizarro nos massacres cometidos em nome da Cruz de Cristo nas aldeias inermes dos índios, incluindo a horrenda carnificina das crianças postas em fogo baixo entre os gritos das mães para aterrorizar as aldeias, ou jogadas ao ar às dezenas para os jogos dos conquistadores, competindo entre si entre aqueles que espetavam com mais destreza antes que rolassem no chão. Foi a primeira guerra preventiva e nascia na área cristã, com características quase definitivas: o primeiro golpe, a invasão militar, o objetivo da acumulação de ouro, a máscara do sagrado.

E é precisamente a consciência penitencial do volume de violência e de morte produzido em nome da fé cristã ao longo dos séculos que deu um vigor dramático ao "não" pronunciado pelo papa contra a guerra, assim como contra o terrorismo fundamentalista. Não há dúvida de que a oposição pontifícia, a qual se associaram quase todas as Igrejas cristãs do mundo ortodoxo e protestante, reforçou a exigência de uma teologia da paz mais coerente que permita iluminar um programa de reeducação à paz em toda a Igreja Católica e que permite reconduzir a um grau suficiente de compacidade os saberes e as políticas da Santa Sé e dos Episcopados.

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